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Hidrografia – Ciclo Hidrológico, Água virtual e Pegada Hídrica

Hidrografia – Ciclo Hidrológico, Água virtual e Pegada Hídrica

Aprenda sobre o Ciclo Hidrológico, Água Virtual e Pegada Hídrica. 

CICLO HIDROLÓGICO

O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.

Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve. Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos:

• Infiltra e percola (passagem lenta de um líquido através de um meio) no solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.

• Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um período muito variável, formando os aquíferos.

• Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a capacidade de absorção do solo.

• Evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração.

• Congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.

Apesar das denominações água superficial, subterrânea e atmosférica, é importante salientar que, na realidade, a água é uma só e está sempre mudando de condição. A água que precipita na forma de chuva, neve ou granizo, já esteve no subsolo, em icebergs e passou pelos rios e oceanos. A água está sempre em movimento; é graças a isto que ocorrem: a chuva, a neve, os rios, lagos, oceanos, as nuvens e as águas subterrâneas.

ÁGUA VIRTUAL E PEGADA HÍDRICA

A água, no Brasil, ainda é um recurso natural abundante. Talvez por isso nós sejamos pouco conscientes desse privilégio, o que provoca um grave problema: o desperdício. Em 1993, o cientista Tony Allan cunhou a expressão água virtual para expor a importância sobre um assunto que envolve várias áreas do saber (meio ambiente, engenharia de alimentos, engenharia de produção agrícola, comércio internacional e todas relacionadas com a água) e interfere diretamente na nossa vida.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 110 litros são suficientes para atender às necessidades de uma pessoa em 24 horas. Desses 110 litros, um banho de apenas cinco minutos consome cerca de 60 litros de água. Mas essa estimativa da ONU não considera o importante conceito da água virtual.

Água virtual diz respeito à quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou serviço. Esse valor vem embutido nos produtos que utilizam água na sua produção, não apenas fisicamente como também virtualmente. Dificilmente, um produto é produzido sem água, mesmo que indiretamente, já que ela está presente na cadeia produtiva. Todo processo produtivo utiliza água, desde a confecção de embalagens ao transporte até o mercado. Para entender o conceito de água virtual, pense na produção de produtos primários, como frutas e cereais. Para que eles sejam produzidos, foi gasta uma certa quantidade de água. O cálculo sobre o produto é baseado na relação entre a quantidade total de água usada no cultivo e a produção obtida. As variáveis empregadas para estimar o consumo de água engloba o tipo de planta cultivada em função do tipo de solo, clima, técnica de plantio e irrigação. Hoje em dia, já existem softwares especializados para esse tipo de cálculo. Uma vez que se chega à quantidade de água virtual usada na produção, realiza-se um inventário hídrico para acompanhar as etapas para se obter o produto final. Logo, a água virtual é o total do líquido empregado desde o início da produção até o ponto final de venda.

Junto com a “Água virtual” surge o conceito de “Pegada hídrica” – associado à “Pegada Ecológica. A Pegada Hídrica de um indivíduo, comunidade ou empresa é definida como o volume total de água doce que é utilizado direta e indiretamente pelos mesmos.

O conceito de água virtual está se expandindo para outros usos. Ele tem sido usado estrategicamente como instrumento em políticas da água. Um exemplo disso vem sendo empregado no comércio agrícola, que transfere água de algumas regiões com baixo custo para outras onde ela é escassa e cara.

A GEOPOLÍTICA E A ÁGUA

O consumo da água multiplicou-se por seis no século XX, duas vezes a taxa do crescimento demográfico do planeta. Baseando-se em tais dados, calcula-se que em 2025 cerca de 3,5 bilhões de pessoas estarão sofrendo com a escassez de água.

Neste sentido, a água tornou-se uma questão de segurança e de defesa do Estado-Nação, devendo constar do planejamento estratégico de todos os países, em especial daqueles considerados “fontes hídricas”.

Algumas regiões do planeta encontram-se, já hoje, em situação de escassez de água. Enquanto alguns simplesmente optaram, num primeiro momento, pela sua extrema mercantilização – como na União Europeia –, outros procuram saídas políticas e científicas.

As regiões mais críticas hoje são China Popular, Índia, México e Chifre da África e confrontantes. Em tais regiões, os lençóis freáticos têm registrado uma queda de 1 metro por ano, acima da taxa natural de reposição, apontando para uma grave crise no horizonte de 20/25 anos. Em outras regiões, onde a água existe, mas em pequena quantidade, a questão reside na sua divisão, no seu acesso e garantia de fluxo constante.

Aqui as localidades mais atingidas são o Oriente Médio, Norte da África e mais uma vez o México. Algumas outras regiões, bastante ricas, expandiram sua população por cima da capacidade de abastecimento, produzindo poluição e escassez, como no caso de Taiwan, o cinturão renano europeu, a Austrália e as áreas centrais do Meio-oeste americano. Por fim, outras regiões possuem grandes aquíferos, contudo a ausência de obras de infraestrutura afeta sua distribuição e sua qualidade, como no Brasil, Indonésia ou Nigéria.

Uma questão paralela junta-se ao problema da escassez: de água de boa qualidade supõe energia, uso extenso de energia. As estações de filtragem e tratamento são grandes consumidoras de energia; as usinas de dessalinização – em Israel e no Golfo Pérsico – são caras e consumidoras de energia em alta escala; os dutos e sua adução, distribuindo água de regiões abundantes para regiões de escassez (como é o caso do Brasil), implicam em grandes gastos de energia.

