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Regionalização Mundial: Critérios e Grupos de Países

Regionalização Mundial: Critérios e Grupos de Países

Aprenda os critérios e grupos de países na Regionalização Mundial. 

O CONCEITO DE REGIÃO

Região é o nome dado a uma área que possua uma ou um conjunto de caraterísticas comuns. Portanto, o conceito de região se refere à diferenciação de áreas. Sendo assim, as regiões são estabelecidas através de critérios: sociais; econômicos; históricos, culturais; políticos; físicos ou naturais (relevo; clima; vegetação; hidrografia).

Regionalizar é dividir um determinado espaço observando nele suas características comuns, pois assim as diversas realidades são consideradas e por fim , regionalizadas. Desta forma, elaborar uma regionalização mundial significa realizar uma divisão do mundo em conjuntos de países, de acordo com as suas características.

Nosso planeta apresenta uma grande diversidade ambiental, humana, econômica, cultural, religiosa, social, entre outras. Portanto, é possível agrupar países que, por exemplo: apresentam clima tropical; que falam a mesma língua; que pertencem ao mesmo continente; que possuem as mesmas raízes históricas; que apresentam o mesmo tipo de colonização; que tem o mesmo nível de desenvolvimento econômico; que fazem parte do mesmo sistema político. Logo, há diferentes maneiras de se regionalizar o mundo e esta regionalização depende dos critérios propostos pela sociedade, isto é, dos interesses, dos objetivos ou do planejamento dos seres humanos.

DIVISÃO POR CONTINENTES

Utiliza como critério a distribuição geográfica dos países pelos continentes da Terra. Regionalizando o mundo desta forma, temos seis continentes: África, Ásia, Europa, América, Oceania e Antártica.

A figura acima representa a imagem da Regionalização do mundo em Continentes. 

Como se sabe, continentes são grandes extensões de terras emersas limitadas pelas águas dos mares e, oceanos. O que define os continentes é a sua grande extensão de terra (grande tamanho) em relação às ilhas, as quais apresentam extensão de terra menor que um continente. Nesse sentido, cabe citar que do ponto de vista físico (geológico) Europa e Ásia fazem parte de um mesmo bloco continental, denominado Eurásia. Apesar disso, a Eurásia apresenta diferenças relevantes do ponto de vista histórico, econômico, social e cultural, fato que contribui para serem considerados dois continentes distintos. Para separar a Europa e a Ásia e determinar a fronteira entre os dois continentes, costumam ser usados alguns elementos geográficos.

DIVISÃO HISTÓRICO-GEOGRÁFICA

O critério usado nesta divisão é a história da expansão da colonização europeia em cada continente. De acordo com essa classificação, existem três regiões:

• Velho Mundo – formado pela Europa, Ásia e África (área de ocupação mais antiga).
• Novo Mundo – descoberto por Cristovão Colombo em 1492 (formado pela América).
• Novíssimo Mundo – descoberto por James Cook em 1770 (formado pela Oceania).

A figura acima representa a imagem da Regionalização histórico-geográfica. 

A Antártica não é incluída nessa divisão, pois apesar de ter algumas bases científicas ocupadas temporariamente por pesquisadores, não é uma área efetivamente habitada pelos seres humanos. Cabe citar que essa é uma regionalização que segue a perspectiva dos europeus e segmenta o mundo a partir de ações iniciadas por eles, ignorando o desenvolvimento paralelo de outros vários povos e comunidades pelo mundo.

DIVISÃO POR SISTEMA POLÍTICO-ECONÔMICO

O período após a Segunda Guerra Mundial até 1989 ficou conhecido como Ordem Bipolar ou Mundo Bipolar, assim chamado porque o mundo estava dividido entre dois polos políticos e econômicos opostos, comandados por duas superpotências mundiais: os Estados Unidos e a União Soviética. Os Estados Unidos lideraram os países que adotaram o sistema capitalista. A União Soviética liderava os países que adotaram o sistema socialista.

A figura acima representa a imagem da Regionalização durante a Guerra Fria. 

DIVISÃO POR SISTEMA POLÍTICO-ECONÔMICO E NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Apesar das duas superpotências serem muito mais poderosas, outros países se firmaram como potências socioeconômicas após a Segunda Guerra Mundial, como a Itália, a França, o Reino Unido e o Japão. Ao mesmo tempo, diversos países se mantinham com graves problemas sociais e econômicos. Portanto, dividir o mundo apenas em países capitalistas e socialistas não era suficiente para compreender a geopolítica mundial. Logo, outra regionalização passou a predominar no mundo a partir da década de 1950, unindo o critério do sistema político-econômico (capitalista ou socialista) e o critério do nível de desenvolvimento econômico (desenvolvidos ou subdesenvolvidos). Com base nela, os países eram classificados em:

• Primeiro Mundo: grupo de países capitalistas desenvolvidos;
• Segundo Mundo: grupo de países socialistas ou de economia planificada;
• Terceiro Mundo: grupo de países capitalistas menos desenvolvidos e/ou países não alinhados (Conferência de Bandung – 1955).

A expressão Terceiro Mundo, foi criada em 1952 pelo economista francês Alfred Sauvy para designar os países que apresentavam atraso social, econômico, científico e tecnológico. Se refere a nações localizadas na América Latina, África e Ásia. O Terceiro Mundo era uma área de interesse das duas potências, que buscavam expandir suas áreas de influência. Por conta disso, apesar de não ter havido um embate direto entre as superpotências durante a Guerra Fria, diversos foram os conflitos que se proliferaram nos países do terceiro mundo durante o período, quase sempre com a participação indireta de União Soviética e Estados Unidos em lados opostos.

A figura acima representa a imagem do Primeiro, Segundo e Terceiro mundo. 

Essa regionalização durou enquanto houve a Guerra Fria entre os Estados Unidos (capitalistas) e a União Soviética (socialista). Oficialmente, esse período permaneceu até a queda do Muro de Berlim, em 1989. Com o fim da Guerra Fria e a fragmentação do bloco socialista, tornou-se inadequado analisar o mundo com base nessa perspectiva.

DIVISÃO POR NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Atualmente, vivemos uma nova ordem mundial multipolar, porque há vários países ou conjuntos de países que têm influência nas principais ações mundiais. A União Europeia, os Estados Unidos e o Japão são os centros mundiais de poder político, econômico e tecnológico. Esses países têm-se destacado não mais pela produção de tecnologia bélica, mas pelo seu desenvolvimento científico e tecnológico, aliado à presença de grande capital. Ao mesmo tempo muitos países continuam a apresentar baixo grau de desenvolvimento social, econômico e tecnológico.

É possível notar que apesar das bruscas mudanças geopolíticas, o panorama do desenvolvimento social no mundo pouco mudou desde o período da Guerra Fria. Os países que eram dominantes e que realizaram a ocupação e a exploração de grande parte do mundo permanecem desenvolvidos, embora alguns tenham perdido poder econômico. Enquanto isso, a maioria dos países colonizados continuam subdesenvolvidos. Sendo assim, é possível regionalizar o mundo em:

• Países desenvolvidos: são os que apresentam elevada industrialização e desenvolvimento social, técnico e científico.

• Países subdesenvolvidos: são aqueles que possuem industrialização tardia e dependente. Esses países apresentam reduzido desenvolvimento social, científico, tecnológico e socioeconômico.

A figura acima representa a imagem Países do Norte x Países do Sul .

Os países desenvolvidos e subdesenvolvidos passaram a ser, nas últimas décadas, conhecidos também como países do Norte e países do Sul respectivamente. Porém, é fundamental entender que a divisão Norte e Sul não segue os limites da Linha do Equador. Essa divisão representa as desigualdades entre os países ricos que se localizam predominantemente ao Norte e os países pobres, situados, em sua maioria, no Sul.

A figura acima presenta a Regionalização por nível de desenvolvimento econômico. 

Os países que têm intensificado a sua industrialização e investido em tecnologia foram denominados de países em desenvolvimento ou emergentes. Alguns dos países emergentes de maior destaque são a China, a Rússia, a Índia, o Brasil, o México, a Argentina, o Chile, a Nigéria, a África do Sul, a Malásia e a Coreia do Sul. Apesar de terem alcançado um relativo crescimento econômico e possuírem um peso expressivo na economia internacional, não conseguiram chegar a um desenvolvimento social que permita que sejam chamados de países desenvolvidos.