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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Aprenda sobre Colocação Pronominal.

SINTAXE DE COLOCAÇÃO

As sentenças se organizam de diversas maneiras, dispondo as palavras e termos em várias posições das orações e período. Dizemos que a sintaxe de colocação é a área que estudaria as questões de ordenação dos termos em uma oração, das orações dentro de um período etc.

Assim, estudos sobre a ordem direta e consequências sintático-semânticas de inversões diversas estariam no escopo dessa parte da gramática. Entretanto, há um aspecto sintático que se sobressai como dúvida frequente entre os usuários da língua portuguesa: a colocação dos pronomes átonos.

Os pronomes átonos acompanham frequentemente os verbos da língua portuguesa e, por sua mobilidade natural, podem ocupar três posições na construção:

Próclise
Pronome colocado antes da forma verbal.

Mesóclise
Pronome colocado no meio da forma verbal.

Ênclise
Pronome colocado depois da forma verbal.

Algumas formas parecem soar mais interessantes, atraentes ou mesmo qualificantes de um discurso, que pode passar mais objetividade ou credibilidade. Contudo, apenas a “sensação” ou o sentido de “soar bem” (eufonia) dos falantes podem não ser o suficiente para adequar o uso dos pronomes átonos de acordo com a prescrição da norma tradicional. Por isso, é fundamental observar os critérios que regem a colocação, especialmente em textos da modalidade escrita em situações mais formais, como é o caso de concursos e vestibulares.

Ênclise

Apesar de não ser a forma preferencial dos falantes do português brasileiro, a ênclise – colocação do pronome átono após a forma verbal – é o “padrão” de colocação dos pronomes átonos em textos escritos formais.

Casos em que ocorre a ênclise:

a) Com verbo no início da frase.

Comenta-se que Romário deverá ser o artilheiro.

b) Com verbo no imperativo afirmativo:

Alunos, apresentem-se ao coordenador.

c) Com verbo no gerúndio:

Modificou a rota, tornando-a mais curta.

– Caso o gerúndio venha precedido pela preposição em, ocorrerá a próclise:

Em se tratando de cinema, prefiro filmes europeus.

d) Com verbo no infinitivo impessoal:

Leia atentamente as questões antes de resolvê-las

OBSERVAÇÃO

Algumas formas pronominais quando na posição enclítica apresentam alteração em suas formas.

a) Os pronomes o(s), a(s) quando combinados a formas verbais que terminam pelas consoantes r, s ou z, fazem com que haja a queda da consoante final da forma verbal, e sua transformação em lo(s), la(s).

Posso cantar a canção > Posso cantar + a >Posso cantá-la

A aluna fez os exercícios > A aluna fez +os > A aluna fê-los

Eu quis o bolinho de arroz > Eu quis + o > Eu qui-lo

b) Com as formas verbais terminadas pela consoante m, os pronomes o(s), a(s) assumem as formas no(s) e na(s). Deve-se ter cuidado para não confundir a forma nos de terceira pessoa do plural com a forma nos, referente à primeira pessoa do plural.

Eles trouxeram as saladas > Eles trouxeram +as > Eles trouxeram-nas

Esqueceram os documentos aqui > Esqueceram +os aqui > Esqueceram-nos aqui.

c) A forma nos, de primeira pessoa do plural, quando combinada às formas verbais de primeira pessoa do plural provoca a queda do s final do verbo.

Esquecemos +nos de fechar a porta > Esquecemo-nos de fechar a porta.

Próclise

A próclise é a posição pronominal mais utilizada no português, especialmente em sua utilização coloquial. As regras para sua colocação formal, de forma geral, dependem de uma palavra que atraia o pronome.

Casos em que se usa próclise:

a) Havendo termo atrativo. São eles:

– palavra de sentido negativo:

Não me convidaram para esta festa.

– conjunção subordinativa:

Quando te vi ali não acreditei.

– advérbio:

Assim se resolvem os problemas.

Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise:

Assim, resolvem-se os problemas

– Pronome indefinido:

Tudo se acaba na vida.

– Pronome relativo:

Não encontrei o caminho que me indicaram.

b) Nas orações interrogativas e exclamativas:

Quem te disse que ela não viria?

Quanto me custa dizer a verdade!

c) Nas orações coordenadas sindéticas alternativas:

Ou se fala algo agora, ou se calam todos.

d) Nas construções de em + gerúndio e por + infinitivo:

Em se tratando de política, as discussões são sempre acaloradas.

Por se tratar de um senador da República, sua pena deveria ser exemplar.

Mesóclise

As formas mesoclíticas do pronome estão em franco desuso tanto na língua coloquial quanto na linguagem mais formal, normalmente sendo evitada para não caracterizar “arcaísmo”. Quando inevitável for sua utilização, deve-se seguir as regras a seguir:

Casos em que ocorre a mesóclise:

a) verbo no futuro do presente:

Chamar-me-ão para a posse da nova diretoria.

b) verbo no futuro do pretérito:

Convidar-te-ia para a viagem, se não estivesses atarefado.

Proibições

a) Não se usa próclise no começo de frases ou após pausa.

b) Não se usa ênclise com verbos no particípio passado.

Colocação Pronominal nos Tempos Compostos e Locuções Verbais:

a) verbo principal no infinitivo ou gerúndio:

– ênclise ao verbo principal ou ênclise ao verbo auxiliar:

Quero-lhe apresentar meus primos.

Quero apresentar-lhe meus primos.

– Havendo palavra que exija a próclise, o pronome virá antes do verbo auxiliar, ou depois do principal:

Não lhe quero apresentar meus primos.

Não quero apresentar-lhe meus primos.

b) verbo principal no particípio:

– próclise, mesóclise ou ênclise ao verbo auxiliar, de acordo com as regras normais de colocação;

Nunca o tinha visto antes.

Sentiu-se rejeitado pelos colegas.

Tê-lo-ia procurado, se tivesse tempo.

Considerações ao uso Coloquial dos Pronomes no Português Brasileiro

a) Formas regidas por preposição diferente de a, admitem próclise:

Minha mãe entoava cantigas para me embalar.

b) Com verbos no infinitivo, mesmo na presença de elementos atrativos, admite-se a ênclise:

Sua intenção era não aborrecê-lo.

c) Nas locuções verbais é comum o uso da próclise ao verbo principal:

Não venha me aborrecer agora, estou estudando.

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