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CHINA

CHINA

Aprenda como a cada ano a China ganha maior relevância no tabuleiro de xadrez global. 

A CHINA NO CONTEXTO GLOBAL

A China é um país que se localiza no Extremo Oriente da Ásia e é atualmente um importante comprador de matérias-primas do Brasil (as chamadas commodities), incluindo produtos agrícolas, carnes, metais e minerais. Minério de ferro, soja e petróleo correspondem por quase 80% do que o Brasil vende para os chineses. Contudo, apesar de ser uma grande importadora, a China se destaca muito mais na atualidade pela sua posição como exportadora de produtos industrializados.

Basta olhar para a origem de vários produtos que você consome. Provavelmente a maioria traz o selo “Made in China”, sempre com preços muito acessíveis. Bolas de futebol, computadores, bonés, roupas, celulares e os mais diversos “gadgets”. Até bandeiras brasileiras vendidas na última Copa do Mundo foram confeccionadas em fábricas chinesas.

Além de ser o mais populoso do mundo (1,35 bilhão de habitantes), o país asiático é hoje a segunda maior economia do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos. De 1980 a 2010, a China multiplicou em 17 vezes o PIB (Produto Interno Bruto). Na mesma época, os Estados Unidos apenas dobrou suas riquezas, o que também não é pouco.

A cada ano, a China ganha maior relevância no tabuleiro de xadrez global. O país achou um modelo inusitado ao misturar o regime político comunista com a economia de mercado capitalista. Hoje o país representa a maior ameaça à hegemonia global dos Estados Unidos no século XXI. Enquanto isso não acontece, sua força já é sentida na economia: qualquer movimento pode causar uma desestabilização nos mercados.

Em agosto de 2015, bastou o país asiático anunciar que a sua economia estava em queda que a notícia arrastou para baixo os índices das principais bolsas de valores do mundo. A produção industrial da China desacelerou e o país começou a frear os investimentos.

Essa redução no crescimento foi reflexo da mudança na economia do país, de um modelo predominantemente exportador para uma economia voltada ao consumo interno. Com essa decisão, o Banco Central da China passou a limitar investimentos no exterior, priorizando crescimento “sustentável” do país.

Na década passada, o mundo parecia ter se acostumado ao incremento vertiginoso do PIB do país mais populoso do planeta, sempre perto dos 10% ao ano, o que beneficiava todo o sistema econômico internacional, em particular os vendedores de commodities, como o Brasil. Com uma redução nas exportações chinesas, países como o Brasil são afetados.

Apesar dos indicadores menos impressionantes, a economia chinesa continua sólida e em crescimento anual em torno de 6 a 7%. Ou seja, está longe de significar uma recessão. O governo chinês pretende estimular o mercado interno através do consumo com medidas de crédito, fiscais e tributárias. Assim, o país quer que a população tenha mais dinheiro no bolso para consumir.

Entre 2003 e 2007, a China teve impressionantes taxas de crescimento – entre 10% e 13% ao ano. O desempenho continuou até 2008, ano em que houve um desaquecimento da economia chinesa, agravado pela crise mundial. O governo chinês implantou um pacote econômico com investimentos em crédito e infraestrutura e retomou o crescimento. A economia chinesa continua e deverá continuar crescendo, mas num ritmo menor, mais natural.

DE MAO TSÉ-TUNG AO MILAGRE ECONÔMICO CHINÊS

A China tem uma civilização e uma cultura milenares. Na Antiguidade, sua civilização era mais avançada que os povos do Ocidente e inventou tecnologias como o papel, a pólvora e a bússola. No século 1 a.C. criou a Rota da Seda, rede de comércio que conectava a Ásia, Europa e o Extremo Oriente e que enriqueceu cidades ao longo do caminho.

