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VARIABILIDADE LINGUÍSTICA

VARIABILIDADE LINGUÍSTICA

Toda língua está sujeita a modificações em seu uso, já que sofre inúmeras influências. 

Pessoas de diferentes idades usam a Língua Portuguesa todos os dias, em várias regiões do Brasil e do mundo; algumas são de classes sociais mais altas, possuem mais dinheiro, mais estudo, mais vivência, outras usam a língua para serem reconhecidas por um grupo ou, até mesmo, para diferenciarem-se de outras associações. De forma geral, a língua está sujeita a modificações regionais, etárias, culturais e socioeconômicas.

Ora, se há tanta variação, como conseguimos nos comunicar? Realmente essa é uma boa pergunta e a resposta a essa questão vai-nos dizer muito sobre o porquê de estudar gramática. Entre as variedades existentes na língua, uma delas goza de maior prestígio: a norma-padrão ou norma culta. É essa a variedade usada pelos meios de comunicação, pelas editoras em suas publicações, nos livros didáticos (inclusive nesta apostila!), nas teses científicas, nas leis e documentos oficiais, correspondendo à língua que é ensinada na escola.

O uso de cada uma das modalidades de língua que dominamos dependerá da situação em que nos encontremos. É importante saber usar a norma culta, mas usar outras modalidades pode ser mais adequado em algumas ocasiões. Devemos, portanto, ser uma espécie de “poliglotas” em nosso próprio idioma: falar várias “línguas”, adequando-as ao interlocutor e à situação em que estivermos.

TIPOS DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Se observarmos bem as variações linguísticas, poderemos classificá-las de duas maneiras distintas: uma ligada diretamente à norma e outra ligada ao grau de formalismo existente. No primeiro caso, chamamos variação dialetal ou dialeto e no segundo, variação de estilo ou registro.

Na tirinha acima, extraída de um jornal português, percebemos a variação dialetal no tocante ao vocabulário: o último quadrinho usa a expressão “avançado” que, no Brasil, significa “atacante”. São essas variantes, advindas das diferenças de região, idade, sexo ou grupos sociais a que chamamos dialetos.

Já as variantes de registro têm a ver com o formalismo empregado, classificando-se como registros formais ou informas (coloquiais); ou quanto ao modo de expressão, tratando-se de registros orais ou escritos; além de aspectos ligados aos próprios interlocutores, como graus de cortesia, domínio de vocabulário específico etc.

Um desses registros coloquiais por excelência são as gírias. Normalmente são criadas por grupos sociais específicos,
permitindo o reconhecimento de seus membros ao mesmo tempo em que afastam aqueles “não-iniciados” do grupo. Funkeiros, roqueiros, surfistas, skatistas, grafiteiros, bikers, rappers, clubbers, todos esses utilizam a gíria como forma de expressão própria do grupo. Via de regra, a gíria é efêmera, isto é, tende a mudar com o tempo e, até mesmo, desaparecer, sendo substituída por outras que representem melhor o grupo em evidência. Quando a gíria é restrita a uma profissão ganha o nome de jargão e passa a apresentar uma “durabilidade” maior, relacionada diretamente ao uso dos termos dentro das atribuições profissionais.

É importante notar que essas variabilidades representam um acerto ou um erro. Assim, não há uma variedade certa ou errada, o que há é uma variedade adequada. Dentre essas variabilidades, existe a que tomamos como norma culta, ou seja, a língua padrão. As outras variabilidades dessa língua padrão são chamadas de norma popular. As gírias, os jargões de grupos ou profissões, os desvios da coloquialidade fazem parte dessa norma popular. Do falante de língua portuguesa espera-se que ele domine não somente a norma culta, mas também as nuances da norma popular para que, dependendo do contexto em que se está inserido, faça-se uso de uma ou outra norma, adequando a variabilidade utilizada ao contexto discursivo.

Em letras de música, é muito comum o eu lírico do texto usar uma linguagem com marcas de um registro popular, seja para adequar seu discurso ao contexto da música, seja para atingir o interlocutor de maneira direta. Veja este trecho da música Berreco, de Claudinho e Buchecha:

“Berreco, abre o seu olho para outro não tomar sua sopa.
Mantenha sua barba de molho, sua mina anda quase sem roupa.
E sai por aí dando bolada, ela só que zoar, ela nem quer saber.”

