2ª LEI DE MENDEL
Ao estudar os fenótipos, individualmente, de ervilhas Pisum sativa, Mendel concluiu que estes eram determinados por pares de fatores (alelos) que sofriam segregação durante a reprodução para, então, voltarem a se combinar na formação da prole. No entanto, ao trabalhar com ervilhas puras (homozigóticas), o naturalista observou que muitas características pareciam ser transmitidas em conjunto, como a cor e a textura das ervilhas. Isto o levou a indagar se os fatores responsáveis pela determinação destas características seriam transmitidos obrigatoriamente juntos ou se haveria um mecanismo de transmissão independente.
Os resultados de seus experimentos levaram à formulação de sua 2ª lei. Essa lei é também conhecida como Lei da Segregação Independente, sendo uma extensão da primeira Lei de Mendel para trabalhos que envolvam a análise de mais do que uma característica por vez.
Tomemos como exemplos as duas características anteriormente citadas: cor e textura. As ervilhas puras de Mendel que manifestavam o fenótipo amarelo quanto à cor, também apresentavam textura lisa em suas sementes. As ervilhas verdes, por outro lado, sempre apresentavam rugosidades em sua casca. Assim, temos a análise de duas características, cada uma com dois fenótipos possíveis.
Trabalhando agora com variedades puras em relação à cor (amarela ou verde) e ao aspecto da semente (lisa ou rugosa) e já conhecendo a relação de dominância, Mendel realizou seguinte:
Na geração P, cruzou ervilhas puras amarelas e lisas com ervilhas puras verdes e rugosas, obtendo uma geração F1 contendo, apenas, ervilhas amarelas e lisas;
Possibilitando a autofecundação da geração F1, obteve uma geração F2 na qual eram observadas ervilhas na seguinte proporção fenotípica: 9 amarelas e lisas: 3 amarelas e rugosas: 3 verdes e lisas: 1 verde e rugosa.
Através da observação da geração F2, Mendel concluiu que estas características (cor e textura) não eram transmitidas obrigatoriamente em conjunto, já que ervilhas híbridas poderiam ser amarelas e rugosas ou verdes e lisas. Ainda, associando a relação de dominância e recessividade que já haviam sido estabelecidas para a característica cor, o botânico obteve novas informações sobre a relação entre os fatores responsáveis pela determinação da textura.
Assim formula-se o enunciado da 2ª Lei de Mendel, que diz: No estudo do conjunto da herança de dois ou mais caracteres, observa-se que os fatores hereditários (genes alelos) que condicionam esses caracteres segregam-se independentemente, unindo-se na formação de um novo indivíduo da prole.
Após o estudo das Leis de Mendel, chega-se a conclusão de que um heterozigoto, ou mono-híbrido (Aa), produz dois tipos de gametas (A e a) e que, de seu cruzamento com outro igual, produz uma geração F2 com formação de 3 genótipos diferentes (AA, Aa e aa), 2 fenótipos diferentes (dominante e recessivo). Um heterozigoto para dois genes, ou di-híbrido (AaBb), produz quatro tipos diferentes de gametas (AB; Ab; aB e ab). O cruzamento deste di-híbrido com outro igual produz uma geração de 9 genótipos diferentes (AABB, AAbb, aaBB, AaBB, Aabb, AaBb, aaBB, aaBb e aabb) e 4 fenótipos diferentes (duplo dominante, dominante-recessivo, recessivo-dominante e recessivo-recessivo).
Não é importante decorar estes valores, mas conseguir interpretar os casos apresentados para realizar os cruzamentos pedidos. Generalizando, podemos escrever, para todas as F2 com dominância absoluta, os números diferentes de: