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Japão e tigres asiáticos

Japão e tigres asiáticos

O continente asiático é o mais extenso do globo, com quase 30% das terras emersas do planeta.

O JAPÃO NA ÁSIA

Cerca de 60% da população mundial se encontra nesse continente, marcado por uma diversidade de culturas, religiões e etnias. Por causa de sua vastidão, a Ásia é caracterizada por grandes desigualdades sociais e econômicas.

O Japão está localizado na porção do extremo leste do continente em uma região asiática conhecida como “extremo oriente”. É formado por um arquipélago composto de quatro ilhas em uma área de aproximadamente 378 mil km².

A figura acima representa o Arquipélago do Japão.

De acordo com o Banco Mundial, o Japão com um PIB de 4,971 Bilhões de dólares em 2018, é uma das maiores economias da Ásia e do planeta.

Com cerca de 127 milhões de habitantes (sua população absoluta), o Japão é um dos países mais populosos (grande população absoluta) do globo. Tendo uma extensão relativamente pequena, o país é também considerado povoado (grande população relativa), com uma densidade demográfica de cerca de 365 hab/km².

A maior parte dessa população encontra-se concentrada nas faixas das planícies litorâneas. Nessas regiões encontram-se as maiores aglomerações populacionais do país e imensas regiões urbano-industriais, onde se encontram metrópoles como Tóquio (cerca de 9,2 milhões de habitantes), Yokohama (cerca de 3,7 milhões de habitantes) e Osaka (cerca de 2,6 milhões de habitantes).

A figura acima representa a Densidade Demográfica do Japão. 

Nos aspectos demográficos, a população do Japão se destaca por baixa taxa de natalidade e elevada expectativa de vida.

Nas últimas décadas, a queda da taxa de natalidade do país já está atingindo o crescimento da população, que é atualmente considerado negativo (a população do país está diminuindo) e atinge diretamente a reposição da mão de obra.

A expectativa de vida no país é de 84,2 anos e revela uma excelente qualidade de vida no Japão. Porém, um pouco mais de 30% da população apresenta hoje mais de 60 anos de idade, fazendo com que os gastos do governo destinados ao atendimento das necessidades das pessoas nessa faixa etária sejam elevados.

Decasséguis

O termo faz referência aos brasileiros que se deslocaram para o Japão com o objetivo de obter uma maior renda pelo seu trabalho. É importante destacar que estes são descendentes que estão retornando ao país.

Apesar de muitos decasséguis terem migrado para o Japão na segunda metade da década de 1980 com o uso do visto de turista ou com o passaporte japonês, foi a partir de 1990 que esse movimento se intensificou.

A mudança da legislação em junho de 1990, possibilitou aos descendentes de nipônicos o direito de um visto temporário de longa estadia com permissão de trabalhar no país, e com isso deu origem a uma grande onda de imigração.

A falta da mão de obra não qualificada (os trabalhadores japoneses têm um elevado nível de instrução e o país apresenta uma baixa natalidade) aliada a uma vontade de não abrir o país para qualquer estrangeiro, tornou interessante a chegada dos descendentes. Estes seriam utilizados como verdadeiros “tapa-buracos” que exerceriam os trabalhos mais braçais e de menor qualificação.

Em 2008, no auge desse movimento, os decasséguis somavam cerca de 320 mil pessoas. Atualmente, somam entre 150 milhões e 170 milhões de pessoas.

O JAPÃO E SEUS ASPECTOS FÍSICOS

O TERRITÓRIO E OS ASPECTOS GEOLÓGICOS

O arquipélago japonês, formado por quatro grandes ilhas e um conjunto de ilhas menores, é composto por grandes cadeias de montanhas.

Cerca de 80% do território tem o predomínio de montanhas (grande parte com origem vulcânica) e apenas 20% é formado por planícies.

A formação geológica recente do território japonês está associada a era Cenozóica (que se iniciou a cerca de 65 milhões de anos atrás) e ocorreu principalmente devido ao movimento convergente entre a Placa Eurasiana (placa oceânica) e a Placa Pacífica (placa oceânica).