O século 19 foi marcado pelo Imperialismo de países europeus. Mas a China ainda era um país muito fechado e com comércio restrito pelo Imperador. Nessa época, a Grã-Bretanha começou a vender ópio ilegal para os chineses, droga narcótica que era cultivada na Índia. Apesar de proibido pelo governo chinês, a venda do ópio era feita pelos ingleses, que o contrabandeavam em grande volume.

Em 1839, o governo chinês iniciou uma campanha contra o uso do ópio, prendendo e executando muitos traficantes do narcótico. A ação gerou a Guerra do Ópio, que culminou na vitória inglesa. O país europeu impôs uma série de tratados que garantiam e ampliavam interesses políticos e econômicos na região. Vários portos comerciais chineses foram abertos. Além disso, a China entregou Hong Kong à Grã-Bretanha.

No início do século 20 houve uma revolta contra o domínio colonial, que aprofundava a pobreza do país. A população era 80% constituída por camponeses. Foi no campo que surgiram o Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês), que proclamou a República entre 1911 e 1912, e fundou o partido comunista (PC).

No início, o PC e o Kuomintang eram aliados contra as potências colonialistas. Mas com o golpe militar em 1927, promovido pelos nacionalistas, os comunistas foram para a clandestinidade e aderiram à luta armada.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, começou na China uma guerra civil entre o Kuomintang e o Partido Comunista. O conflito durou de 1946 a 1949, e os comunistas ganharam. Os nacionalistas se refugiaram na ilha de Taiwan, com o apoio dos Estados Unidos. Em 1949, foi criada a República Popular da China (RPC), sob a liderança de Mao Tsé-Tung.

Após a morte de Mao, em 1978, Deng Xiaoping assumiu a liderança e realizou reformas políticas e econômicas que tiveram como maior característica a abertura de mercado. Nesse período foi criada a política do filho único, que visava manter o controle populacional.

No início da década de 1980, o mundo assistia ao processo de globalização, que trouxe maior interdependência da economia global. Países asiáticos começaram a se destacar pelo crescimento econômico, como o Japão, a Coreia do Sul, a Malásia e Cingapura.

Após a queda dos regimes comunistas no Leste Europeu e do Muro de Berlim, a China resistiu como um dos poucos países comunistas do mundo, ao lado de Cuba e da Coreia do Norte. No entanto, se destacou pelas atividades capitalistas enquanto o “partidão” aumentava seu poder.

As reformas de Deng Xiaoping abriram caminho para um crescimento sem precedentes. A sociedade chinesa se tornou uma exportadora de produtos para o resto do mundo. O país começou a fazer investimentos em infraestrutura e a disponibilidade de mão de obra barata e o potencial de acesso a um mercado de consumo gigantesco abriram os olhos das empresas estrangeiras.

Portanto, a partir das reformas iniciadas pelo líder “pragmático” Deng Xiaoping, a China vem se abrindo aos capitais internacionais, buscando modernizar e acelerar a industrialização. Como consequência, o país passou do 23º PIB mundial (1979) para o 2º lugar. Com a liberalização econômica, foram criadas, nas áreas litorâneas, mais de 10 Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde floresce a economia de mercado com a participação de empresas e capitais internacionais. Ao longo dos anos 90, mais de 200 bilhões de dólares foram investidos nessas áreas, revolucionando o sistema produtivo industrial e modernizando o país. Atualmente, a China é considerada, pelos Estados Unidos da América, um país “comercialmente privilegiado”, o que amplia as cotas de importação de produtos chineses para os mercados norte-americanos. Entretanto, há um obstáculo a ser suplantado: esse status de país “economicamente favorecido” tem de ser anualmente renovado pelo Congresso dos Estados Unidos da América, que impõe, à China, uma série de condições para essa renovação. Em 2018, o governo Donald Trump tem feito com que os EUA e a China entrem numa verdadeira batalha comercial por conta de práticas de protecionismo. Além disso, o fato do governo de Pequim não aceitar as leis internacionais que regulam os direitos autorais e as patentes industriais tem impedido a sua aceitação como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os governos ocidentais acusam a China de praticar “dumping social”, pois ela indiretamente subsidia seus produtos por meio da utilização de mão de obra extremamente barata, além da prática de exploração do trabalho escravo de prisioneiros.

