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ANTIGUIDADE ORIENTAL

ANTIGUIDADE ORIENTAL

As mais antigas civilizações das quais temos registros surgiram na antiga Mesopotâmia, correspondente, de um modo geral, ao atual território do Iraque.

CRESCENTE FÉRTIL

Estas civilizações estão também compreendidas na antiga região da Palestina, na Fenícia – localizada no território que atualmente corresponde ao Líbano, a civilização egípcia, além dos persas, que viviam no atual Irã.. Os fenícios, inclusive, desenvolveram um alfabeto razoavelmente simples, que foi assimilado e adaptado pelos gregos, e posteriormente pelos romanos, sendo então base do alfabeto ocidental que tanto conhecemos atualmente.

Estas civilizações surgiram em regiões cortadas por rios, como, por exemplo, o Nilo, Tigre e Eufrates, e por esta razão são denominada de civilizações do Crescente Fértil. Ademais, os hebreus, com sua religião da qual derivou o cristianismo e foi, consequentemente, a mais influente na formação da civilização ocidental, também merecem destaque. O judaísmo foi a primeira grande religião monoteísta, ou seja, que defendia o culto a apenas um Deus. As outras religiões antigas caracterizavam-se pelo politeísmo. O cristianismo seria a segunda grande religião monoteísta. Além disso, o Livro Sagrado dos judeus, a Torá, corresponde ao Velho Testamento cristão. Na realidade, o grande ponto de divergência entre o judaísmo e o cristianismo reside no fato de que, para os judeus, o Messias ainda está por vir, enquanto que para os cristãos, Jesus é o Salvador. O judaísmo deve muito aos mitos e tradições das civilizações da Mesopotâmia, assim como o cristianismo baseou-se intensamente no judaísmo. Abraão, patriarca dos judeus, teria vindo das terras da Mesopotâmia.

ANTIGO EGITO

O Egito é o ponto de confluência entre a África e a Ásia, além de ser um ponto geograficamente próximo do sul da Europa via mar Mediterrâneo. O surgimento da civilização egípcia somente foi possível graças ao desenvolvimento de técnicas de irrigação que sustentavam uma população de mais de sete milhões de pessoas, um número incrível para a época.

O desenvolvimento das técnicas de irrigação garantiu o desenvolvimento da civilização egípcia, mas, ao mesmo tempo, somente foi possível graças ao surgimento de um Estado centralizado e teocrático – onde o governante detém a liderança política e religiosa – que ditava determinadas normais sociais. Simultaneamente empregaria a mão de obra escrava como forma de desenvolver uma arquitetura funérea, as pirâmides, de uma maneira espetacular. Elas teriam a função de guardar os corpos dos faraós e tudo aquilo que necessitassem para uma nova vida, inclusive seus serviçais. Já foram encontradas pirâmides em que dezenas de escravos teriam sido sepultados junto a seus senhores. As técnicas de mumificação para a conservação dos corpos eram muito bem desempenhadas, o que desenvolveu grande avanço no campo da medicina.

Ironicamente, assim como em Roma e na Grécia, o esplendor da civilização egípcia somente se desenvolveu com o recurso da mão de obra escrava.

A figura acima representa a imagem das Pirâmides de Gizeh: Quéops, Quéfren e Miquerinos .

A sociedade egípcia apresentava uma rígida divisão social, forte hierarquia e, portanto, grande desigualdade. O líder do Egito Antigo era o faraó, considerado a personificação de uma divindade, diferente dos imperadores romanos – que eram encarados como descendentes dos deuses. Para auxiliar a administração, obtinha um corpo de funcionários – nobres e sacerdotes – que recebiam o poder de celebrar o culto nos templos e administrar as terras do Império. Em troca recebiam terras do Estado e podiam ficar com produtos que nelas eram cultivados. Posteriormente apresenta-se os militares – posição de bastante prestígio -, escribas – que por serem alfabetizados em meio a uma massa que não tinha o mesmo conhecimento, obtinham privilégios, uma vez que faziam o censo da população, animais e colheitas. A eles seguiam os comerciantes, artesãos, camponeses – maior parte da população egípcia – e os escravos por dívida, guerra e crimes.