A música utiliza uma linguagem adequada ao universo do funk. A “suposta” traição da mulher é descrita como “dar uma bolada”, sinal de que outro está “tomando a sua sopa”. O vocabulário aqui empregado é perfeitamente adequado ao contexto sociolinguístico dos músicos. A norma culta, se empregada nessa música, seria totalmente inadequada.

Repare neste outro trecho, da música “As Mariposa”, de Adoniran Barbosa:

“As mariposa quando chega o frio fica dando vorta
em vorta da lâmpida pra si isquentá”

Nessa música, existe uma valorização do espaço rural em relação ao espaço urbano, que pode ser determinante na variabilidade que se emprega. A ausência da concordância, além da grafia próxima à fala, é também uma valorização do discurso oral em relação ao discurso escrito. Não há que se pensar que a escrita tem mais valor que a oralidade. São modalidades distintas, com sintaxes próprias. Numa sala de aula, por exemplo, quando o professor chama a atenção para algo: “Olha só isso!”, não há a necessidade de que se explicite o que é “isso”. Os alunos estão vendo. A informação pode ser recuperada por um gesto, ou um movimento. Ou ainda, ao perguntar para alguém: “Quer?”. Ora, o que foi oferecido está à vista do interlocutor, não há a necessidade do complemento. São marcas da oralidade que a escrita não tem.

VARIAÇÃO SOCIAL E REGIONAL

Veja esta tira de Luis Fernando Verissimo:

A tira é construída em três cenas. Nelas, verifica-se uma situação de conversação entre os personagens envolvidos. A filha é quem representa papel de locutor, isto é, a pessoa que fala, na primeira cena. Os pais são os interlocutores, isto é, as pessoas com quem se fala. Essa tira retrata uma situação de comunicação, pois as pessoas interagem pela linguagem, de tal forma que modificam o comportamento do outro. Assim, o que uma pessoa transmite a outra na forma de linguagem chama-se mensagem. A comunicação ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem, nos fazemos compreender por uma pessoa.

Em um ato de comunicação não estão em jogo somente palavras, mas também gestos e movimentos. Quando empregamos esses elementos com a intenção de estabelecer uma comunicação, estamos usando diferentes linguagens. Essa Linguagem, por conceito, é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas.

Tais sinais que permitem o ato de comunicação são os chamados Signos Linguísticos. Segundo o escritor e linguista Umberto Eco, define-se como signo aquilo que “à base de uma convenção social previamente aceita, possa ser entendido como algo que está no lugar de outra coisa”. Por exemplo, quando se diz que alguém é uma raposa, por uma convenção, estabelece-se que se trata de alguém esperto, por uma analogia com o animal, o vocábulo “raposa” está em lugar de “esperto” no contexto.

O ser humano utiliza diferentes tipos de linguagem, como a da música, da dança, da pintura, da fotografia.Essas várias linguagens se organizam em dois grupos: a linguagem verbal, que tem por unidade os signos verbais, as palavras; e as linguagens não verbais, que têm como unidade signos não verbais, como o gesto, a imagem,o movimento, como analisado anteriormente. Há, ainda, as linguagens mistas, como a das histórias em quadrinhos, o cinema, a televisão, que utilizam a palavra e a imagem.

Numa situação de comunicação, se empregamos palavras, gestos, movimentos, estamos empregando um código. Código é um conjunto de sinais convencionados socialmente para a transmissão da mensagem. Não só as palavras, gestos, são códigos, mas tambémos sinais de trânsito, os símbolos, o código morse, as buzinas de automóveis. É importante notar que só haverá comunicação utilizando um código se os interlocutores tiverem essa convenção internalizada. Determinados gestos podem representar sentidos diferentes dependendo das comunidades em que se vive.

Uma língua apresenta diferentes usos, seja por diferenças regionais, de idade ou ainda de grupos sociais distintos. São as variações linguísticas. É importante notar que essas variações representam um acerto ou um erro. Assim, não há uma variedade certa ou errada, o que há é uma variedade adequada. Entre essas variabilidades, existe a que tomamos como norma culta, ou seja, a língua padrão. As outras variações dessa língua padrão são chamadas de norma popular.

As gírias, os jargões de grupos ou profissões, os desvios da coloquialidade fazem parte dessa norma popular. Do falante de língua portuguesa espera-se que ele domine não somente a norma culta, mas também as nuances da norma popular para que, dependendo do contexto em que se está inserido, faça-se uso de uma ou outra norma, adequando a variação utilizada ao contexto discursivo.

