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ORIENTE MÉDIO

ORIENTE MÉDIO

Oriente Médio é o nome dado para uma parte do continente asiático situada entre África, Ásia e Europa, cujos limites são variáveis de acordo com a análise geográfica ou geopolítica realizada.

O ORIENTE MÉDIO NA ÁSIA

É uma região detentora de aproximadamente 60% das reservas petrolíferas do mundo e de importante rota de passagem entre os três continentes. Chama-se “Grande Oriente Médio” a região expandida, que inclui desde os países do norte da África, aos do Cáucaso e ao Afeganistão.

Definir o que é o Oriente Médio não é algo simples. Os termos “oriental” e “médio” tem como referência qual lugar? Sabemos que no início o termo era britânico , tendo sido traduzido de Middle East. Esse termo, em sua origem, não era apenas europeu, pois tinha uma abordagem imperial, tendo sido considerado a região que se estendia do Marrocos às Filipinas (áreas que as potências europeias lutavam para dominar no passado).

Alguns estudos contemporâneos apontam que o Oriente Médio corresponde a uma região que vai do Marrocos (África) e Sudão (África) até o Afeganistão. Outros estudos apontam que corresponde a um espaço que exclui essas áreas citadas mas que inclui o Chipre e a Turquia.

Nesse capítulo vamos trabalhar o Oriente Médio como a região formada por: Arábia Saudita, Iêmen, Omã, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Iraque, Síria, Israel, Líbano, Turquia, Kuwait, Catar, Barein, Irã e Afeganistão.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

O relevo é dominado por planaltos e, na maior parte da região, predominam os climas desértico e semiárido. O clima úmido ocorre apenas em oásis e áreas litorâneas (onde aparecem planícies). Rios são escassos e poucos são perenes (caso do rio Jordão, entre Israel e Jordânia, e dos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia).

Quanto à população, pessoas de origem e cultura árabe são maioria na região, mas há predomínio de persas no Irã e de turcos na Turquia. O islamismo, seguido por mais de 65% da população do Oriente Médio, é o grande fator de unidade regional. Apenas em Israel a maioria não é mulçumana, mas judia. Turquia e Líbano possuem minorias católicas.

Israel é o único país desenvolvido da região e detém indústria variada e agropecuária moderna. Nos outros países, a economia baseia-se predominantemente na exportação de petróleo (sua maior e, muitas vezes, única fonte de renda). A maioria dos habitantes, destituída dos lucros do petróleo, sobrevive de atividades como pastoreio nômade e agricultura (nas poucas áreas úmidas).

É uma área instável politicamente, o que tem sido agravado pelo crescimento do fundamentalismo islâmico, que prega o fim do Estado Laico e das relações com o ocidente. O Irã exemplifica essa situação: Estado teocrático, considera o ocidente decadente e responsável pelo afastamento dos valores religiosos. Seu governo restringe os meios de comunicação e se opõe às exigências internacionais de respeito aos direitos humanos, à liberdade de imprensa e ao controle da energia nuclear.

OBSERVAÇÃO
Sunitas e Xiitas
O Islamismo é uma religião que se formou no século VII no Oriente, enquanto povos de diversos reinos disputavam territórios na Europa Ocidental, e que teve sua expansão através do povo árabe.
Assim como em outras crenças religiosas, o Islamismo considera que Adão foi o primeiro homem e que Jesus, por sua vez, teria sido apenas mais um dos profetas. Acreditam que Maomé foi o último dos profetas e que por ter recebido a revelação de Alá (Deus) era também o principal.
As disputas políticas após a morte de Maomé levaram a formação das duas principais ramificações nessa religião:
Sunitas (maioria no mundo islâmico com cerca de 65%) – Acreditam que os três primeiros sucessores (califas) de Maomé, apesar de terem apresentado parentesco direto com ele, foram escolhidos graças a suas qualidades para liderar. Portanto, acreditam que aqueles que seguirem os ensinamentos do Suna (livro complementar que narra a vida de Maomé) e do Corão (livro sagrado dos muçulmanos) pode governar.
Xiitas (maioria apenas no Irã, correspondendo a 30%) – Consideram que os familiares de Maomé são os sucessores naturais do profeta, não reconhecendo assim a legitimidade dos três principais califas dos sunitas. Portanto, acreditam que devem ser governados apenas por descendentes de Ali (genro de Maomé com sua filha Fátima).