A escrita egípcia tinha como uma de suas características o fato de ser pictórica, ou seja, empregar determinados símbolos ou desenhos para transmitir uma mensagem. Algumas civilizações Pré-Colombianas na América, como, por exemplo, a asteca e a maia faziam algo semelhante. Na verdade, a despeito da civilização egípcia e das americanas jamais terem tido contato, alguns aspectos são curiosamente parecidos. O politeísmo e a construção de pirâmides, por exemplo. A diferença é que na América as pirâmides geralmente não eram empregadas como grandes sarcófagos, mas para cultos religiosos coletivos.

A alimentação dos egípcios, sustentada, sobretudo, pela agricultura, era complementada pela caça e pela pesca, além de serem produtores de vinho, pão e cerveja. Na Idade Média europeia, estes seriam os principais produtos da alimentação dos camponeses pobres. á em tentativas de preservar as tradições, rituais e suas história, , o papiro foi amplamente desenvolvido como uma das formas de resguardar a memória social.

O Império egípcio teria se centralizado há cerca de 3000 anos antes de Cristo. Nos primeiros anos da história do Egito Antigo os pequenos grupos que tinham chefes independentes foram unificados. Estes pequenos Estados independentes eram denominados de nomos. Somado a isto, a escrita, técnicas de produção de metais com ouro e o cobre, a cerâmica, a agricultura e a tecelagem se desenvolveram. O Egito Antigo encontraria seu limite em cerca de 30 a.C., quando a rainha Cleópatra VII foi derrotada na batalha do Ácio e dessa forma o Egito tornou-se uma província de Roma.

A tradição egípcia aponta Djoser como aquele faraó que inaugurou a tradição dos líderes divinos da região. As maiores pirâmides do Egito, as de Queóps, Quéfren e Miquerinos foram construídas já nesta época. Os templos religiosos na América Pré-Colombiana e na Europa Medieval tinham o objetivo primordial de mostrar o esplendor e a influência daquele credo religioso aos habitantes da região e no Egito Antigo não foi diferente. Nesta primeira época da história egípcia também foi imposto o culto aos deuses Hórus (divindade celeste) e Rá (o próprio Sol), suplantando cultos locais até então existentes. O faraó era considerado filho do Sol e encarnação de Hórus.

Não existe uma datação considerada definitiva entre os estudiosos do Egito Antigo. De uma maneira geral, entretanto, podemos dividir o Egito Antigo da seguinte maneira: Antigo Império ou Reino Antigo (2660 a.C. a 2200 a.C.), Primeiro Período Intermediário (2134 a.C. a 2065 a.C.), Médio Império (2065 a.C. a 1785 a.C.), Segundo Período Intermediário (1785 a.C. a 1580 a.C.), e Novo Império (1580 a.C. a 1200 a.C.). Ademais, existem dois períodos anteriores ao Antigo Império conhecidos como Pré-Dinástico e Arcaico. Os períodos intermediários são considerados períodos de decadência social, política e econômica do Egito Antigo. Depois do Novo Império, ocorre a decadência definitiva com a época greco-romana.

MESOPOTÂMIA

A denominação Mesopotâmia significa “terra entre rios”. Os rios Eufrates e Tigre eram os mais importantes da região na Antiguidade e, assim como o Nilo, eram decisivos para o desenvolvimento de povoações em um local tão desértico e de onde iriam surgir as primeiras grandes civilizações.

Entre 3200 a.C. e 2800 a.C., os primeiros povos, os sumérios, que não eram semitas, foram se estabelecendo na região sul da Mesopotâmia. Especula-se que estes povos sejam de origem asiática. Os sumérios foram os primeiros a ocupar a região, construindo cidades em estilo urbano, desenvolvendo a escrita cuneirforme, promovendo uma verdadeira divisão do trabalho, organizando as características de um Estado político e instituindo uma religião oficial com sacerdotes profissionais. Assim como em outras civilizações antigas na Ásia, no Egito e na América, estes povos antigos eram muito influenciados pela religiosidade. Os sacerdotes, portanto, tinham uma posição privilegiada frente aos demais indivíduos.