Em letras de música, é muito comum o eu lírico do texto usar uma linguagem com marcas de um registro popular, seja para adequar seu discurso ao contexto da música, seja para atingir o interlocutor de maneira direta. Veja este trecho da música Berreco, de Claudinho e Buchecha:

“Berreco, abre o seu olho
para outro não tomar sua sopa.
Mantenha sua barba de molho,
sua mina anda quase sem roupa.
E sai por aí dando bolada,
ela só que zoar,
ela nem quer saber”

A música utiliza uma linguagem adequada ao universo do funk. A “suposta” traição da mulher é descrita como “dar uma bolada”, sinal de que outro está “tomando a sua sopa”. O vocabulário aqui empregado é perfeitamente adequado ao contexto sociolinguístico dos músicos. A norma culta, se empregada nessa música, seria totalmente inadequada.

Repare neste outro trecho, da música As Mariposa, de Adoniran Barbosa:

“As mariposa quando chega o frio fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá”

Nessa música, existe uma valorização do espaço rural em relação ao espaço urbano, que pode ser determinante na variedade que se emprega. A ausência da concordância, além da grafia próxima à fala, é também uma valorização do discurso oral em relação ao discurso escrito. Não há que se pensar que a escrita tem mais valor que a oralidade. São modalidades distintas, com sintaxes próprias.

Em se tratando de variação da língua, não há como não falar sobre as diferenças da Língua Portuguesa entre Brasil e Portugal. Veja a resposta dada pelo escritor português José Saramago a uma entrevista sobre esse tema:

Língua – As diferenças entre a língua no Brasil e em
Portugal são maiores que nossas semelhanças?

Saramago – Costumo dizer que não há uma língua portuguesa, há línguas em português. Quando digo isso
não penso em diferenças e semelhanças. Penso num tronco linguístico comum que, de modo variável, segundo
as condições sociais, culturais e ideológicas vigentes, se expressa “historicamente”. As línguas mudam, o
denominado “português de Portugal” não é igual hoje ao que foi no século 17, para não ir mais longe. Ora, se
isto é claro no mesmo país, como o não seria em países diferentes? Deixemos portanto em paz as semelhanças e
as diferenças porque elas são, umas e outras, sinal de vida. As línguas mortas são as que não mudam.

Dessa forma, percebemos que há inúmeras maneiras de haver variação na língua. Aquelas ligadas às questões sociais, envolvem o uso popular da linguagem, tomando as diversas classes e atuações sociais dos falantes, bem como aquelas oriundas das questões geográficas que envolvem um falante.

É importante perceber que tais fatores não são determinantes e igualam falantes entre si, mas são fatores de influência na expressão linguística de cada enunciador. Evidentemente, o convívio dentro de determinados ambientes produz uma necessidade de adequação do discurso realizado aos seus interlocutores, entretanto isso não deve ser tomado como uma imposição absoluta que leve à formação de estereótipos linguísticos.

Cada uma das modalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades de variação dos elementos do seu sistema ligadas a diversos fatores, formam o painel da variabilidade linguística que pode se manifestar no vocabulário, na pronúncia ou mesmo na sintaxe.

VARIEDADE TEMPORAL

Para iniciar o entendimento desse tipo de variedade linguística, é necessário compreender que toda e qualquer língua é um organismo vivo. Por essa razão, ao longo dos anos, ela sofre inúmeras transformações capazes de comprovar seus estágios de mudança. A essa transformação daremos o nome de variedade temporal. Veja os exemplos abaixo:

VARIEDADE SITUACIONAL

A variedade situacional, como o próprio nome sugere, será determina pelo contexto em que o falante está inserido, ou seja, a partir da situação comunicativa (por essa razão, variedade situacional). Nesse sentido, essa transformação será determinante para percebermos como a língua pode variar. Por esse motivo, estaremos diante dos níveis da linguagem nessa variante. Observe os exemplos abaixo:

Perceba que, na imagem acima, temos a presença de três homens em uma mesa de bar, contexto informal, onde um deles diz: “Caras, vamos cair na real: a testemunha só enrolou.” Nessa fala, identificamos a figura de um advogado referindo-se à testemunha de modo completamente descontraído, ou seja, a situação na qual ele está inserido – diálogo entre amigos em uma mesa de bar – determina o registro de sua fala. Portanto, estamos diante de uma variedade situacional.

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