A figura acima representa a Formação geológica do território do Japão.

O Japão esta localizado em uma região de grande atividade geológica conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico. Nessa região, ocorre o encontro entre diferentes placas tectônicas (ou litosféricas), o que causa diversos fenômenos vulcânicos, grandes terremotos e a formação de tsunamis.

A figura acima representa O território do Japão e o limite de placas tectônicas.

Atualmente existem cerca de setenta vulcões ativos no Japão. O mais famoso e de maior altitude (ponto culminante do país com 3.776 metros) é o Monte Fuji.

A DEPENDENDÊNCIA DE RECURSOS NATURAIS

A formação geológica do território do Japão fez com que esse país seja pouco privilegiado na disponibilidade de recursos minerais e energéticos fósseis.

O ritmo de desenvolvimento industrial do Japão aumentou a demanda de recursos naturais que seriam matérias-primas para as fábricas e energia. Com isso o país teve a necessidade de se tornar um grande importador de minérios (ferro, manganês, cobre e bauxita) e de recursos energéticos fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural).

Os recursos minerais e vegetais são fruto de empreendimentos de exploração localizadas em países subdesenvolvidos. O petróleo e o gás natural são importados principalmente do Oriente Médio e do Sudeste Asiático e são utilizados na fabricação de variados produtos industrializados e nas diversas termelétricas para a produção de energia.

OBSERVAÇÃO
Produção de Energia no Japão
Para diminuir a dependência externa, o governo do Japão investe na construção de diversas usinas nucleares que fornecem energia para a cidade através do aproveitamento do urânio. Além disso, uma outra fonte possível de exploração, devido a presença de diversos vulcões no território é a energia geotérmica.

JAPÃO: O GIGANTE DO ORIENTE

A ERA MEIJI

O regime ou governo Iluminado, como ficou conhecida a primeira época do Império no Japão, foi um período entre os anos de 1868 e 1912, que foi muito importante para o desenvolvimento do país como uma das grandes potências mundiais capitalistas.

A Era Meiji acabou com o período feudal no Japão, em que este território esteve mergulhado no Xogunato, um sistema em que o regime era dominado pela presença de militares no poder, ou seja, os samurais em nome do Imperador.

É importante destacar que o Império no Japão começou em 1868 e terminou em 1989, sendo dividido em três períodos: Era Meiji (1868-1912); Era Taisho (1912-1926); Era Showa (1926-1989).

A Revolução Meiji foi caracterizada por diversos acontecimentos e foi no início impulsionada pelos Estados Unidos. Com a renúncia do último xogum entra no poder em 1867, o imperador Meiji Mitsuhito (1852-1912).

Entre os fatores que caracterizam as principais mudanças durante esse período se destacam:

• Reforma agrária e extinção dos feudos.
• Intensificação das relações comerciais pela abertura dos portos.
• Intercâmbio cultural com o ocidente.
• Criação de um exército.
• Criação de ferrovias no país.
• Promulgação da Primeira Constituição (1889).
• Desenvolvimento da urbanização e industrialização do país.
• Criação de uma moeda (iene).
• Ensino primário obrigatório.
• Criação das universidades.

MILAGRE JAPONÊS

Corresponde ao período de mudanças significativas no Japão após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que se estendeu até 1991 e que foi marcado por um grande crescimento econômico do país.

Os interesses expansionistas do Japão e dos Estados Unidos por países da Bacia do Pacífico, principalmente a partir da década de 1930, levaram esses dois a um confronto militar direto durante a Segunda Guerra Mundial.

Ao ser derrotado pelos Estados Unidos e seus aliados da Segunda Guerra Mundial, o Japão sofreu grandes perdas em aspectos econômicos (o país ficou quase falido) e territoriais (grande destruição).