OBSERVAÇÃO
Região Administrativa Especial (REA) e Zona Econômcia Especial (ZEE)
A Região Administrativa Especial (RAE) é uma divisão administrativa de nível provincial da República Popular da China. Cada uma tem um chefe de governo executivo como chefe da região e um chefe de governo.
A Constituição da República Popular da China autoriza a criação de Regiões Administrativas Especiais e a criar uma Lei Básica que fornece a estas regiões um alto nível de autonomia, um sistema político separado e uma economia capitalista sob o princípio de “um país, dois sistemas” proposto por Deng Xiaoping.
Atualmente a China, possui duas Regiões Administrativas Especiais: Hong Kong e Macau. Estas são caracterizadas por:
• Serem responsáveis por todas as questões locais, exceto por atos de Estado como política externa e defesa nacional, ou seja, possuem seu próprio Poder Judiciário, políticas de imigração, moedas e processos de extradição.
• Cada uma emite passaportes próprios, apenas para residentes permanentes que também são nacionais da China.
A figura acima representa a Localização das Regiões Administrativas Especiais. 
Em Macau não existe um movimento que busque a independência que seja notável a ponto de provocar instabilidades. Já em Hong Kong existe uma divisão. Existem grupos que desejam a soberania chinesa total, enquanto outros reivindicam a democracia e o direito de eleger diretamente seus chefes executivos.
Estas não devem ser confundidas com as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), que são regiões totalmente administradas pelo governo central chinês e que se formaram ao longo do desenvolvimento industrial chinês (esse processo ocorreu ao longo do século XX e foi regulado pela forte presença do Estado).
As Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) foram criadas com o objetivo de alavancar a produção industrial da China através de um crescimento no total de exportações. Estas são áreas destinadas para o direcionamento da atividade industrial a partir do oferecimento de vantagens para atrair investimentos estrangeiros.
• Presença de mão de obra muito barata e abundante;
• Disponibilidade e acesso às matérias-primas.
• Infraestrutura adequada para exportação de forma eficiente.
• Acesso ao grande mercado consumidor do país sem a necessidade dos produtos passarem por barreiras e tarifas alfandegárias.
A figura acima representa a Localização das Zonas Econômicas Especiais. 
As empresas estrangeiras que desejassem instalar-se no território da China deveriam associar-se com uma empresa local, estatal ou não, em uma prática conhecida na economia como Joint Venture.

O FIM DA POLÍTICA DO FILHO ÚNICO E REAPROXIMAÇÃO COM TAIWAN

Mudanças importantes estão acontecendo na China recentemente. Em 2014, o governo decidiu iniciar o fim da política de filho único temendo que o rápido envelhecimento da população desestabilizasse a economia. Agora, os casais podem ter um segundo filho.

Cabe destacar que, se por anos seguidos a taxa de crescimento da China foi a mais veloz do que a de qualquer outro país, isso provocou mudanças profundas, como o aumento da população urbana em relação à rural. Assim, a população chinesa (que se concentra principalmente no leste do país) já tem maioria de habitantes em áreas urbanas, apesar da milenar tradição rural – e de ainda possuir milhões de pessoas habitando espaços rurais.

Já em 2015 outro fato histórico aconteceu: a reaproximação da China com Taiwan, a ilha vizinha ao gigante asiático. O Partido Comunista da China não considera Taiwan como um país, pois para os chineses, a ilha é uma província renegada. No passado, Taiwan foi o local de refúgio da elite endinheirada, derrotada pelos comunistas de Mao Tsé-Tung em 1949. Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos protegeram militarmente Taiwan e a ilha se tornou um foco permanente de tensão política entre a China e os norte-americanos. Contudo, se Taiwan e China estão mais próximas, o mesmo não se pode dizer da região em que se localizam. Afinal, o Mar do Sul da China é, atualmente, o foco de maior tensão no Sudeste Asiático.

A DISPUTA PELO MAR DO SUL DA CHINA

A área é reivindicada pela China, que alega ter precedência histórica com base em um pedido feito em 1947. No entanto, além das Filipinas, países como Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan também disputam a soberania sobre a região e querem negociar com base na convenção da ONU sobre o Direito do Mar, que define zonas de 200 milhas para cada país. O problema é que, devido à proximidade entre essas nações, as fronteiras marítimas não são bem definidas. Veja, no mapa abaixo, as áreas reivindicadas pelos países:

A região é alvo de grande disputa devido à sua relevância econômica. Além de ser uma área de interesse para a indústria pesqueira, o Mar do Sul da China é uma importante rota por onde circulam 5 trilhões de dólares em comércio anual. Mas o fator de maior atrito são as potenciais reservas de petróleo. Alguns estudos estimam em até 125 bilhões de barris de petróleo, quantidade superior ao do pré-sal brasileiro.

Mesmo com a indefinição das fronteiras, a China ampliou ofensiva para consolidar a ocupação da área a partir de 2014, ao construir ilhas artificiais e enviar plataformas para a exploração de petróleo na região. Para tentar conter o avanço chinês, as Filipinas recorreram a tribunais internacionais de arbitragem, que deu seu veredito contra a China.

O caso gera importantes desdobramentos geopolíticos. As ambições expansionistas da China são vistas como uma forma de impor sua hegemonia no Sudeste Asiático. Para se tornar de fato uma potência global, o país entende que precisa consolidar sua força na região.

A “GEOPOLÍTICA ECONÔMICA” CHINESA: CONSOLIDAÇÃO DE UMA POTÊNCIA GLOBAL?

Na tentativa de projetar sua influência pelo mundo, a China investe na chamada “diplomacia econômica”. Com projetos de financiamento, aquisição de matérias-primas e obras de infraestrutura, o país aposta no poder de sua economia para angariar aliados. É uma forma de estabelecer uma relação na qual os outros países se tornem cada vez mais dependentes do capital chinês.

Nos últimos 15 anos, o comércio entre a China e a América Latina cresceu mais de 20 vezes, superando os 260 bilhões de dólares. Para o governo de Pequim, a América Latina representa um excelente mercado para os produtos manufaturados da China, de maior valor agregado, ao mesmo tempo em que se torna um dos principais fornecedores de matéria-prima e recursos energéticos para sustentar o desenvolvimento chinês.

Os investimentos em infraestrutura também estão se convertendo em outra modalidade atrativa para a China, que se comprometeu a direcionar 250 bilhões de dólares na América Latina nos próximos 10 anos. Já o continente africano, com suas vastas reservas minerais e abundantes jazidas de petróleo, é outro mercado de interesse para a China. Em troca da matéria-prima, empresas chinesas empreendem gigantescas obras de infraestrutura, necessárias para o desenvolvimento dos países da região. De acordo com dados do governo chinês, entre 2002 e 2012 o comércio entre a China e os africanos cresceu 20 vezes, ultrapassando os 200 bilhões de dólares.

Contudo, é entre a Ásia e a Europa que está o projeto mais ambicioso da China, que responde pelo nome de “Nova Rota da Seda”. O objetivo é criar um corredor econômico, composto por estradas, ferrovias, oleodutos e cabos de fibra ótica, que irá conectar, por via terrestre e marítima, a China à Europa e à África. O corredor atravessará a Ásia Central, o Oriente Médio e o Oceano Índico. Para desenvolver este projeto de integração eurasiana, a China criou um fundo 40 bilhões de dólares, que serão investidos em obras de infraestrutura nos países vizinhos.