A TENSÃO GEOPOLÍTICA ENTRE IRÃ E ARÁBIA SAUDITA

Irã e Arábia Saudita tem protagonizado uma das mais fortes rivalidades no Oriente Médio. De um lado, o Irã, país de maioria xiita que tem como principais aliados na região a Síria, o Iraque e o Hezbollah libanês – organização política e militar considerada terrorista pelos Estados Unidos (EUA). Entre outros pontos em comum, o eixo se une no antagonismo ao governo de Israel.

Do outro lado, a Arábia Saudita, nação considerada berço do sunismo. Seus principais aliados são as monarquias absolutistas do Golfo Pérsico, como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Catar. Além desses países, os sauditas também se alinham com a Jordânia e o Egito. Em comum, este eixo mantém uma duradoura parceria estratégica com os Estados Unidos.

Nos últimos dois anos, uma série de fatores contribuiu para elevar a tensão entre Irã e Arábia Saudita na acirrada disputa pela hegemonia política no Oriente Médio, com destaque para CINCO pontos principais:

PETRÓLEO

O preço do petróleo atingiu um baixíssimo valor nos últimos anos. Uma das razões é a estratégia dos sauditas de prejudicar seus concorrentes – entre eles o Irã. A Arábia Saudita é o mais influente membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o cartel que reúne os maiores exportadores de petróleo, e vem insistindo em manter a produção elevada para jogar o preço do barril lá para baixo. Os sauditas sabem que o barateamento do petróleo prejudica o Irã, que tem uma economia mais vulnerável e dependente do petróleo. Como a Arábia Saudita possui elevadas reservas internacionais, ela é capaz de lidar com a cotação baixa sem comprometer drasticamente sua economia.

ACORDO NUCLEAR

O acordo nuclear firmado entre Estados Unidos e Irã deixou a monarquia saudita furiosa. Isso porque o entendimento tem tudo para elevar o status geopolítico do Irã. Ao concordar em reduzir o alcance de seu programa nuclear, o Irã terá as sanções impostas pelo Ocidente suspensas. Com isso, o país voltará a integrar ativamente a economia global, criando grandes oportunidades comerciais e financeiras. Além disso, o acordo nuclear abre espaço para um entendimento mais amplo entre as potências e o Irã. Os sauditas, que contam com o apoio dos Estados Unidos, temem que os estadunidenses comecem a se alinhar com os iranianos. Contudo, tal panorama voltou a mudar drasticamente em 2018, quando Donald Trump rompeu o acordo com o Irã e voltou a aplicar sanções econômicas ao país, num gesto que agradou os sauditas e irritou iranianos.

GUERRA DA SÍRIA

O Irã é o principal aliado do regime do ditador sírio Bashar al-Assad no Oriente Médio. Além do apoio financeiro, logístico e militar, o Irã atua diretamente na guerra com a participação de algumas milícias xiitas. Já a Arábia Saudita está do outro lado no conflito, fornecendo armas e ajuda financeira aos rebeldes que tentam derrubar o regime de Assad. Além disso, diversos doadores particulares da Arábia Saudita contribuem para a organização extremista Estado Islâmico, que também luta contra as tropas sírias.

CONFLITO NO IÊMEN

O Iêmen também é palco de um conflito que opõe as forças sauditas e iranianas. Desde 2014, o movimento houthi, ligado aos xiitas, vem travando um combate contra as tropas do governo iemenita. Em 2015, os houthi deram um golpe de Estado, obrigando o presidente a fugir do país. A partir daí, o conflito se acirrou, com a Arábia Saudita bombardeando as bases dos houthi. Estes, por sua vez, recebem apoio do governo do Irã.

