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O NAZIFASCISMO – A ASCENSÃO DE HITLER

O NAZIFASCISMO – A ASCENSÃO DE HITLER

A ascensão de Hitler ao poder na Alemanha afetaria irremediavelmente a política de equilíbrio de poder estabelecida pela ordem de Versalhes.

CONTEXTO

A Inglaterra e, sobretudo, a França impuseram uma política de restrições e perdas aos alemães que, longe de estabelecer um sistema de paz idealizado pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson, favoreceu o surgimento de movimentos políticos extremamente nacionalistas, que apregoavam abertamente o militarismo e o rompimento com a ordem estabelecida.

A ordem hitlerista aboliu todos os partidos, exceto o Nazista, proibiu o funcionamento de organizações sindicais que não estivessem subordinadas diretamente ao Estado, além de suspender as liberdades individuais, a autonomia dos estados e impor um rígido controle sobre a sociedade e os meios de comunicação. Hitler organizou um eficiente serviço de polícia do Estado, a Gestapo, além de ser um dos primeiros estadistas a contar com um Ministério exclusivo para a propaganda do regime, dirigido por Joseph Goebbels. O Congresso Nacional-Socialista de 1934, em Nuremberg, seria transformado em documentário pela cineasta Leni Riefenstahl, que cobriria ainda as Olimpíadas de Berlim em 1936. Ademais, o Estado nazista, cujo slogan era “ein Reich, ein Volk, ein Führer” (Um povo, um Império, um líder), patrocinaria as “leis raciais”, que excluíram os não arianos da cidadania alemã, sobretudo os judeus.

Em março de 1936, Hitler rompe com a ordem de Versalhes, promovendo a remilitarização da Alemanha e denunciando o Pacto de Locarno. As potências ocidentais, procurando evitar um confronto que pudesse levar a uma nova guerra, preferem adotar uma política de tolerância para com a Alemanha nazista. Além disso, o discurso anticomunista de Hitler agrada aos países que viam a União Soviética como o verdadeiro espectro que ameaçava a Europa. Em novembro de 1936, Roma, Berlim e Tóquio celebram o Pacto Anti Komintern, conhecido simplesmente como “Eixo”. O acordo entre as três nações autoritárias converteriam em uma divisão do mundo em áreas de influência, na qual os italianos ficariam com o Mediterrâneo, os alemães com a Europa ocidental e Rússia, enquanto os japoneses procurariam reafirmar sua hegemonia sobre o Pacífico.

Em 1938, Hitler colocaria em prática a sua teoria do espaço vital (Grossraum), na qual estabelece que a Alemanha tem a obrigação de anexar territórios europeus em que existam “minorias germânicas”. A guerra estava a um passo. Em março, após intimidar o governo de Viena, Hitler promove a anexação da Áustria (Anschluss). Em setembro, com a presença da Inglaterra, França e Itália, Hitler expõe, na Conferência de Munique, sua pretensão de anexar os Sudetos da Tchecoslováquia. O primeiro-ministro Chamberlain, desejoso de evitar um conflito, cede às pressões de Hitler pela incorporação dos territórios da Tchecoslováquia em troca do compromisso alemão de cessar o expansionismo. A “política de apaziguamento” de Chamberlain, ao invés de evitar a guerra, apenas mostrou a Hitler que, através da intimidação, poderia incorporar territórios europeus. O próximo passo da política expansionista alemã, contudo, conduziria o mundo à guerra: a invasão da Polônia.

GUERRA CIVIL ESPANHOLA

A Guerra Civil Espanhola é considerada uma espécie de preparação para a II Guerra Mundial, pois o conflito evidenciou o antagonismo dominante do Período Entreguerras: de um lado, o legítimo governo Republicano, representando uma insólita coligação de tendências esquerdistas, tais como socialistas, sindicalistas, anarquistas, trotskistas, stalinistas; de outro lado, os nacionalistas ou franquistas, representando os grupos mais conservadores e reacionários da Espanha dos anos de 1930, tais como militares de direita, setores da Igreja Católica, grandes proprietários rurais, industriais e classe média.

