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A questão do trabalho em Marx, Weber e Durkheim

A questão do trabalho em Marx, Weber e Durkheim

O trabalho apresenta-se como fundamento de grande parte do nosso processo de vida contemporâneo já que um elevado número de atividades que realizamos no nosso cotidiano possui relevância em relação ao trabalho.

AS VISÕES CLÁSSICAS

Nem sempre foi enaltecido e valorizado como na atualidade: ao longo da Idade Média a relação estabelecida e entendida do trabalho era bem diferente, o trabalho era um denotador de condição e papel social; transformou-se com o desenvolvimento do capitalismo, especialmente, após a Revolução Industrial; continua em plena mutação com as novas tecnologias de informação, comunicação e mídias sociais.

Nesse cenário, sabemos que o trabalho é um dos temas mais estudados não só pela Sociologia, mas por todo o segmento das chamadas Ciências Humanas. Falaremos sobre como três dos grandes clássicos da Sociologia lançaram luz sobre a questão com pontos de partida e perspectivas distintas. As noções de luta entre classes sociais, coesão social e racionalidade orientarão nossos estudos sobre esses pensadores da sociedade.

KARL MARX E A LUTA DE CLASSES

Para Marx, o trabalho é um elemento decisivo para a construção de uma sociedade e para o modo através do qual um indivíduo se insere nesse contexto. É necessário que esse esteja integrado de forma orgânica a sua coletividade e é importante na medida em que seu trabalho é útil para seu agrupamento.

Entretanto, Marx vai apontar que o trabalho dentro da lógica capitalista apresenta particularidades. Em sua análise o pensador vai apresentar uma visão critica da divisão social do trabalho no modo de produção capitalista: há uma classe dos que detêm a propriedade privada dos meios de produção, a burguesia, e aqueles que não detêm os meios de produção e vendem sua força de trabalho em troca de uma remuneração, o proletariado. Marx constrói aqui seu conceito de luta de classes, uma vez que a burguesia vai manter uma relação de exploração e apropriação do trabalho do proletariado.

O capital

⇫ O Capital, Livro 1. Capa em alemão da 1ª edição, 1867 ⇫

Ponto central de sua teoria, o conceito de mais-valia vai dar conta de explicar como Marx entende a exploração da classe trabalhadora pela burguesia. O trabalho é responsável por transformar a natureza, produzir mercadorias e agregar valor a elas, dessa forma, é o trabalhador o responsável essencial pela produção de valor. Contudo, na lógica capitalista, a força de trabalho é entendida como mercadoria, logo, o trabalhador recebe uma remuneração em troca de sua atividade na produção, o salário. Fundamental para a visão marxista é entender que o valor que o trabalhador recebe em troca é menor do que valor que ele produz com o seu trabalho. Essa diferença entre a riqueza produzida e o salário é a mais-valia, fonte do lucro da burguesia e da exploração do trabalhador.

Em suma, Marx não entende o trabalho na sociedade contemporânea de forma positiva, o autor alemão observa o trabalho como fator de alienação, que na sociedade industrial do século XIX, momento que Marx escreve, gera um controle do proletariado e um domínio exercido pela burguesia.

ÉMILE DURKHEIM E A SOLIDARIEDADE

Como Marx, Durkheim também analisa a divisão social do trabalho que, em graus diferentes, produz especialização, uma divisão de tarefas entre os membros de uma coletividade. Esse cenário gera padrões de solidariedade que são os laços sociais, as formas de integração entre os indivíduos.

Da divisão do trabalho

⇫ Da Divisão do Trabalho Social, obra originalmente publicada em 1893 ⇫

O pensador entende que nas sociedades complexas e industriais, como a capitalista, a forma de solidariedade presente é a Solidariedade Orgânica, uma vez que divisão social do trabalho leva a uma interdependência entre os indivíduos, o que é a base dos laços estabelecidos nessa forma de integração.

Por fim, entendemos que Durkheim compreende o trabalho como um fator de coesão social, de junção e aproximação entre os membros da sociedade, promovendo harmonia e afirmação social.

MAX WEBER E A ÉTICA PROTESTANTE

O alemão escreveu um livro em 1904 chamado a “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, obra em que tenta demonstrar a relação entre religião e economia, fatores que inicialmente pareciam distantes e não conciliáveis. Weber demonstra que o Capitalismo só tornou-se possível devido a uma mudança de postura religiosa em relação ao trabalho.

Por tempos o trabalho foi visto como uma atividade penosa e sacrificante, além disso, para a Igreja Católica, a busca pelo lucro era entendida como pecado. Weber vai estudar como a Reforma Protestante no Século XVI, mais especificamente as concepções puritana e calvinista, transformou a visão acerca do trabalho.

A Reforma Protestante moldada no século XVI por Lutero, Calvino e Henrique VIII vai gerar para Weber uma alteração no entendimento do “lucro”. Essa mudança de entendimento acaba por acarretar uma busca por acumulação de capitais, mote necessário para evolução da classe burguesa. Desse modo, observa-se um novo cenário de fundamentação religiosa e de valores que possibilitaram a acumulação de riquezas e a prosperidade econômica. Então, para Weber, essa ética protestante foi um elemento decisivo para a consolidação e crescimento da burguesia e o desenvolvimento do capitalismo.

Weber quer demonstrar que o trabalho teve uma mudança de posicionamento originada em uma alteração religiosa. O Capitalismo vai ser um modelo sustentado em uma concepção de mundo em que o lucro é essencial para o funcionamento social.

Protestantes

⇫ A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Obra originalmente publicada em 1904 ⇫

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