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COMPETÊNCIA 4 – Seu texto, as Repetições e as Conexões

COMPETÊNCIA 4 – Seu texto, as Repetições e as Conexões

Na hora de redigir um texto, você pode dominar o tema, ter excelentes ideias, ser bom em gramática e ainda ter várias propostas de intervenção possíveis. Porém, se não for capaz de arrumar esse conteúdo de forma clara, coesa e coerente, sua nota não será máxima.

DO QUE SE TRATA?

A competência 4 relaciona-se à avaliação dos elementos que organizam no texto as informações nele dispostas. A banca analisa a progressão textual, ou seja, verifica que recursos o candidato utiliza para manter-se escrevendo sobre o mesmo tema sem tornar-se repetitivo, e como promove a aderência de informações novas a partir das conexões materializadas na superfície do texto. De acordo com o Inep, neste quesito avalia-se a capacidade do candidato de:

Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

MAS COMO A BANCA PONTUA SEU TEXTO DE ACORDO COM A COMPETÊNCIA 4?

VAMOS ENTENDER MELHOR O QUE ESPERA A BANCA?

A correção da competência 4 preocupa-se com a repetição de palavras, emprego das expressões conectivas e organização do parágrafo, ou seja, com os critérios de coesão e coerência textuais.

Na hora de redigir um texto, você pode dominar o tema, ter excelentes ideias, ser bom em gramática e ainda contar com várias propostas de intervenção possíveis em mente. Porém, se não for capaz de arrumar esse conteúdo de forma clara, coesa e coerente, sua nota não será a máxima.

Uma redação mal organizada, com partes relacionadas ao tema, mas que não se relacionam entre si, é tão prejudicial à compreensão quanto um texto incompleto, pela metade, inacabado. Por isso, discutir os critérios de coerência é tão importante para a boa elaboração de uma redação, sobretudo, para o ENEM.

A partir disso, você pode perceber que competências e habilidades relacionadas ao conhecimento de gramática não estão relacionadas às competências e habilidades envolvidas com domínio de argumentos e não garantem aquelas ligadas à organização textual ou à capacidade de apresentar propostas direcionas ao problema social envolvido no texto.

A correção do ENEM, desse modo, não se apoia em critérios aleatórios, mas tenta verificar desempenhos cognitivos relacionados à capacidade humana de interagir com o outro por meio de textos escritos formais. Apesar de desenvolver na fala boas ideias, se não for pela prática constante, dificilmente qualquer indivíduo saberá materializar adequadamente suas ideias na escrita, de forma clara, coerente e coesa.

Sendo assim, entende-se que, nesta competência, a banca avalia se o candidato é capaz de apresentar suas ideias de forma coesa e coerente. Logo, você deve estar atento a:

A) Organização dos parágrafos:

Evite parágrafos muito longos e mal pontuados. Em um texto dissertativo-argumentativo, o parágrafo é formado por uma ideia principal relacionada a ideias secundárias. De maneira geral, a divisão de um parágrafo em três períodos favorece bastante sua organização.

B) Organização dos períodos:

Os períodos – no gênero dissertativo – são geralmente estruturados com mais de uma oração, ou seja, são compostos. Isso se deve à necessidade de expressarem-se ideias de causa-consequência, contradição, temporalidade, comparação, conclusão, entre outras possibilidades.

COERÊNCIA INTERNA

Muitos criticam a corrupção no Brasil; no entanto, esquecem-se de que seus morros, praias e belezas naturais representam uma beleza natural sem precedentes. Sendo assim, a sociedade precisa conscientizar-se sobre o real papel da mulher brasileira no mercado de trabalho e agir para que o caos na mobilidade urbana em consonância com a crise hídrica não oportunizem ainda mais fatores como a desigualdade social.

Não precisa reler, porque você não vai conseguir mesmo entender o parágrafo anterior. Apesar de parecer muito bem construído, o fragmento não permite ao leitor saber qual o real foco argumentativo que o autor pretende desenvolver, qual o tema, qual o problema, qual seu posicionamento. Enfim, falta coerência interna.

A coerência interna está diretamente relacionada à organização do texto. Portanto, convém perguntar-se sempre: o desenvolvimento está de acordo como que se enuncia como argumentos no primeiro parágrafo? A conclusão remete ao problema abordado e discutido no texto ou é genérica e superficial? Há frases ambíguas ou truncadas que atrapalham a compreensão? Os parágrafos ou períodos muito longos prejudicam o entendimento do que se diz?

Entre os fatores que cooperam para construção de uma boa coerência interna está o planejamento do que se pretende escrever, a estrutura dissertativa clara, a seleção de argumentos de acordo com a delimitação do assunto e a coesão.