O estudo da Guerra Civil Espanhola, porém, ultrapassa uma análise da situação interna daquela nação ibérica. Esta guerra pode ser compreendida à luz das relações internacionais. Os países envolvidos ou neutros em relação ao conflito refletem de alguma maneira uma tendência política acerca do confronto, ocorrida entre 1936 e 1939. As democracias ocidentais, por exemplo, mantiveram-se mergulhadas em um neutralismo que, de certo modo, favoreceu a tendência fascista e autoritária dos franquistas. Apesar de os governos da Grã-Bretanha e França jamais terem sido entusiásticos apostadores nos regimes autoritários de direita, a postura de neutralidade pesou para os nacionalistas, pois estes contavam com um precioso apoio externo europeu.

Em relação aos Estados Unidos, o Congresso manteve o tradicional isolacionismo preconizado por George Washington. O governo Frankiln D. Roosevelt aparentemente estava em grande medida inserido na sua política de boa vizinhança com a América Latina e com o desenvolvimento do New Deal. A experiência sugere que os assuntos domésticos eram considerados pelo Departamento de Estado do governo dos EUA mais importante do que qualquer questão europeia.

Se ingleses, franceses e americanos não tiveram envolvimento direto com a Guerra Civil, o mesmo não se pode dizer acerca dos regimes autoritários de direita e de esquerda, interessados nos resultados do conflito. Para a União Soviética, que sofria ainda com um terrível “cordão sanitário”, que a obrigava a explorar um desenvolvimento econômico independente das relações com o Ocidente, a Guerra Civil poderia significar uma bela oportunidade para romper com o cerco dos países capitalistas, obtendo um parceiro socialista na Europa ocidental. O apoio soviético, entretanto, jamais foi suficiente. Os problemas eram os mais variados possíveis para os republicanos, desde a entrega de materiais de guerra oriundos de Moscou, que apresentavam qualidade técnica duvidosa, como fuzis com calibres diferentes dos projéteis, até o risco de que um regime revolucionário de tendência autoritária pudesse surgir das Brigadas Internacionais organizadas pelos socialistas disciplinados de linha stalinista. As rivalidades entre os republicanos não tardaram a surgir, existindo casos em que socialistas e anarquistas, por exemplo, trocaram tiros nas ruas de Madri.

Se para a República, o apoio soviético se revelou indireto, insuficiente e tímido, o mesmo não se pode afirmar sobre o auxílio recebido pelo general Francisco Franco durante todo o conflito. O general Franco, que começou a guerra com uma rebelião militar no norte da África, contava não apenas com a ajuda e simpatia dos grupos mais conservadores da sociedade — há uma sequência no filme Terra e Liberdade, sobre a Guerra Civil, em que um padre atira do alto da igreja contra milicianos do Partido Obrero de Unificación Marxista — mas também com uma bem-vinda interferência italiana e alemã. Mussolini e Hitler enviaram soldados ao teatro de operações como forma de expandir a influência fascista e promover um bem organizado laboratório de guerra. Os alemães, que teriam a Blitzkrieg ou guerra-relâmpago como uma marca registrada na Segunda Guerra Mundial, enviaram um grupo de bombardeio denominado Legião Condor, o qual arrasou a cidade basca de Guernica, reduto republicano, eternizada em um quadro homônimo do pintor Pablo Picasso. Os estrangeiros do lado dos republicanos eram, na maioria das vezes, amadores bem-intencionados, como o escritor inglês George Orwell, e não profissionais da guerra como os fascistas italianos e os nazistas alemães.

O governo esquerdista da Frente Popular acabaria caindo em 1939, quando os franquistas confirmaram o domínio dos principais pontos da Espanha franquista, incluindo um sangrento cerco sobre Barcelona e Madri. Mais um país europeu aderia ao fascismo. A Espanha, contudo, assim como o salazarismo português, manteve-se neutra durante a Segunda Guerra Mundial e sobreviveu, como seu congênere ibérico, até a década de 1970.

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