Mesmo a purificação da água via vapor é, evidentemente, dependente do consumo de energia. Em alguns casos, a destruição de redes de transmissão de energia ou de estações de energia, como na Croácia entre 1991 e 1994, e no Iraque, em 1991, e, atualmente, paralisou o fornecimento de água potável, levando a grandes explosões de pandemias, com elevadíssimas taxas de mortalidade infantil. Assim, muitos países passaram a investir em energia nuclear, visando baratear o acesso água de boa qualidade, como é o caso do Irã, Brasil ou Finlândia.

Em alguns casos o acesso à água acabou por levar a conflitos abertos, outras vezes encontrava-se como elemento embutido em estratégias de Estados ao fazerem guerra aos seus vizinhos. O caso clássico é de Israel, onde a agricultura no deserto – fator fundamental de enraizamento de uma população desacostumada ao seu próprio país – implicava na multiplicação de colônias agrícolas, onde o padrão de vida (e logo o consumo de água) era mais elevado do que na maioria dos vizinhos. Assim, a garantia de controle dos aquíferos – no Sul do Líbano, na bacia do Jordão – impunha-se como objetivo estratégico.

Porém, este não é o caso mais grave. Existem hoje no mundo cerca de 200 sistemas fluviais que cruzam a fronteira de dois ou mais países, além de 13 grandes rios que banham 4 ou mais países, compartilhados por 100 diferentes nações. As chances de conflito na gestão de tais recursos são bastante elevadas. Muitos desses sistemas são utilizados até a sua exaustão, e muitos já não atendem mais às necessidades dos consumidores da ponta final. O rio Amarelo, na China, o Ganges, na Índia, o Nilo, na África, e o São Francisco, no Brasil, estão notoriamente abaixo de suas marcas históricas e o aumento do consumo pode exauri-los em um espaço de 10 anos.

AS ÁGUAS CONTINENTAIS

OS RIOS

Os rios são cursos naturais de água que se deslocam da nascente para as partes mais baixas do relevo, em que se encontra a sua foz (onde o rio tem o seu fim, ou seja, onde ele deságua), junto a um lago, outro rio ou até mesmo no oceano.

O RIO E O SEU CURSO

• Curso superior de um rio (porção próxima a nascente) – As águas causam erosão (desgaste) vertical e aprofundam o vale deste rio.

• Curso Médio (metade do seu curso) – O transporte de detritos e sedimentos é maior que a erosão.

• Curso Inferior (próximo a foz) – As águas perdem a sua força erosiva (desgaste) e deposita os detritos e sedimentos que eram transportados.

O volume das águas de um rio variam durante o ano, de acordo com a quantidade de água que recebem pelo derretimento da neve e pelas chuvas. Essa variação periódica que se chama regime fluvial é marcada pelo período das cheias (época de maior volume de água em que o rio pode transbordar e inundar os terrenos próximos as margens) e pelo período das vazantes (época de menor volume de água em que seu nível diminuí).

AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Como visto anteriormente, grande parte das águas que caem sobre a superfície através das chuvas, que são um tipo de precipitação, passam por um processo de infiltração no solo. Ao atingirem porções subterrâneas formadas por rochas impermeáveis, formam reservatórios naturais chamados de Aquíferos e lençóis subterrâneos.

Os aquíferos são responsáveis pelo abastecimento de poços, nascentes e de cidades, tendo assim grande importância para a sociedade. No Brasil, destacam-se o “Aquífero Guarani” (não é exclusivo do país) e o “Aquífero Alter do Chão” (exclusivamente nacional, pertencente aos estados do Amazonas, Pará e Amapá), que são caracterizados pelo seu elevado potencial.

No Brasil, existem problemas de gestão e administração desses reservatórios naturais de água subterrânea. Portanto, ocorre um grande desperdício por parte da população e uma uma extração de água subterrânea que é superior a renovação natural do seu volume.

AS ÁGUAS OCEÂNICAS

Os oceanos correspondem a enormes massas de água salgada que cobrem a maior parte da superfície do planeta (cerca de 71%), sendo divididos em cinco: Pacífico, Índico, Atlântico, Ártico e Antártico.

Os mares correspondem a partes dos oceanos que se encontram mais próximas aos continentes ou em seu interior. Existem três tipos: mares abertos, mares interiores e mares fechados.

Correntes Marítimas – porções de água com características próprias de cor, temperatura e salinidade, que se deslocam em diversas direções e que podem ser quentes ou frias. Estudiosos apontam que no hemisfério Norte se deslocam no sentido horário e no hemisfério Sul no sentido anti-horário devido ao efeito de Coriolis.

Os seres humanos se beneficiam dos mares e oceanos devido a grande quantidade de recursos presentes. Em todo o mundo a pesca marítima é praticada como uma atividade econômica de grande importância.

Nas últimas décadas, os mares e oceanos têm passado por um intenso processo de poluição. Isso ocorre devido a uma grande quantidade de poluentes lançados diretamente sobre esses espaços. Entre as principais formas de poluição que causam danos aos ambientes marinhos, destacam-se o esgoto (doméstico e industrial, sem tratamento), o lixo sólido (principalmente aqueles formados por materiais plásticos) e o petróleo (associado principalmente a grandes embarcações).

Apesar dos maiores danos ocorrerem em espaços litorâneos, os poluentes podem se acumular e afetar áreas mais distantes. Devemos lembrar que a poluição de rios e de praias chegam aos ambientes marinhos, devido aos rios que deságuam nos oceanos, e a ação das correntes marítimas e das marés que atuam principalmente em ambientes costeiros.

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