OBSERVAÇÃO 
A rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial ocorreu somente após os Estados Unidos lançarem duas bombas atômicas na porção sul do território japonês (cidades de Hiroshima e Nagasaki) em agosto de 1945, matando aproximadamente 200 mil pessoas instantaneamente e outras milhares com o passar do tempo devido a radiação.

A reconstrução do país teve início na década de 1950 com o apoio financeiro dos Estados Unidos (Plano Colombo) no contexto de Guerra Fria, que tinha como objetivo principal combater a expansão do socialismo soviético na região do pacífico, principalmente na Ásia.

Além dessa ajuda financeira dos Estados Unidos, alguns outros fatores contribuíram com o desenvolvimento econômico do país nesse contexto.

• Aplicação de verbas na educação – Parcelas significativas das verbas foram aplicadas ao ensino técnico voltado para a qualificação da mão de obra.

• Longas jornadas de trabalho – Nesse período os trabalhadores trabalhavam em média 40 horas semanais.

• Mão de obra barata e abundante – No período posterior a Segunda Guerra Mundial ocorreu um intenso êxodo rural.

• Fidelidade dos trabalhadores junto a empresa – Trabalhadores que seguem de forma rígida a hierarquia, às regras e às rotinas de trabalho.

• Aprimoramento e criação de tecnologias de ponta – As empresas e o governo realizam grandes investimentos em pesquisas científicas.

A POTÊNCIA ECONÔMICA JAPONESA

A AGRICULTURA

As condições do relevo e a extensão territorial do país impõem limites à expansão da prática agrícola e da pecuária no país (apenas 12% do território está disponível para essas atividades). Estas se desenvolvem em pequenas propriedades rurais em áreas de planície junto ao litoral e em encostas de montanhas de menor altitude.

Os gêneros cultivados que mais se destacam são o arroz, as hortaliças, frutas, verduras, legumes, trigo e chá, sendo que com exceção do arroz, as demais são insuficientes para abastecer o mercado interno. Portanto, a maior parte dos alimentos que a população consome são importados.

O arroz ocupa cerca de 35% da área agricultável do país e apresenta uma elevada produtividade média (6,7 toneladas por hectare). Isso ocorre devido ao uso de máquinas, agrotóxicos, fertilizantes e técnicas de irrigação.

A pecuária é uma atividade com destaque ainda menor do que a agricultura. Existem pequenas criações de aves, rebanhos de porcos e gado leiteiro.

OBSERVAÇÃO
A importância da pesca
A maior parte da proteína animal consumida pela população do Japão é obtida através da pesca marinha. O território do Japão (um arquipélago) é cercado por águas oceânicas ricas em plâncton (organismos geralmente microscópicos) que são a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos.
Essa pesca farta em todo o litoral, e a rica presença de plâncton, ocorre devido ao território ser banhado por duas correntes Oyashivo (corrente marítima fria) e Kuroshivo (corrente marítima quente).
O Japão apresenta um enorme potencial pesqueiro, portanto, essa é uma das atividades econômicas mais importantes do país.
A INDÚSTRIA JAPONESA

As indústrias japonesas se encontram localizadas nas regiões em estreitas faixas de terra entre o oceano e as montanhas. Além do relevo, um outro fator que explica essa concentração litorânea é a proximidade dos portos, locais de desembarque de matéria-prima e embarque dos produtos industrializados. Entre as de maior destaque encontram-se a automobilística, as de materiais elétricos, de aparelhos eletrônicos, petroquímicas e a naval.

O processo industrial no Japão teve início com a chamada Revolução Meiji, que foi responsável por acelerar o processo de modernização do país. Ocorreram fortes investimentos em setores como a educação, infraestrutura e indústrias de base (siderúrgicas), que impulsionaram o crescimento econômico do país apoiado no surgimento de grandes conglomerados empresariais familiares, chamados de zaibatsus.

Os pesados investimentos em pesquisas científicas voltadas para o desenvolvimento tecnológico do setor produtivo a partir de 1950, levaram as industrias japonesas a ficarem entre as mais modernas e competitivas do mundo. Foi nesse contexto que se desenvolveram grandes corporações empresariais conhecidas mundialmente como a Toyota, Honda, Toshiba, Canon e Mitsubishi.

