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Polialelia e grupos sanguíneos

Polialelia e grupos sanguíneos

A polialelia é consequência de mutações que ocorreram num lócus gênico, originando vários alelos que determinam variantes em um mesmo caráter…

INTRODUÇÃO

Assim, ao invés de trabalharmos com um gene que apresenta duas variantes alélicas (A e a), trabalhamos com genes que apresentam mais do que duas variantes (A1, A2 e A3, por exemplo). Sendo alelos entre si e ocupando o mesmo locus, cada indivíduo só pode apresentar um par de alelos para um dado gene (A1A1, A1A2, A1A3, A2A2, A2A3 ou A3A3, neste caso).

Vários são os casos da polialelia conhecidos, sendo os mais comuns a cor da pelagem em coelhos e os grupos sanguíneos.

PELAGEM DE COELHOS

Quanto à cor da pelagem, os coelhos apresentam 4 alelos (C, cch, ch e c). Estes alelos não podem ser simplesmente classificados como dominantes ou recessivos. Desta forma, eles apresentam um grau de dominância entre si.

C selvagem > Cᶜʰ chinchila > Cʰ himalaia > C albino 

Ordem de dominância absoluta 

alelo C → Selvagem ou Aguti (cor cinza escuro uniforme) e genótipo CC, Ccch, Cch ou Cc;

alelo cch → Chinchila (cor cinza claro prateado) e genótipo cchcch, cchchou cchc;

alelo ch → Himalaio (corpo branco com extremidades negras) e genótipo chch ou chc;

alelo c → Albino (cor branca uniforme) e genótipo cc.

SISTEMA ABO

Entre 1900 e 1901, um cientista chamado Landsteiner demonstrou que os seres humanos podem ser reunidos em 4 grupos sanguíneos diferentes, denominados A, B, AB e O.

A descoberta foi feita ao se observar que os acidentes nas transfusões sanguíneas decorrem, em regra, do fato de as hemácias do doador serem aglutinadas pelo plasma do sangue do receptor. Logo a seguir, ocorre hemólise das aglutinações formadas, o que resulta em elevada taxa de hemoglobina dissolvida no sangue circulante.

A aglutinação corresponde ao agrupamento desorde­nado de hemácias, resultante da reação entre um antígeno e um anticorpo, aqui chamados, respectivamente, agluti­nogênio e aglutinina. Antígenos são substâncias de origem biológica estranha a um determinado organismo que, introduzidas nele ou entrando em contato com ele, são neutralizadas e desativadas pelos anticorpos. Estes, por sua vez, são substâncias proteicas específicas de defesa já existentes ou induzidas pelos antígenos. A relação entre aglutinogênios e aglutininas que caracterizam um determinado tipo sanguíneo está representada na tabela a seguir.

Os aglutinogênios são encontrados nas hemácias, e as aglutininas são encontradas no plasma. Assim, os indivíduos do grupo sanguíneo A possuem nas suas hemácias o aglutinogênio A (que funciona como antígeno) e no seu plasma, a aglutinina anti-B (que funciona como anticorpo). Os indivíduos do grupo sanguíneo B possuem nas suas hemácias o aglutinogênio B e no seu plasma, a aglutinina anti-A. Os indivíduos do grupo sanguíneo AB possuem nas suas hemácias os aglutinogênios A e B e, naturalmente, não possuem no seu plasma as aglutininas anti-A e anti-B. Os indivíduos do grupo sanguíneo O não possuem nas suas hemácias os aglutinogênios A e B, porém, têm no seu plasma as aglutininas anti-A e anti-B.

A presença ou ausência de aglutininas que combatam um determinado aglutinogênio é o que determina se um indivíduo pode ou não receber uma doação de sangue. Assim, quando consideramos apenas o sistema ABO, indivíduos do grupo sanguíneo AB são considerados receptores universais pois não possuam anti-A ou anti-B. Os indivíduos do grupo sanguíneo O, por sua vez, não podem receber sangue, a não ser de outros indivíduos O. No entanto, como suas hemácias não apresentam os aglutinogênios A ou B, suas células não são consideradas estranhas a nenhum receptor e, por isso, estes indivíduos são considerados doadores universais. A figura a seguir ilustra as possíveis transfusões que podem ser realizadas quando considerado apenas o sistema ABO.

A determinação do tipo sanguíneo de um indivíduo é realizada através de um exame de sangue bastante simples. Duas gostas de sangue do sujeito a ser testado são colocadas sobre uma lâmina de vidro e, sobre elas, são pingados anticorpos correspondentes às aglutininas anti-A e anti-B. Repare que o objetivo do teste é detectar os aglutinogênios presentes nas hemácias deste indivíduo e, por isso, os anticorpos utilizados não são aqueles presentes em seu próprio plasma mas, sim, anticorpos adquiridos comercialmente para esta única finalidade.