EXECUÇÃO DE LÍDER XIITA

No começo de 2017, a execução do clérigo xiita Nimr Al-Nimr pelo regime saudita abriu a mais recente crise com o Irã. Considerado terrorista pelos sauditas, Al-Nimr era uma das principais vozes da oposição no país e um aliado do governo iraniano. Após a morte do líder xiita, a embaixada da Arábia Saudita em Teerã (capital do Irã) foi atacada por manifestantes. Em resposta os sauditas romperam relações diplomáticas com o Irã, gesto que foi seguido por aliados como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão.

A SITUAÇÃO DA GUERRA DA SÍRIA E OS PAÍSES ENVOLVIDOS

Em abril de 2018, mais um capítulo foi escrito na Guerra da Síria. No dia 13/04, os Estados Unidos (EUA), com a ajuda do Reino Unido e da França, bombardearam alvos estratégicos na Síria. O ataque foi uma retaliação ao uso de armas químicas contra civis ocorrido nas imediações da capital Damasco, na semana anterior. O EUA responsabilizou o regime de Bashar al-Assad pelo ataque, fato que é negado pelo governo sírio. A ofensiva norte-americana foi duramente criticada por Irã e principalmente pela Rússia, principais aliados da Síria.

A guerra na Síria começou em 2011 a partir de protestos contra o regime de Bashar al-Assad e se transformou na maior tragédia humanitária deste século, com mais de 500 mil mortes e 5 milhões de refugiados. O caos sírio é apenas um dos desdobramentos do atual quadro de instabilidade no Oriente Médio, que, por sua vez, é fruto de antigas rivalidades e intervenções externas. Neste cenário de tensão permanente, os principais atores se posicionam de maneiras distintas diante dos desafios regionais.

ESTADOS UNIDOS

Com grandes interesses econômicos e políticos na região, os Estados Unidos desempenham um papel de potência central desde o fim da II Guerra Mundial, em 1945. Após o governo de George W. Bush, que iniciou as guerras do Afeganistão (2001) e do Iraque (2003), a atual administração, de Barack Obama, retirou as tropas desses países. Para alguns analistas, a recusa de Obama em mandar tropas terrestres para combater o EI na Síria e no Iraque deixou o caminho aberto para uma intervenção mais incisiva da Rússia no conflito sírio. Com a posse de Donald Trump, em 2017, a expectativa era que os EUA permanecessem estrategicamente afastados do conflito, conforme prometera o presidente. No entanto, os norte-americanos já lançaram duas ofensivas contra a Síria: a primeira em abril de 2017 e a segunda na semana que passou – ambas foram motivadas por denúncias de que o regime de Assad teria feito uso de armas químicas.

RÚSSIA

Principal aliada do regime sírio de Bashar al-Assad fora do Oriente Médio, seus interesses na região vêm da época da ex-União Soviética. O país mantém na Síria uma base militar na cidade portuária de Latakia. Ao iniciar, em setembro de 2015, bombardeios em território sírio, que atingiram principalmente grupos rebeldes de oposição a Assad, a Rússia provocou uma mudança signifi cativa do conflito sírio, em favor do governo. Com a ajuda de Vladimir Putin, o regime sírio retomou o controle de importantes regiões do país, praticamente eliminou a ameaça do EI em seu território e evitou a derrocada de seu governo. Para os russos, a Síria se tornou peça-chave para a projeção de seu poder no Oriente Médio e sustentar a estratégia de antagonismo em relação às potências ocidentais.

TURQUIA

Integra a coalizão internacional contra o EI, mas sua preocupação central é evitar a ascensão dos curdos, que estão presentes em seu território e em outros países da região, e lutam pela criação de um Estado próprio. Os curdos conquistaram grande autonomia na Síria e no Iraque, o que poderia estimular movimentos separatistas curdos na Turquia. Por isso, segundo analistas, o regime turco fez vistas grossas à passagem de jihadistas por suas fronteiras em direção às regiões controladas pelo EI, já que o grupo combate os curdos. Antigo aliado sírio, a Turquia foi um dos primeiros países a voltar-se contra Bashar al-Assad assim que começaram as revoltas na Síria, em 2011.