Uma grande produtividade foi atingida pelas indústrias japonesas com o maior uso da automação e robotização no interior de suas fábricas, que diminuíram seus gastos de produção e aumentaram seus lucros.

Nesse cenário de desempenho favorável, muitas empresas japonesas, a partir do fim da década de 1970, passaram a implantar subsidiárias e filiais em diversos países. Neste grupo se destacam países como a África do Sul, o Brasil, a Argentina e os Tigres Asiáticos. O objetivo da estratégia dessas empresas, era além de conquistar novos mercados consumidores, encontrar vantagens locacionais para baratear a produção, como a mão de obra mais barata.

No entanto, nas últimas décadas, a economia japonesa tem enfrentado alguns problemas. Isso ocorre principalmente devido as crises causadas pela retração do mercado interno.

OS TIGRES ASIÁTICOS E O SUDESTE ASIÁTICO

A região da Ásia conhecida como Sudeste Asiático é formada por cerca de 11 países, e é nela que se encontra a maior parte dos Tigres Asiáticos e dos Novos Tigres Asiáticos. Essa região pode ser dividida em dois espaços distintos. Os países continentais e os insulares (arquipélagos) como as Filipinas e a Indonésia.

A figura acima representa o Sudeste Asiático.

Essa região é bastante povoada e na maior parte dos países a população vive no campo. Entre os principais produtos cultivados na região o arroz se destaca (cerca de 31% da produção de arroz de todo o mundo é dessa região). Este é a base da alimentação da maior parte do continente asiático.

OS TIGRES ASIÁTICOS E OS NOVOS TIGRES

A partir da década de 1970, alguns países do sudeste da Ásia e do Extremo Oriente apresentaram um rápido crescimento econômico que foi impulsionado por um desenvolvimento industrial acelerado. Com isso, países como Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan e Hong Kong (Região Administrativa da China). ficaram conhecidos como “Tigres Asiáticos”.

Acima uma figura representando os Tigres Asiáticos. 

Na década seguinte, o surto de industrialização se expandiu para outros países que ficaram conhecidos como “Novos Tigres Asiáticos”: Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas e Vietnã.

A figura acima representa os Tigres Asiáticos e Novos Tigres Asiáticos. 

Entre os fatores que justificam esse rápido e elevado crescimento econômico destacam-se:

• Existência de mão de obra barata e abundante com longas jornadas de trabalho (cerca de 45 horas a 50 horas semanais)

• Investimentos de capital estatal e privado que visava a melhoria de infraestrutura (transporte, meios de comunicação e rede elétrica).

• Capacitação da mão de obra (educação).

• Oferta de incentivos fiscais (como isenção de impostos).

• Facilidades para que as multinacionais remetam seus lucros aos países de origem.

• Incentivos à exportação.

No contexto internacional, na década de 1970, o Japão que encontrava-se no seu período de crescimento econômico favoreceu a expansão econômica de países vizinhos. Além disso, o contexto de Guerra Fria, fez com que Estados Unidos e Japão destinassem grandes montantes de capitais para países na Ásia com o objetivo de impedir a expansão do socialismo que já havia sido implantado em países da Coreia do Norte e China.

Esses países então se destacam-se pela fabricação e exportação de bens de consumo duráveis e não duráveis, que são produzidos por pequenas e médias empresas locais e por multinacionais japonesas, europeias e estadunidenses. O destaque principal fica para as indústrias eletroeletrônicas, de brinquedos, vestuário e automobilísticas.

Além do desenvolvimento industrial, o crescimento econômico dos “Tigres Asiáticos” e dos “Novos Tigres Asiáticos” se estendeu a outros setores como o comércio e os serviços financeiros.

Com essa arrancada industrial, os países se tornaram grandes exportadores de bens industrializados em todo o mundo, e atualmente correspondem a quase 15% das mercadorias exportadas no comércio internacional.