Suponhamos que um indivíduo testado apresente sangue tipo A e, desta forma, possua aglutinogênio A, mas não possua aglutinogênio B. Ao pingar uma gota de anti-A sobre suas células, será possível observar a aglutinação, uma vez que o anticorpo comercial anti-A reage com o aglutinogênio A presente em suas células. Ao pingar uma gota de anti-B, no entanto, não é possível observar qualquer reação, uma vez que suas hemácias não possuem o aglutinogênio B. A figura a seguir representa o teste realizado e os resultados obtidos para cada grupamento sanguíneo do sistema ABO.

HERANÇA DO SISTEMA ABO

A herança dos grupos sanguíneos é feita por três alelos denominados IAIBi. Esses genes condicionam ou não a presença de aglutinogênios nas hemácias. Dessa maneira tem-se:

• IA → condiciona aglutinogênio A;

• IB → condiciona aglutinogênio B;

• i → não condiciona aglutinogênio.

Os alelos IA e IB não são dominantes entre si, mas dominam o gene i e cada pessoa só pode possuir dois alelos dessa série de três. Os alelos IAIBi propiciam, portanto, os seguintes genótipos e fenótipos:

SISTEMA RH

O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e colaboradores, quando injetou-se sangue do macaco do gênero Rhesus em coelhos. Estes animais produziram anticorpos, os quais destruíram as hemácias do macaco. Chamou-se fator Rh ao antígeno existente no sangue do macaco do gênero Rhesus e de anti-Rh ao anticorpo produzido.

O Macaco Rhesus é bastante utilizado em experimentos de laboratório

Posteriormente, chegou-se à conclusão estatística de que cerca de 85% das pessoas possuem este fator, e foram classificadas em:

Rh positivo – quando as suas hemácias possuem este antígeno.

Rh negativo  – quando as suas hemácias não o possuem.

Na genética do fator Rh, existe um alelo R, dominante, que determina a produção de antígeno Rh, e impede a forma­ção do anticorpo correspondente. Os portadores deste gene, como já foi analisado anteriormente, são chamados Rh+. O alelo r não determina a produção do antígeno, nem impede a produção do anticorpo. As pessoas não portadoras do gene dominante, consequentemente, não produzem o antígeno e são chamadas Rh–.

As transfusões sanguíneas costumam levar em consideração os sistemas ABO e Rh. Assim, seguindo o mesmo raciocínio utilizado anteriormente na discussão isolada do sistema ABO, compreendemos agora que um receptor universal será AB+, enquanto um doador universal será O. A tabela a seguir ilustra as possíveis transfusões quando levamos em conta os dois sistemas ao mesmo tempo.

ERITOBLASTOSE FETAL OU DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM-NASCIDO (DHRN)

Com a descoberta do fator Rh, foi constatado que ele era responsável por uma forma de anemia em recém-nascido natimortos e abortos. Tal fato somente ocorre quando a mãe for do tipo sanguíneo Rh– e o filho Rh+, sendo que, geralmente, os problemas surgem a partir do segundo filho Rh+.

A Eritroblastose Fetal ou Doença Hemolítica do Recém-nascido (DHRN) ocorre nas seguintes condições:

• Somente pessoas do grupo Rh são capazes de gerar anti-Rh (são anticorpos induzidos);

• A circulação sanguínea da mãe é separada da circulação sanguínea do feto, sendo, portanto, indispensável que haja ruptura dos capilares da placenta, o que permitirá a passagem de pequenas quantidades de hemácias do feto para a mãe;

• Ocorrendo essa transfusão sanguínea placentária de um feto Rh+ para a mão Rh-, pode haver formação de anticorpos-Rh+ no sangue materno;

• Esses anticorpos dissolvidos no plasma materno passam livremente, através da placenta, para a circulação fetal, provocando hemólise (destruição de hemácias);
• Se for o primeiro filho, dada a lenta produção de anticorpos, não é comum que se observe qualquer consequência;

• Em uma segunda gravidez (o feto sendo Rh+), ocorrendo novamente trocas sanguíneas e a mãe possuindo os anticorpos anti-Rh+ (formados durante a primeira gravidez), em concentração suficiente, destroem as hemácias do feto, produzindo a doença;

• Há casos em que o feto resultante de uma primeira gravidez pode apresentar a doença. Esse caso ocorre quando a mãe Rh- (que nunca teve uma gravidez) está grávida pela primeira vez de um feto Rh+, mas já foi previamente imunizada contra o fator Rh;

• Algumas mulheres Rh- têm vários filhos Rh+ normais. O fato acontece devido a não ruptura dos vasos sanguíneos da placenta.

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