CICLO TRIGONOMÉTRICO
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Dessa necessidade, buscamos como ferramenta o ciclo trigonométrico que, por definição, tem raio unitário e circunferência orientada. Convencionou-se que na circunferência orientada o ponto A é a origem na marcação de arcos e por conto disso arbitrou-se que o sentido positivo é o sentido anti-horário e o sentido horário será o negativo.
Observe a ilustração abaixo:
Os arcos e
acima representados têm orientação positiva e negativa, respectivamente. Com isso, escrevemos as suas medidas acompanhadas do sinal, nesse caso,
e
.
A DIVISÃO EM QUADRANTES
Podemos dividir essa circunferência, a partir da origem, em quatro arcos congruentes, como vemos na figura abaixo:
Os diâmetros e
são perpendiculares e dividem o ciclo trigonométrico em quatro arcos congruentes, denominados quadrantes. Numeramos os quadrantes no sentido anti-horário, dessa forma, temos:
O setor representa o primeiro quadrante, o setor
representa o segundo quadrante, o setor
representa o terceiro quadrante e o setor
representa o quarto quadrante.
ARCOS CÔNGRUOS
Chamamos de arcos côngruos dois ou mais arcos que possuem a mesma origem e a mesma extremidade, a diferença entre dois arcos côngruos é um número de voltas inteiras dadas no ciclo.
De forma geral, se dois arcos e
são côngruos então
, em que
(essa conclusão pode ser escrita também em radianos e, dessa forma,
, em que
).
Exemplos:
Verifique se os pares de arcos abaixo são côngruos:
a) 1720˚ e 1000˚
Note que a diferença entre eles (1720˚ – 1000˚) é 720˚, que representa duas voltas completas, portanto, são côngruos.
b) 780˚ e – 200˚
Note que a diferença entre eles (780˚ – (-200˚)) é 1080˚, que representa três voltas completas, portanto são côngruos.
c) 600˚ e 500˚
A diferença entre eles (600˚ – 500˚) é 100˚, que não representa um número inteiro de voltas, portanto não são côngruos.
PRIMEIRA DETERMINAÇÃO POSITIVA
Todo arco tem uma primeira determinação positiva. Esse valor é o menor arco positivo que seja côngruo de
. (Representação incompleta da volta)
Exemplo:
Qual a menor determinação positiva de 900˚?
Observe que o 900˚ está na terceira volta do ciclo. Ele representa duas voltas completas e na terceira volta representa 180˚ (360˚ + 360˚ + 180˚ = 900˚) portanto o 180˚ é a primeira determinação positiva do 900˚.
Obs: Quanto um arco é positivo e menor do que 360˚ ele já é a sua primeira determinação positiva.
EXPRESSÃO GERAL DE ARCOS CÔNGRUOS
No ciclo, cada ponto representa uma variedade infinita de arcos côngruos. Já sabemos que a partir da primeira determinação positiva podemos encontrar o próximo arco côngruo a este somando 360˚, dessa forma conseguimos escrever uma expressão geral para uma família de arcos côngruos.
O ponto E tem como primeira representação positiva o arco de 120˚ mas podemos escrever sua família adicionando voltas.
Observe:
em que
.
Nessa expressão temos a representação de todos os arcos côngruos de 120˚ e também a quantidade de voltas de cada arco, denotado por k.
AS LINHAS TRIGONOMÉTRICAS NO CICLO
O valor do seno de um arco é obtido através da projeção da extremidade do arco sobre o eixo vertical. Essa projeção é um ponto que faz parte de um eixo ordenado positivamente para cima e negativamente para baixo em que devemos observar a distância até a origem.
O valor do cosseno de um arco é obtido através da projeção da extremidade do arco sobre o eixo horizontal. Essa projeção é um ponto que faz parte de um eixo ordenado positivamente para direita e negativamente para esquerda em que devemos observar a distância até a origem.
O valor tangente de um arco é obtido através do prolongamento do raio até o eixo paralelo ao eixo dos senos posicionado tangenciando à direita o ciclo. Esse prolongamento encontra o eixo num ponto que faz parte de um eixo ordenado positivamente para cima e negativamente para baixo em que devemos observar a distância até a origem do ciclo.
OBSERVAÇÃO
Como o raio da circunferência trigonométrica mede uma unidade os valores de seno e cossenos ficam compreendidos entre – 1 e 1.
SINAIS DOS QUADRANTES
SENO
O seno será positivo no 1º e no 2º quadrantes, e negativo no 3º e no 4º.
COSSENO
O cosseno será positivo no 1º e no 4º quadrantes, negativo no 2º e no 3º.
TANGENTE
A tangente será positiva nos quadrantes ímpares e negativa nos pares.
REDUÇÃO DE QUADRANTES
É possível conhecendo os arcos do primeiro quadrante determinarmos os valores das linhas trigonométricas de qualquer outro quadrante. Para isso, é necessário conhecer o processo de redução de quadrantes que mostraremos a seguir.
REDUÇÃO DO 2º PARA O 1º QUADRANTE
Lembre-se que no segundo quadrante os arcos medem entre 90˚ e 180˚.
Seja um arco qualquer do 2º quadrante.
Utilizando o prolongamento do segmento obtemos o ponto H e construindo um segmento paralelo a
obtemos o segmento
.
Unindo o ponto H ao ponto O obtemos o triângulo OHI, que é congruente ao triângulo OEG.
Com isso, podemos concluir que:
Os ângulos e
são suplementares, isto é,
.
Note que e
, assim, podemos afirmar que
e
. De maneira geral, para todo
temos que
e
.
Exemplo:
Determine o e o
.
Solução:
Como ambos são ângulos do 2º quadrante vamos utilizar as relações vistas acima.
REDUÇÃO DO 3º PARA O 1º QUADRANTE
Lembre-se que no terceiro quadrante os arcos medem entre 180˚ e 270˚.
Seja um arco qualquer do 3º quadrante.
Construindo o prolongamento do segmento encontramos o ponto H, e traçando suas projeções ortogonais nos eixos cartesianos obtemos os pontos I e J, conforme figura abaixo:
O ângulo é o excesso do ângulo
em relação a 180˚, dessa forma, temos que
. Observe que os ângulos
e
são
e por isso podemos concluir que os triângulos
e
são congruentes. Note que
e
, portanto, podemos afirmar que para todo ângulo do 3º quadrante
, assim como,
.
REDUÇÃO DO 4º PARA O 1º QUADRANTE
Lembre-se que no quarto quadrante os arcos medem entre 270˚ e 360˚.
Seja um arco qualquer do 4º quadrante.
Utilizando o prolongamento do segmento obtemos o ponto H e construindo um segmento paralelo a
obtemos o segmento
.
Unindo o ponto H ao ponto O obtemos o triângulo OHG, que é congruente ao triângulo OEG.
Com isso, podemos concluir que:
Os ângulos e
são replementares, isto é,
.
Note que e
, assim, podemos afirmar que
e
. De maneira geral, para todo
temos que
e
.
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