IRÃ

O país é a principal força xiita na região e maior aliado do governo sírio de Bashar al-Assad. O governo iraniano enviou milícias para combater ao lado das tropas sírias contra os grupos rebeldes e o EI. O acordo que assinou com as grandes potências, em 2015, concordando em limitar seu programa nuclear, levou o país de volta à comunidade internacional e ampliou sua capacidade de influenciar no jogo diplomático da região. Em 2018, viu sua situação novamente ser ameaçada em função da decisão do novo presidente dos EUA, Donald Trump, de romper o acordo assinado por seu antecessor, Barack Obama. Seus principais rivais no Oriente Médio são Israel e Arábia Saudita.

IRAQUE

Desde a ocupação anglo-americana, que durou de 2003 a 2011, o país vive sob instabilidade. Inicialmente, houve uma violenta luta contra as tropas estrangeiras, que englobava vários setores da sociedade iraquiana. A partir de 2006, acirraram-se os conflitos sectários entre muçulmanos xiitas e sunitas. Nesse quadro de desagregação, o EI fortaleceu-se e ocupou várias regiões do país. O governo xiita do Iraque é um aliado da Síria, e ambos tentam conter o avanço do EI em seus territórios.

SÍRIA

O regime de Bashar al-Assad passou a ser combatido em 2011 por grupos rebeldes armados, sustentados pelas grandes potências, Arábia Saudita e Catar. O governo sírio tem o apoio do Irã e do grupo libanês Hezbollah, além da Rússia. Numa situação de caos criada pelo conflito, o EI, vindo do Iraque, ocupou metade do território sírio. No entanto a ajuda militar do Irã e da Rússia foram fundamentais para o fortalecimento do regime de Assad, que praticamente acabou com a ameaça do EI em seu território. O confronto agora volta-se para o combate das diversas milícias rebeldes espalhadas pela Síria.

ARÁBIA SAUDITA

País que lidera a ala sunita dos muçulmanos no Oriente Médio. Seu regime é inspirado no wahabismo, uma forma de islamismo fundamentalista considerado inspirador de grupos terroristas como Al-Qaeda e EI. Apesar disso, é aliado dos países ocidentais, que, por interesse comercial no petróleo saudita, costumam tolerar como a repressão aos direitos das mulheres e execuções por decapitação. Seu grande rival na região é o regime xiita do Irã, e combate também Al-Assad na Síria.

ISRAEL

Desde sua criação, em 1948, o país vive um conflito com os árabes palestinos que ocupavam a região. Fortemente financiado e armado pelos EUA, Israel também mantém relações hostis com outros países árabes vizinhos como Líbano e Síria. Neste último, Israel ocupa as Colinas de Golã e, apesar da rivalidade com Bashar al-Assad, procurava manter uma distância estratégica da guerra civil. Porém, nos últimos anos as forças israelenses vêm intervindo mais frequentemente no conflito, com bombardeios em território sírio. O maior inimigo de Israel no Oriente Médio é o Irã – os dois países já estiveram à beira de um conflito no início da década, devido ao programa nuclear iraniano.

IÊMEN

País mais pobre do Oriente Médio, vive um conflito depois que o governo eleito sofreu um golpe por parte do grupo dos houthis, o que deu início a um período de instabilidade. A fragilidade iemenita faz com que sua política esteja constantemente sob pressão de nações mais poderosas, que disputam a influência sobre os rumos do país. A Arábia Saudita comanda uma ação militar no país contra os houthis, que são apoiados discretamente pelo Irã. A grave situação humanitária resultante facilitou a ação da Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) e do EI.

CURDOS

Não constituem um país, mas um povo que luta por um Estado próprio, o Curdistão. Estão espalhados por Turquia, Iraque, Síria, Irã, Armênia e Azerbaijão. Na luta contra o EI, tropas curdas da Síria e do Iraque desempenham um papel central nos combates em terra, apoiadas pelos bombardeios aéreos da coalizão liderada pelos EUA. Esse fato inquieta a Turquia, cujo governo considera mais perigoso para seus interesses internos o fortalecimento dos curdos do que a ampliação de poder de grupos fundamentalistas como o EI. Os curdos iraquianos tentaram sem sucesso separar-se do Iraque, após a realização de um referendo. Já os curdos sírios possuem grande autonomia no norte do país.

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