Os camponeses, por exemplo, eram obrigados invariavelmente a entregar parte da produção como forma de tributo. Ademais, não devia ser incomum aos camponeses dedicar parte de seu tempo para a construção de pirâmides e templos. Muitas cidades surgiram em torno destes templos. Posteriormente elas entrariam em estado de decadência em decorrência do esgotamento dos recursos naturais para a construção de templos e para o sustento das populações.

O comércio com o Oriente, Síria e Egito já existia por volta de 2500 a.C. Agricultura, comércio, atividade criatória, escrita e artesanato, portanto, não eram incomuns. Em uma situação que nos remete aos problemas atuais, a sobrevivência dos povos sumérios da Mesopotâmia dependia muito dos recursos hídricos. A disputa pelo controle dos rios da região era um constante fator de tensão entre os grupos que ocupavam a área. Por volta de 2050 a.C. a 1950 a.C. ocorreu a unificação dos povos sumérios e acádios na cidade de Ur.

Em 1728 a.C., Hamurabi, o mais notável dentre todos os monarcas da Babilônia, submeteu grande parte da Mesopotâmia ao seu domínio pessoal. Hamurabi entrou para a História como um dos primeiros legisladores. O chamado Código de Hamurabi era inspirado em antigas leis dos sumérios e acadianos.

Este código ficou conhecido pela Lei do Talião: “olho por olho, dente por dente”, representando a reunião de leis e sentenças – antes orais – em termos escritos.

Por volta de 1513 a.C., a Babilônia foi tomada pelo povo hitita, marcando o fim do primeiro império dos babilônicos. Em 1137 a.C. a região da Babilônia recuperou a sua independência com o Imperador Nabucodonosor. Após o seu reinado, a Babilônia ficou sob domínio assírio.

IMPÉRIO ASSÍRIO

Parte da população sumeriana fixou-se perto do rio Tigre e mesclou-se com povos de outras origens. Esta mistura entre sumerianos e grupos de outras localidades passou a ser denominada de assírio. Estima-se que a dominação assíria na Babilônia manteve-se na região até 1450 a.C. Esta civilização entraria para a História como um dos povos mais guerreiros e belicosos da Antiguidade. Certamente o fato de esta região ser um ponto de passagem entre o Oriente e o Ocidente contribuiu para o caráter militarista dos assírios. Além das fontes tradicionais de renda, como a agricultura e o comércio, também tinham recursos provenientes dos saques e conquistas de outros povos.

O domínio assírio se estendeu por outras regiões, como os atuais territórios da Síria, Israel e Egito. As extensas fronteiras do Império Assírio, entretanto, tornaram-se um fardo. Vigiá-las contra toda a ameaça de invasões estrangeiras requeria a contratação de soldados mercenários. O atraso dos pagamentos seria um fator que provocaria a deserção destes soldados, facilitando a penetração de outros povos e a consequente decadência dos assírios, por volta do século VII a.C.

Os caldeus sucederam os assírios e seu domínio tornou-se famoso no reinado de Nabucodonosor II, quando foram construídos os famosos jardins suspensos. Houve da mesma forma a construção de uma grande pirâmide de vários andares com funções religiosas, comerciais, astronômicas etc.

Em termos astronômicos, por exemplo, os babilônicos dividiam o dia em 24 horas e a hora em 60 minutos. Dominavam da mesma forma a Geometria e a Arquitetura. Suas construções com maiores destaques eram denominadas de zigurates. A Bíblia faz referência a uma construção de zigurate denominada Torre de Babel. Nabucodonosor II conseguiu promover uma expansão militar do Império até o Egito, além de ocupar a cidade de Jerusalém. Com a morte de Nabucodonosor II, o Império Babilônico entrou definitivamente em decadência. Finalmente, em 539 a.C, o rei persa Ciro II conquistou a Babilônia.