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Figuras de Linguagem: Figuras de Construção e de Harmonia

Figuras de Linguagem: Figuras de Construção e de Harmonia

Aprenda sobre Figuras de construção e de Harmonia.

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO OU DE SINTAXE

As figuras de sintaxe caracterizam-se por alterarem de alguma maneira as regras tradicionais da Gramática, isto é, a coesão normativa é substituída por uma coesão significativa, condicionada pelo contexto geral e pela situação, em busca de maior expressividade. Com isso, encontraremos repetições de termos, inversão de elementos, discordância entre outras modificações.

Podemos classificá-las em grupos:

1. por repetição
2. por omissão
3. transposição
4. discordância

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO POR REPETIÇÃO

Anáfora – é a repetição de um termo ao início de versos ou frases.

“Tudo é silêncio, tudo (é) calma, tudo (é) mudez”
(Olavo Bilac)

Pleonasmo – repetição desnecessária de um termo já expresso, com valor enfático. Note que tal repetição tem de apresentar valor estilístico, do contrário será considerado vicioso. Podemos ainda dividir o pleonasmo em sintático e semântico.

1. Pleonasmo sintático – É a repetição de um termo da oração, normalmente por referência pronominal.

“A mim, não me agradam tais comentários”

2. Pleonasmo semântico – Consiste na repetição das ideias presentes nos termos.

“Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado”
(Martinho da Vila)

Polissíndeto – emprego reiterado de conectivos entre elementos coordenados.

“Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua”
(Olavo Bilac)

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO POR OMISSÃO

Assíndeto – omissão do conectivo entre termos coordenados.

“A barca vinha perto, chegou, atracou, entramos.”
(Machado de Assis)

Elipse – omissão de um termo da oração, facilmente percebido pelo contexto.

Um cavalheiro. Até na miséria, um cavalheiro.
(Faltei à prova.)

Zeugma – tipo de elipse em que um termo participa de duas ou
mais orações, porém só aparece em uma única vez.

Eu fiz uma parte, Antônio fez outra e Sueli fez a última.

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO POR TRANSPOSIÇÃO

Hipérbato – inversão da ordem natural das palavras na oração ou da ordem das orações no período. Existe, então, a introdução de uma expressão no interior de outro sintagma. Também é chamada de “inversão”.

“A casa, torno a ver, em que moramos”

Prolepse (ou Antecipação) – deslocamento de um termo do interior de uma oração para o início do período.

“Os pastores parece que vivem no fim do mundo.”
(Parece que os pastores vivem no fim do mundo)

“Prima Justina creio que se levantou.”
(Creio que prima Justina se levantou)

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO POR DISCORDÂNCIA

Anacoluto – introdução aleatória de um termo sem qualquer função sintática dentro da oração.

“Bom! Bom! Eu parece-me que ainda não ofendi ninguém!”
(José Régio)

Hipálage – transposição de uma virtude própria de determinado termo para outro integrante da oração.

“As lojas loquazes dos barbeiros”
(Loquazes, que tem o sentido de “falantes”, refere-se aos barbeiros, não às lojas.)

Silepse – concordância estabelecida ideologicamente, contrariando a norma gramatical. São de três tipos:

1. Silepse de gênero – concordância ideológica com a pessoa referida e não com a exigência do termo.

“Senhor Presidente, Vossa Excelência parece cansado.”

2. Silepse de número – concordância ideológica com o
número (singular ou plural), contrariando o número do
termo referido.

“A multidão ouvia com atenção. Ao final, aplaudiram.”

1. Silepse de pessoa – concordância ideológica com uma pessoa diferente da expressa na oração.

“Todos entramos imediatamente”

“no fundo a gente se consolava, pensávamos em nós mesmos.”
(Autran Dourado)

FIGURAS DE HARMONIA

Aliteração – é a incidência expressiva de fonemas consonantais idênticos.

“Me deixa ser teu escracho capacho, teu cacho, riacho de amor…”
(Chico Buarque)

Assonância – é a repetição de sílabas ou vogais idênticas.

“Duma nuança mansa que não cansa”
(E. Perneta)

Onomatopeia – quando o vocábulo busca reproduzir o próprio som ou ruído de objeto representado.

“Sino de Belém, como soa bem!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.”
(Manuel Bandeira)

Paronomásia – consiste no emprego, ao final ou no interior dos versos, de vocábulos parônimos.

“Por todo o dia
um certo verde
um inseto verde
o incerto ver-te”
(Ramos Filho)