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Alta Idade Média – Fragmentação política e o poder da cruz

Alta Idade Média – Fragmentação política e o poder da cruz

Aprenda sobre a Alta Idade Média. 

O FEUDALISMO E A ALTA IDADE MÉDIA (V – X)

A JUNÇÃO DE MUNDOS

O feudalismo foi possibilitado pela junção do mundo romano com a do mundo bárbaro. Com isso, houve elementos que permaneceram dentro desta cultura. Dos romanos tivemos as vilas (grandes propriedades agrárias), o clientelismo (dependência social), colonato (obrigações do colono à terra) e o cristianismo (hegemônica desde o final do Império Romano). Do mundo germânico, temos a economia agropastoril, o comitatus (fidelidade entre chefes e guerreiros) e o beneficium (terras em troca de fidelidade).

CARACTERÍSTICAS

Na esfera política foi baseada na relação de Suserania e Vassalagem (herdada dos germânicos que utilizavam o COMITATUS e BENEFICIUM). Esta relação era vertical em teses (militar) e horizontal na prática, já que era uma relação entre nobres, isto é, entre iguais perante a sociedade medieval. Esta construção era pautada no Direito Consuetudinário, onde o suserano concedia dinheiro, gado, terra e pedágio, e o vassalo concedia conselho e auxílio militar.

Já o contexto econômico ficou marcado pela agricultura de subsistência e com poucas relações comerciais (o usual era a relação de escambo).

Na esfera social, a organização se dava pela estrutura estamental (baixa ou nula mobilidade), hierárquica e de privilégios. Nela existiam três divisões básicas, que eram o Primeiro Estado (Clero, função de orar), Segundo Estado (Nobreza, função de lutar) e Terceiro Estado (Servos, função de trabalhar). Com isso, havia pagamento de obrigações pelos servos e subalternos em troca do uso da terra e da proteção militar (relação vertical).

Principais obrigações:

Corveia = trabalho nas terras do senhor.

Talha = “aluguel” da terra (parte da produção do manso servil).

Banalidades = utilização das facilidades do feudo (moinho, fornos, ferramentas).

Mão morta = impostos sobre os servos mortos.

Tostão de Pedro = dízimo da Igreja.

IGREJA CATÓLICA NA EUROPA OCIDENTAL

A Igreja foi reconhecida a partir do Édito de Milão (313), ao conceder liberdade de culto aos cristãos durante o Império Romano e posta como oficial do Estado Romano em 391 d.C., quando Teodósio aplicou o Édito de Tessalônica. Desde então, além de ser a maior força centralizadora da Europa Medieval e maior proprietária de terras, a Igreja tinha o monopólio cultural. Baseado no controle ideológico, onde regulava as relações sociais, e da Escolástica, onde a submissão da filosofia clássica greco-romana aos dogmas da religião católica, levou ao monopólio desta instituição na tradução e interpretação das obras. O clero dividia-se em duas partes: o regular (abade e monges) e o secular (papa, bispos e padres, ou seja, aqueles que possuem contato cotidiano com as pessoas).

Um elemento político importante era a teoria dos dois gládios escrita por Papa Gelásio, em que o poder era dividido em temporal (governo dos homens) e espiritual (poder religioso). Com isso, houve sempre uma forte disputa entre os poderes pelo cesaropapismo (poder espiritual + poder temporal) entre reis e o papa, mas, no medievo, o poder sempre tendia para força papal.

Entretanto, o poder da Igreja sofreu tensões durante o período medieval. Um bom exemplo foi o movimento que, inclusive, fez surgir a Santa Inquisição, em 1231, para punir os praticantes de heresia. Como exemplo de heresias, temos: o arianismo (Cristo não seria Deus, mas seu filho, com isso, sem a mesma substância), albigenses (não acatava a autoridade da Igreja e os Sacramentos) e os valdenses (defensores da pobreza do clero). Do ponto de vista político, um grande evento foi a Querela das Investiduras (1085 – 1122), que gerou a tensão entre Henrique IV (Imperador do Sacro Império Romano Germânico e o Papa Gregório VI, que colocou os bispos sobre a autoridade da Igreja, defendendo dogmas como celibato e combatendo a simonia (venda de bens da Igreja). Sendo assim, surgiram fortes conflitos entre o Imperador e o Papa, que culminou no excomungar do Imperador. Posteriormente, Henrique IV pede perdão e estabelecendo a Concordata de Worms (1122), que limitou o poder do Imperador e reforçou a autoridade da Igreja.

IMPÉRIO BIZANTINO

O antigo Império Romano do Oriente, conhecido também como Império Bizantino se manteve em pé até o século XV, quando, em 1453, Constantinopla foi tomada pelo Império Otomano. Uma das razões para que, diferente do lado ocidental, tenha durado quase um milênio além, é explicado pelo seu forte exército, grande fortaleza e relações diplomáticas que mantinham com os invasores.

A política bizantina era constituída por uma monarquia teocrática e centralizadora, onde a figura do Imperador se baseava como uma liderança política e religiosa. Seu governo foi reforçado por episódios contra o domínio da Igreja, seja pela questão relacionada ao monofisismo e o ideal de Cristo apenas com a natureza divina; a não existência da santíssima trindade; iconoclastia, através da destruição de imagens religiosas; e consequentemente o Cisma do Oriente (1054), quando o patriarca Miguel Cerulário rompeu com o Papa Leão IX, criando assim a Igreja Cristã Ortodoxa Grega.