O SEPARATISMO NO TIBETE E EM XINJIANG

Em 2009, protestos violentos na Região Autônoma chinesa de Xinjiang resultaram na morte de mais de 150 pessoas, e têm raízes no histórico de conflito étnico e repressão da área. O território é onde moram 8,3 milhões de cidadãos da etnia muçulmana Uigur, uma das 56 que formam a colcha de retalhos da China. O grupo sonha com a independência e a formação de seu próprio Estado, o Turquestão do Leste. A separação tiraria 1,7 milhão de quilômetros quadrados das mãos do governo comunista de Pequim. A resposta vem com um pesado controle de população, prisões e preconceito alimentado pela etnia dominante no país, os Han. Com a eclosão dos protestos, o cerco à circulação de informações aumentou.

Redes sociais como Orkut e Facebook, o sistema de microblogs Twitter e o site de vídeos Youtube ficaram inacessíveis na internet chinesa. Sites de publicações estrangeiras também foram bloqueados. A extrema repressão tem seus motivos.

A China, gigante de 9,6 milhões de quilômetros quadrados, tem cerca de um terço do território sob reivindicação de grupos separatistas. Além de Xinjiang, grupos da Mongólia Interior, do Tibete e de Taiwan exigem independência em relação a Pequim. Mas nem todos com as mesmas condições – ou as mesmas estratégias. O Tibete, área mais lembrada pela comunidade internacional quando o assunto é separatismo na China, não é o problema maior. Assim como a Região Autônoma da Mongólia Interior, que reivindica a anexação à Mongólia, a região dos uigures é uma briga bem mais espinhosa para o governo comunista chinês do que a questão tibetana. Em uma área de fronteira estrategicamente importantíssima e com o apoio de militantes estrangeiros e – veladamente – nações vizinhas, a independência da região muçulmana seria um enfraquecimento insustentável para Pequim.

O tipo de apoio externo recebido pelos movimentos separatistas chineses também situa o perigo maior em Xinjiang. As atividades a favor do movimento separatista tibetano, por exemplo, são majoritariamente ideológicas. No Tibete, quando a polícia paramilitar chinesa invade um mosteiro, raramente apreende algo além de armas de fabricação caseira e panfletos contra o governo central. A capital da região, Lhasa, já é uma área dominada pela etnia Han e a resistência está pulverizada – bastando como exemplo o fato de o líder máximo dos tibetanos, o Dalai Lama, viver na Índia como exilado.

Em Xinjiang, a colaboração é imensamente mais pesada. Armas e dinheiro vêm de grupos islâmicos altamente organizados e passam pelas fronteiras que a região faz com Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Afeganistão e Paquistão, diretamente para as mãos dos militantes.

A repressão é proporcional à força dos separatistas da área. Durante os Jogos Olímpicos de 2008, o governo central chinês divulgou a informação de que terroristas muçulmanos explodiram uma delegacia na capital de Xinjiang, Urumqi. Foi a deixa para a prisão de dezenas de militantes separatistas e um aumento significativo da vigilância.

Poucos dias depois, dois jornalistas japoneses conseguiram entrar na cidade. Um repórter e um fotógrafo da agência Kyodo foram à delegacia e, segundo os relatos de ambos, não havia sinais de explosão. Mas eles só conseguiram contar a história após deixarem a detenção. A polícia de Xinjiang prendeu os jornalistas, os espancou e levou o cartão de memória da câmera do fotógrafo, segundo eles próprios contaram quando retornaram a Tóquio.

Para além das fronteiras da Região Autônoma de Xinjiang, os muçulmanos da etnia Uigur são alvos de uma das maiores cargas de preconceito da China. Em Pequim, vivem milhares de cidadãos do grupo étnico encarando a intolerância de boa parte da população de maioria esmagadora da etnia Han.

O preconceito vai além dos olhares tortos. O tratamento dado aos uigures é claramente de descaso pelas autoridades e a pobreza da maioria dos muçulmanos da etnia na capital salta aos olhos. Uma das frases correntes é: “Cuidado com as crianças deles. Os pais os ensinam a roubar as carteiras de todo mundo”. As palavras, normalmente, saem da boca de um cidadão Han.

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