Lógica I: Argumentação
O debate argumentativo faz parte do nosso cotidiano, usamos argumentação para falar com parentes, com amigos, com namorados e até na criação dos filhos.
A LÓGICA E O PENSAMENTO
Nosso debate lógico é moldado por estratégias de argumentação, formatos de raciocínio e busca de uma linha reguladora no embate.
O modo de pensar que conhecemos hoje é criado na sua estrutura por Aristóteles na obra “Analíticos”. Essa e outras obras sobre o assunto foram denominadas mais tarde, em conjunto, “Órganon”, que significa “instrumento” (de fato, instrumento para se proceder corretamente no pensar). A palavra “lógica” só vai ser usada posteriormente, não sendo usada por Aristóteles.
Antes de entrarmos especificamente na lógica aristotélica, vale falar de alguns conceitos essenciais:
DEDUÇÃO:
1. do geral para o particular;
2. do universal para o particular;
3. do todo para a parte;
4. possui consistência lógica, o que se diz do todo, se diz da parte;
5. usado para demonstrar;
6. usado na argumentação;
7. conclusões necessárias, não podem ser negadas, muito usados em ciências formais, como a matemática.
INDUÇÃO:
1. do particular para o geral;
2. do particular para o universal;
3. da parte para o todo;
4. usado em ciências experimentais;
5. princípios a partir de vivências;
6. experimentação;
7. conclusões prováveis, passíveis de serem negadas, mantidas pelos hábitos.
Ao se falar em lógica e pensar, observamos que a dedução e a indução são caminhos através dos quais, a partir de um cenário ou fato conhecido, chega-se a algo que ainda não é conhecido mediante um encadeamento de ideias e procedimentos racionais.
ANALOGIA:
É uma indução parcial ou imperfeita, na qual passamos de um ou de alguns fatos singulares não a uma conclusão universal, mas a uma outra enunciação singular ou particular. Da comparação entre objetos ou fenômenos diferentes, inferimos pontos de semelhança.
Exemplo: se tal comprimido fez bem para um amigo meu, logo deverá fazer bem a mim também.
FALÁCIAS:
Falácias são erros de argumentação, ou, num sentido mais estrito, argumentos que dão, enganosamente, a impressão de serem válidos ou mesmo corretos, mas que não são.
Existem muitos formatos de falácias utilizadas, as mais comuns são:
1. Argumento contra o homem (Argumentum ad hominem): os argumentos “ad hominem” são falácias condenadas porque desqualificam quem fala para não precisar discutir o teor do que diz o adversário.
2. Apelo à autoridade (Argumentum ad verecundiam): apela para a palavra ou reputação de alguma autoridade a fim de validar o argumento. A argumentação é inválida quando se baseia exclusivamente na confiança de certa autoridade para validar o argumento e não nas razões e procedimentos racionais que a levou a chegar à conclusão.
3. Apelo à piedade (Argumentum ad misericordiam): apelo à piedade é um argumento utilizado quando se apela à piedade para que uma conclusão seja aceita.
4. Apelo à multidão (Argumentum ad populum): consiste em dizer que determinada proposição é válida ou boa simplesmente porque muitas pessoas a aprovam.
5. Apelo à ignorância (Argumentum ad ignorantiam): conclui que algo é verdadeiro só porque não pode ser provado como falso, ou vice-versa.
6. Petição de princípio (Petitio principii): é um argumento falacioso em que se tenta provar uma conclusão com base em premissas que a pressupõem como verdadeira.
7. Acidente (Dicto simpliciter): é aplicada a regra geral quando as circunstâncias sugerem que se deve aplicar uma exceção à regra.
8. Generalização Apressada: generalização apressada é uma falácia lógica que ocorre quando muito poucos exemplos são usados para justificar uma generalização.
9. Falsa Causa: afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos, eles estão relacionados.