A Roma antiga
As civilizações grega e romana também são conhecidas como civilizações clássicas, pois deram a base para uma série de princípios que seriam herdados pelo mundo ocidental.
MONARQUIA ROMANA
A fundação da civilização romana esteve envolta em mitos, narrados por poetas como Tito Lívio e Virgílio. A lenda remonta aos jovens Rômulo e Remo, filhos do príncipe troiano Eneias, que após serem abandonados e amamentados por uma loba, foram encontrados por camponeses e voltaram adultos à Alba Longa para fundar Roma, em 753 a.C. Rômulo matou o irmão e se transformou no primeiro rei de Roma.
A documentação sobre o período monárquico é escassa. Os poderes eram concentrados nas mãos do rei e limitados apenas pelo Senado ou Conselho dos Anciãos. A sociedade era dividida em quatro classes: patrícios, cidadãos possuidores de terra e gado, membros da aristocracia; plebeus, homens livres sem direitos políticos ou possibilidade de formar família; clientes, subordinados política e socialmente aos patrícios, e que viviam sob a proteção destes; e os escravos, em geral derrotados de guerra, sem qualquer direito político.
REPÚBLICA ROMANA
Em 509 a.C., o rei Tarquínio foi derrubado por uma conspiração do Senado. Este se transformou no maior poder político e administrativo da recém-fundada República, acessível apenas aos patrícios. O poder Executivo ficava sob controle das Assembleias Centuriais e dos Cônsules, eleitos por aquelas. Tais órgãos eram controlados também pelos patrícios, o que acirrou a luta de classes em Roma. Após uma série de movimentos contestatórios conhecido como Revoltas Plebeias (494 a.C – 287 a.C), esta massa camponesa conseguiu ampliar sua representação. Foi criado o cargo de Tribuno da Plebe (471 a.C), que os representava no Senado. Os tribunos poderiam, inclusive, vetar as decisões de senadores e magistrados. No campo jurídico, institui-se a Lei das Doze Tábuas (450 a.C), uma das bases do Direito Romano, possibilitando através do conhecimento deste código, maior clareza às normas, a Lei Canuleia (445 a.C), que autorizava o casamento entre patrícios e plebeus, a Lei Licínia (367 a.C), permitindo aos plebeus partilhar as terras obtidas nas conquistas, além do fim da escravidão por dívidas.
A expansão territorial romana foi notável durante a República. Ela respondia a um duplo propósito: obtenção de cada vez mais propriedades rurais e escravização dos povos vencidos. Como os escravos passaram a ser a mão de obra predominante na região, é possível afirmar que a expansão das conquistas era fundamental para a continuidade do crescimento de Roma sob o signo da permanência da estrutura social. Dito de outra forma: para que os grupos livres da sociedade romana pudessem continuar a usufruir de um bom padrão de vida, era necessário que houvesse uma contínua expansão do escravismo, o que garantiria a existência de mão de obra suficiente para sustentar tal padrão. A partir desta intensa expansão territorial, surge um novo conjunto social ligado ao enriquecimento, que adquire também influência política: os cavaleiros ou classe equestre. As conquistas romanas se estenderam por quase toda a Europa ocidental, bem como o norte da África e o atual Oriente Médio, sempre agregando novos escravos à República. Durante toda a história romana houve revoltas escravas, sendo a mais conhecida a liderada por Spartacus, entre 73 e 71 a.C.
No fim do período republicano, o Senado elegeu três fortes líderes políticos e militares como cônsules: Pompeu, Crasso e César. Tal grupo ficou conhecido como o Primeiro Triunvirato, e dividiu a administração dos domínios romanos. Após a morte de Crasso e a vitória em conflito contra Pompeu, César foi proclamado ditador vitalício, gerando insatisfação no Senado.
Uma conspiração assassinou César em 44 a.C. Marco Antônio, um dos generais de César, formou com Otávio e Lépido o Segundo Triunvirato. Dentre os triúnviros, emergiu a figura de Otávio, que recebeu do Senado os títulos de princeps (primeiro cidadão), imperator (supremo) e, posteriormente, augustus (divino).