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REGÊNCIA NOMINAL E CRASE

REGÊNCIA NOMINAL E CRASE

Aprenda sobre Regência Nominal e Crase.

 

REGÊNCIA NOMINAL

A regência nominal trata das relações entre os substantivos, adjetivos e advérbios ou das construções de expressões em relação à necessidade do uso de preposições e qual preposição estaria adequada ao contexto. Dessa forma, a regência nominal não apresenta grandes “regras” a serem seguidas, senão o conhecimento do termo e sua construção aceitável.

Segue, portanto, uma tabela com alguns dos termos que mais causam dúvidas aos candidatos e suas possibilidades de uso combinado às preposições.

CRASE

Crase é um fenômeno fonético que consiste na fusão de duas vogais idênticas. Isso é muito comum de ocorrer na língua portuguesa com várias vogais diferentes, mas sem problemas para a compreensão dos enunciados, sendo, inclusive, um importante recurso de composição para poetas e artistas em geral.

Entretanto, há um caso singular em que a crase pode afetar o entendimento do enunciado ou constituir-se em uma necessidade sintática. Isso acontece quando a preposição “a” funde-se ao artigo feminino “a”, ao pronome demonstrativo “a” ou às formas pronominais “aquele”, “aquela”, “aqueles”, “aquelas” e “aquilo”.

Nestes casos, coloca-se o acento grave para indicar que aquela vogal “a”, na verdade, são duas: uma preposição e um artigo ou pronome. Portanto, para haver crase é obrigatória a existência de uma preposição “a”.

a) Crase com artigo definido

Verificada a existência da preposição “a”, deve-se confirmar, então, a existência do artigo feminino diante da outra palavra.

Isso pode ser feito formando-se uma nova frase, na qual a palavra passe a figurar como sujeito:

Assim, temos:

O operário chegou à empresa.

Vejamos outro exemplo, com a mesma aplicação:

Portanto:

O fumo faz mal à saúde.

Nos casos em que não há crase, evidencia-se que não há preposição ou o substantivo não aceita o artigo definido feminino, como a seguir:

Neste caso não há crase pela ausência da preposição:

Visitamos a fazenda da família.

Apesar de haver a preposição, o nome “Paris” não aceita artigo, portanto, não há crase:

A modelo foi a Paris.

Contudo, uma palavra que não aceite artigo pode aceitá-la caso esteja determinada, isto é, que haja uma qualificação para o termo:

Neste caso, então, teríamos crase:

A modelo foi à Paris dos namorados.

A regra funciona também para apontar casos em que o uso do acento grave é facultativo, observe:

Dessa forma, pode-se tanto grafar com o acento grave como omiti-lo, já que o pronome demonstrativo pode ou não vir precedido de artigo:

Dei o livro a minha irmã.

Dei o livro à minha irmã.

b) Crase com pronome demonstrativo

Verificada a preposição “a”, confirma-se a existência do pronome “a”. Isto se faz de maneira simples, substituindo o possível pronome por outro demonstrativo como esta, essa ou aquela.

Assim, percebe-se a existência da crase:

Esta estrada é paralela à que corta a cidade.

Com os pronomes demonstrativos “aquele”, “aquela”, “aqueles”, “aquelas” ou “aquilo”, basta verificar a existência da preposição, já que a fusão se dá com a vogal “a” que iniciam os pronomes.

A preposição “a” funde-se ao “a” presente no pronome “aquele”:

O professor fez referência àquele pesquisador.

c) Crase nas locuções

Nas locuções adverbiais femininas que indiquem as circunstâncias de modo, tempo ou lugar, o acento grave é obrigatório:

Entrou na casa à força.
Saiu às escondidas para a festa.
Às vezes não cumpria suas obrigações.
Chegou do trabalho à noite.
Deveria virar à esquerda, mas entrou à direita.
Estávamos todos sentados à mesa.

Nas locuções adverbiais femininas que denotem outras circunstâncias, em especial aquelas de instrumento, o acento grave é facultativo e deve-se empregá-lo para evitar ambiguidades:

Escrever à máquina.

Ele foi ferido à bala.

São inúmeros os autores que defendem a inexistência do acento grave nestes casos. Sendo assim, não deixe de
consultar a bibliografia de seu concurso.

Nas locuções prepositivas e conjuntivas formadas por palavras femininas, o acento grave é obrigatório:

Ele saiu à procura de alimento.

À medida que os meses passam, agrava-se a crise europeia.

d) Crase com expressão elíptica

Quando houver expressão feminina subentendida, mesmo diante de vocábulos masculinos. Normalmente, são as expressões “à moda de” ou “à maneira de”:

Ela usava sapatos à Luís XV.

O atleta fez um gol à Pelé.

OBSERVAÇÃO

Algumas expressões análogas dão a falsa ideia da expressão subentendida e, por isso, não levam acento grave:

Bife a cavalo.
(Não é um bife “à maneira de cavalo”)

Frango a passarinho.
(Não é um frango “à moda passarinho”)

e) Crase na indicação de horas

Usa-se o acento grave nas indicações precisas de horário:

Ele chegou às duas horas.

Ele chegou à uma hora (= às treze horas)

Você pode ir a uma hora qualquer.

f) Crase com a preposição até

A preposição “até” admite seu uso combinado com a preposição “a”. Portanto é facultativo o uso do acento grave diante dos nomes que aceitam artigo feminino:

Ela saiu do quarto e foi até à sala.

Ela saiu do quarto e foi até a sala.

g) Crase em expressões paralelísticas

Expressões paralelísticas são aquelas que mantêm a mesma construção. Assim, deve-se observar a existência de artigo feminino em uma expressão para perceber a existência do artigo na outra expressão:

O programa será exibido da segunda à sexta.
(Existência de artigo antes de “segunda”, existência de artigo antes de “sexta”)

O programa será exibido de segunda a sexta.
(Como não há artigo antes de “segunda”, não haverá também antes de “sexta”)

Ficarei esperando você das nove às onze.
(Jamais “de nove às onze”)

h) Casos em que não ocorre crase

– Diante de verbos:

Passava os dias a cantar.

– Entre palavras repetidas:

Ele ficou frente a frente com o perigo.

– Diante de pronomes pessoais e expressões de tratamento:

Não pedi nada a ela, pedi a você

OBSERVAÇÃO

As formas Senhora, Senhorita, Madame, como aceitam artigo, admitem normalmente a crase. O mesmo ocorre com
a forma Dona, quando adjetivada.

As joias pertencem à Senhora Silva e à Senhorita Marques.

Mandei flores à humilde Dona Sebastiana

i) Crase diante da palavra “casa”

Se a palavra “casa” estiver determinada por adjetivo ou locução adjetiva, haverá crase:

Vamos à casa de campo neste verão.

Caso a palavra “casa” não possua determinação, não haverá crase:

Depois de uma cansativa viagem, enfim chegamos a casa.

j) Crase diante da palavra “terra”

Quando “terra” tem o sentido de “terra firme”, em clara oposição à ideia de “estar a bordo”, não existe crase:

Depois de meses embarcados, os marinheiros voltaram a terra.

Quando “terra” tem o sentido de “terra natal”, existirá crase:

Faremos uma viagem à terra de seus pais no próximo ano.

No nome de nosso planeta, Terra, deverá ser usado o acento grave:

Os cosmonautas voltaram à Terra em segurança.

l) Crase na expressão “a distância”

Nesta locução adverbial, só haverá acento grave quando houver determinação específica da distância referida:

Os policiais observavam a multidão a distância.

Os policiais observavam a multidão à distância de cem metros.

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