TIPOS DE COESÃO: RECORRENCIAL, SEQUENCIAL E REFERENCIAL

COESÃO RECORRENCIAL

Coesão recorrencial é um recurso muito comum nos textos literários e caracteriza-se pela repetição enfática de expressões no texto. Elis Regina imortalizou a letra de Tom Jobim com sua interpretação de “Águas de Março”, cuja maioria dos versos apresenta o verbo “É”.

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, o nó da madeira
Caingá candeia, é o Matita-Pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho

A ideia das águas que passam e levam os itens apresentados na canção se reforça pela reiteração da forma verbal. Forma-se a imagem da correnteza relacionada à postura de contemplação diante das tantas coisas levadas pelas águas da chuva de março.

COESÃO SEQUENCIAL

A coesão sequencial refere-se à seleção e ao emprego das expressões conectivas que somam e organizam as ideias apresentadas linguisticamente e fazem com que tais ideias, juntas, configurem unidade de sentido, como orações, períodos, frases e textos. Lembre-se de que o enunciado é constituído pela organização de palavras e orações com base nas regras gerais de dependência e independência sintática e semântica.

Cooperam – para organização do texto e para sua melhor compreensão pelo interlocutor – a pontuação na escrita, a entonação na fala, o uso dos sequenciadores textuais, entre outros. Nos módulos iniciais, vimos as primeiras possibilidades de emprego dos conectivos. Neste, apresentaremos outras formas de conexão para que você escolha aquelas que melhor lhe convierem na elaboração de sua redação. Convém observar e já destacar aquelas que identifique como possivelmente úteis à sua maneira de escrever.

COESÃO REFERENCIAL

No sentido de não repetir palavras no texto, há vários recursos que podemos utilizar para diminuir a incidência das mesmas expressões linguísticas. Pode-se, por exemplo, suprimir algo que já está subentendido, usar sinônimos, hipônimos, hiperônimos, além de promover referências textuais para que o leitor remeta sua compreensão do texto a algo já mencionado etc.

A coesão referencial, portanto, realiza-se no texto por meio de cadeias de referência. Cria-se um conjunto de termos ou expressões (correferentes) que remetem à mesma entidade (referente).

O referente é o termo que aponta o ser ou a situação de que se fala. Como veremos, este ser ou situação podem ser reais ou imaginários.

Carlos escreveu o livro sobre a sereia.

Carlos = referente: aponta um ser da realidade
Livro = referente: aponta um ser (pode ser real)
Sereias = referente: aponta ser imaginário.

Correferentes são elementos textuais ou gramaticais sem referência independente que remetem ao referente:

Carlos escreveu o livro sobre sereias. O professor sabia que suas histórias sobre elas seriam interessantes.

Carlos = referente: aponta um ser da realidade
Livro = referente: aponta um ser (pode ser real)
Sereia = referente: aponta ser imaginário.
O professor = correferente: remete a Carlos.
suas = correferente: remete a Carlos.
elas = correferente: remete a sereia.

OBSERVAÇÃO

“O professor” e “suas” formam uma cadeia de referência, pois remetem ao mesmo ser e evitam a repetição da mesma expressão.

Nesse sentido, destacamos a importância das anáforas, catáforas, elipses e correferência não anafórica.

Anáfora

Anáfora é o processo de remissão a um elemento antecedente.

A escola estava fechada e sem alunos. Eles estavam de férias naquele mês.

Eles = elemento anafórico que se refere a alunos (referente anterior).

Você pode empregar em seu texto vários tipos de anáfora:

• nominal: A casa era linda. As paredes eram altas e bem decoradas.
Paredes recupera a ideia de casa. Entende-se “as paredes da casa”

• verbal: João Carlos afirmou que a prova seria adiada. Disse também que não haveria outros testes.
O verbo dizer retoma o antecedente afirmar.

pronominal: Comprei um carro novo e paguei-o à vista.
O pronome o refere-se a carro novo.

adverbial: O Brasil é um grande país. as pessoas são mais felizes.
O advérbio lá refere-se ao antecedente Brasil.

Outros exemplos:

“Quando cheguei ao mercado, o meu tio tinha saído.” (“Tinha saído” é um termo anafórico pois sua interpretação depende de «cheguei», a forma verbal que explicita o ponto de referência temporal do locutor.)

• “Amo velhos, mulheres e crianças. Todos são filhos de Deus.” (“Todos” é um termo anafórico dos nomes antecedentes: “velhos”, “mulheres” e “crianças”.)

• “Beatriz foi ao shopping e Eduarda, sua irmã, também.” (“Também” é uma forma de retoma anafórica de “foi ao shopping”.)

• A residência do presidente impressiona pelo bom gosto. A decoração é majestosíssima.” (“A decoração” funciona como anáfora contextual = “A decoração da residência do presidente”.)

Ana comprou um gato há dias e o animal já dormiu em todos os cantos da casa.” (A anáfora nasce de uma relação de hiponímia / hiperonímia: “o animal” – hiperônimo – retoma o antecedente “um gato” – hipônimo)

“A sala de aula estava destruída. As carteiras ficaram muito quebradas.” (Neste caso, a anáfora decorre da relação holonímia / meronímia: “as carteiras” – merônimo – são parte do todo “a sala de aula” – holônimo);

Carol penteou-se rapidamente. (O pronome reflexivo “se” remete a Carol)

Catáfora

A catáfora consiste na correferência ao que é dito depois.

Tudo falta naquele mercado: arroz, feijão açúcar. (O vocábulo “tudo” remete às palavras que aparecem posteriormente na frase);

Ele chamou-nos naquele momento. A nós todos que estávamos por perto. (A forma pronominal “nos” remete a “nós todos” explicitado posteriormente.)

Muito a odiavam; outros a desejavam; alguns até queriam ser como ela. Minha vizinha era a mais deusa das deusas do Olimpo. (As formas “a” e “ela” fazem correferência à expressão “minha vizinha”.)

• Se comesse bem, João Pedro não teria adoecido. (A forma verbal remete a João Pedro)

“A tia olhou-o e disse: – Viug, estás mais magro.”; (O remete a Viug)

• “Minha irmã deu à luz dois filhos: Ton e Rodrigo. (Dois filhos remete a Ton e Rodrigo)

• “O motivo da crise foi o seguinte: corrupção. (O “seguinte” remete à “corrupção”)

Observe que o termo apresentado primeiro é mais superficial do que o seu referente. Por isso, ele é considerado a
correferência do segundo e não o contrário.

Elipse

A elipse consiste na omissão de elementos subentendidos na frase. Para identificá-los, pode-se basear no próprio texto ou em seu conhecimento de mundo, ou seja, no contexto linguístico ou extralinguístico:

• O professor chegou e (X) explicou a matéria.
(a partir do texto, entende-se que o professor explicou)

• O médico levou um papagaio para o hospital. (X) Curou o paciente.
(a partir do conhecimento de mundo, entende-se que foi o médico que curou o paciente)

Correferência não anafórica

Neste caso, duas ou mais expressões linguísticas (grupos nominais, adverbiais ou preposicionais) remetem ao mesmo referente, sem que exista dependência referencial entre si. Assim, a relação de correferência entre elas é estabelecida a partir do saber compartilhado dos falantes e do contexto extralinguísticos.

Viug viajou ao Japão. O professor de matemática é rico e adora passear.

As expressões “Viug” e “professor de matemática” remetem ao mesmo ser. No entanto, ambas as expressões têm referência autônoma, pois só quem conhece a Viug sabe que ele é rico, apesar de ser professor no Brasil.

Queísmo

A repetição da forma “que” nas orações representa um problema que também gera desconto da competência 4.

Alguns recursos para evitar este tipo de inadequação:

• Elimine expressões como “que é”, “que foi”, “que era”

– A população de São Paulo, (que é) uma das maiores capitais metropolitanas do Brasil já se acostumou com o trânsito nas ruas.
– O professor de física, (que foi) um dos fundadores do curso, pediu demissão da coordenação.

• Troque oração adjetiva por nome

– o menino que estuda → o estudante
– cidadãos que não são honestos → cidadãos desonestos
– funcionário que não tem educação → funcionário mal-educado

• Reduza orações

– Carla disse que sabe utilizar citações. → Carla disse saber utilizar citações.
– Assim que tiver terminado a capacitação, serei promovido. → Terminada a capacitação, serei promovido.
– Depois que tiver publicado o livro, voltarei àquele país. → Publicado o livro, voltarei àquele país.

• Substitua a oração pelo termo nominal

– Os alunos exigem que o diretor seja demito. → Os alunos exigem a demissão do diretor.
– Ninguém duvida de que os policiais sejam corajosos. → Ninguém duvida da coragem dos policiais.

OBSERVAÇÃO

Evite, em seus textos, fazer remissões metadiscursivas, ou seja, referências a partes do próprio texto. Muitas bancas condenam tal uso e, apesar de ter havido redação nota 1000 que tivesse utilizado esse tipo de referência no ENEM, é bom não arriscar, dada a variação em alguns aspectos da correção que ocorrem ano a ano. Vejamos alguns exemplos:

A partir dos argumentos supracitados,

Em oposição ao que foi dito no parágrafo anterior,

Retomando, portanto, a introdução deste texto

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