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ÉTICA E MORAL

ÉTICA E MORAL

A palavra “moral”, e as suas cognatas, refere-se ao que é bom ou mau, correto ou incorreto, no caráter ou conduta humana.

A MORAL

Mas o bem moral (ou a correção) não é o único tipo de bem; assim, a questão é saber como distinguir entre o moral e o não moral. Esta questão é objeto de discussão. Algumas respostas são em termos de conteúdo.

Uma opinião é que as preocupações morais são unicamente as que se relacionam com o sexo. Mais plausível é a sugestão de que as questões morais são unicamente as que afetam outras pessoas. Mas há teorias (Aristóteles, Hume) que considerariam que mesmo esta demarcação é excessivamente redutora. Outras respostas fornecem um critério formal: por exemplo, que as exigências morais são as que têm origem em Deus, ou que as exigências morais são as que derrotam quaisquer outros tipos de exigências ou, ainda, que os juízos morais são universalizáveis.

A palavra latina moralis, que é a raiz da palavra portuguesa, foi criada por Cícero a partir de mos (plural mores), que significa costumes, para corresponder ao termo grego ethos (costumes). É por isso que em muitos contextos, mas nem sempre, os termos “moral/ético”, “moralidade/ética”, “filosofia moral/ética” são sinônimos.

Tratado da Natureza Humana: Uma Tentativa de Introduzir o Método Experimental de Raciocínio nos Assuntos Morais (1739), de David Hume.

A ÉTICA

Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, assim, ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. A palavra “ética” relaciona-se com ethos, que em grego significa hábito ou costume. A palavra é usada em vários sentidos relacionados, logo, é necessário distinguir para evitar confusões.

Em um plano, há a ética normativa que é a investigação racional, ou uma teoria, sobre os padrões do correto e incorreto, do bom e do mau, com respeito ao caráter e à conduta, que uma classe de indivíduos tem o dever de aceitar.

Em outro sentido, temos o estudo a partir do exterior, por assim dizer, de um sistema de crenças e práticas de um grupo social, mais especificamente uma ética descritiva, dado que um dos seus objetivos principais é descrever a ética do grupo. Também chamada por vezes etnoética.

Em uma terceira perspectiva, temos a metaética ou ética analítica, um tipo de investigação ou teoria filosófica que se distingue da ética normativa. A metaética tem como objeto de investigação filosófica os conceitos, proposições e sistemas de crenças éticos. Analisa os conceitos de correto e incorreto, bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta, assim como conceitos relacionados com estes, como, por exemplo, a responsabilidade moral, a virtude, os direitos.

página da edição de 1566

Primeira página da edição de 1566, em grego e latim, de Ética a Nicômaco, de Aristóteles.

E QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE A ÉTICA E A MORAL?

A Ética, ou Filosofia moral- como também é conhecida- é a disciplina filosófica que trata de questionamentos acerca da moral – o dever, o bem e o mal, a consciência moral. Por oposição, a moral trata do mundo da prática, apesar de não se resumir a ele. O conjunto de regras e normas que regulam o comportamento de um grupo ou grupos é a moral.

Há um ponto no qual a moral possui uma característica, que em certa medida, a distingue da ética, que é a sua transformação de acordo com o tempo (época) e o lugar em que é aplicada. A moral que vigorava em nossa sociedade há alguns poucos anos no campo dos relacionamentos pessoais não se aplica mais aos dias de hoje. A forma recatada como as pessoas viviam há algumas décadas já não é mais observada por muitos nos dias de hoje.

Já quando falamos de ética, devemos ter em mente que a mesma busca realizar uma observação sistematizada das diversas morais vigentes, pertencentes aos mais variados grupos. Seu objetivo é levar o ser a uma reflexão acerca das motivações por trás das ações dos grupos ou indivíduos. Essa é mais uma confirmação de que a ética é uma observação teórica sobre a prática humana, que vem a ser o comportamento moral.

TEXTO COMPLEMENTAR

A julgar pela vida que os homens levam em geral, a maioria deles, e os homens de tipo mais vulgar, parecem (não sem um certo fundamento) identificar o bem ou a felicidade com o prazer, e por isso amam a vida dos gozos. Pode-se dizer, com efeito, que existem três tipos principais de vida: a que acabamos de mencionar, a vida política e a contemplativa. A grande maioria dos homens se mostra em tudo iguais a escravos, preferindo uma vida bestial (…).

A consideração dos tipos principais de vida mostra que as pessoas de grande refinamento e índole ativa identificam a felicidade com a honra; pois a honra é, em suma, a finalidade da vida política. No entanto, afigura-se demasiado superficial para aquela que buscamos, visto que depende mais de quem a confere de que quem a recebe, enquanto o bem nos parece ser algo próprio de um homem e que dificilmente lhe poderia ser arrebatado.

(…)Quanto à vida consagrada ao ganho [de dinheiro], é uma vida forçada, e a riqueza não é evidentemente o bem que procuramos; é algo de útil, nada mais, e ambicionado no interesse de outra coisa. (…)

Voltemos novamente ao bem que estamos procurando e indaguemos o que é ele, pois não se afigura igual nas distintas ações e artes; é diferente na medicina, na estratégia, e em todas as demais artes do mesmo modo. Que é, pois, o bem de cada uma delas? Evidentemente, aquilo em cujo interesse se fazem todas as outras coisas. Na medicina é a saúde, na estratégia a vitória, na arquitetura uma casa, em qualquer outra esfera uma coisa diferente, e em todas as ações e propósitos é ele a finalidade; pois é tendo-o em vista que os homens realizam o resto. Por conseguinte, se existe uma finalidade para tudo que fazemos, essa será o bem realizável mediante a ação; e, se há mais de uma, serão os bens realizáveis através dela. (…)

Ora, nós buscamos aquilo que merece ser buscado por si mesmo mais absoluto do que aquilo que merece ser buscado com vistas em outra coisa, e aquilo que nunca é desejável no interesse de outra coisa mais absoluto do que as coisas desejáveis tanto em si mesmas como no interesse de uma terceira; por isso chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa.

Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos, mas também os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes. A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral, qualquer coisa que não seja ela própria.

(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco)

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