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CONCEITOS GEOGRÁFICOS

CONCEITOS GEOGRÁFICOS

A Geografia é fundamental para a compreensão do mundo contemporâneo e de seus problemas.

A GEOGRAFIA E OS CONCEITOS FUNDAMENTAIS

A produção e o consumo, a questão ambiental, o caos urbano, as crises financeiras, entre tantos outros – em diferentes escalas geográficas. Nesse sentido, os conceitos geográficos (espaço, lugar, paisagem, região, território e rede) são importantes instrumentos de análise do espaço geográfico, que se constitui a partir das relações humanas com a natureza.

ESPAÇO GEOGRÁFICO

O espaço é a maior das categorias da geografia, pois todas as demais estão contidas nele. É formado pela associação entre a sociedade e a paisagem. É o espaço construído através da transformação do mesmo pelo homem (relação sociedade-espaço). Portanto, o espaço geográfico tem vida e movimento, como um filme em exibição, e segundo muitas abordagens, constrói-se e articula-se a partir das redes – formadas por um conjunto de pontos fixos interligados por meio dos fluxos.

De acordo com o geógrafo Milton Santos, a natureza é transformada em objeto pela ação do homem através da técnica, que pode ser entendida como um conjunto de instrumentos com a qual os seres humanos realizam a sua vida e criam/produzem espaços.

AS RUGOSIDADES

As rugosidades são o que “fica do passado como forma, espaço construído, paisagem; o que resta do processo de supressão, acumulação, superposição, com que as coisas se substituem e acumulam em todos os lugares. [Elas] se apresentam como formas isoladas ou como arranjos.” (p.140). Portanto, a rugosidade é o espaço com o acúmulo desigual de tempos. (SANTOS, 2002 [1996]).

Forma – Aspecto visível, exterior de um objeto.
Função – Papel, tarefa e atividade desempenhada pelo objeto.

REDES

As redes de transportes, as digitais e as urbanas são alguns dos exemplos de redes geográficas. Portanto, em uma definição mais abrangente, podemos entender as redes geográficas como um conjunto de locais da superfície terrestre conectados ou interligados entre si. Essas conexões podem ser materiais, digitais e culturais, além de envolver o fluxo de informações, mercadorias, conhecimentos, valores culturais e morais, entre outros.

Com o processo de globalização, podemos dizer que a maior parte das redes passou a ter maior alcance e abrangência no espaço geográfico mundial. Todavia, o acesso e o poder de difusão dessas redes dependem das diferentes hierarquias nas sociedades, constituídas pelo poder econômico ou político. Assim, quem possui mais recursos ou poder tem uma maior possibilidade de usufruir da estrutura das redes geográficas.

É preciso observar que a estruturação e a evolução das redes perpassam, impreterivelmente, pela evolução das técnicas e tecnologias. No século XIX, as transformações proporcionadas pelas revoluções industriais propiciaram um fundamental avanço das redes de transportes, incluindo os modais rodoviários e ferroviários. Desse modo, cidades distantes passaram a estar interligadas entre si, o que se estendeu para pontos situados até mesmo em continentes distintos.

A Revolução Técnico-Científico-Informacional também intensificou a expansão das redes, incluindo a própria rede de transportes, por meios dos aviões e jatos mais avançados. A formação das redes digitais e também os avanços nas redes de comunicação tornaram-se grandes marcos para esse período. Assim, em tempo real, comunicados e transações financeiras ocorrem e notícias importantes são divulgadas; até reuniões de negócios não mais necessitam da presença física de todos os seus participantes, o que exemplifica o grau de avanço técnico das redes.

A importância das redes geográficas deu-se também para o avanço do sistema capitalista financeiro, que, para muitos, ganhou o status de capitalismo informacional. Logo, as redes possuem papel ativo na configuração do espaço geográfico, pois representam “nós” formados por tamanhos diferentes, ou seja, alguns com mais fluxos dos que os outros. Tais redes são um importante elo entre as diferentes partes do espaço geográfico, permitindo (e também condicionando) o transporte e difusão de inúmeros instrumentos técnicos, além de mercadorias, informações e conhecimentos, estando diretamente associadas à maioria dos elementos que compõem a vida cotidiana das sociedades.

PAISAGEM

Já a paisagem é somente a aparência da realidade, aquilo que nossa percepção consegue captar. É a porção visível do espaço geográfico. A paisagem pode ser natural, caso não tenha sido transformada pelo homem; ou cultural (também chamada de artificial ou humanizada). Uma paisagem natural reflete o ambiente natural em que foi criada. Vulcões, florestas naturais e geleiras são exemplos de paisagens naturais, construídas sem a influência humana. Já uma paisagem cultural reflete o período, as condições socioeconômicas e as tradições culturais de um local.

Cabe aqui citar uma passagem da obra de Milton Santos, o famoso geógrafo brasileiro que, no livro “Metamorfoses do Espaço Habitado”, afirmou que:

“Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. (…). Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons, etc. Nossa visão depende da localização em que se está, se no chão, em um andar baixo ou alto de um edifício, num miradouro estratégico, num avião.”

Portanto, podemos entender que a paisagem corresponde ao conjunto de elementos presentes no espaço que são percebidos pelos sentidos humanos que vão além da visão (olfato, paladar, tato e audição).

A realidade (o espaço) é apenas uma, mas cada pessoa a vê (a paisagem) de forma diferenciada. Por exemplo: imagine que duas pessoas estão observando um prédio. Uma delas é um arquiteto, e a outra é um historiador. Possivelmente, enquanto muitas pessoas veriam apenas mais um prédio, o arquiteto conseguirá observar o estilo da construção e outros detalhes, como o material utilizado. Já o historiador possivelmente se atentará aos fatos que podem ter ocorrido naquele espaço, bem como a sua importância para determinado evento histórico. Ou seja: é a mesma paisagem, mas cada um a enxerga de uma forma diferente.

Existe uma dificuldade para diferenciar os conceitos de espaço e paisagem. Observe como o fragmento abaixo mostra que caso a humanidade fosse extinta teríamos o fim da sociedade, e consequentemente do espaço geográfico, mas a paisagem construída permaneceria.

“Durante a Guerra Fria, os laboratórios do Pentágono chegaram a cogitar a produção de um engenho, a bomba de nêutrons, capaz de aniquilar a vida humana em uma dada área, mas preservando todas as construções. O presidente Kennedy, afinal, renunciou de levar a cabo esse projeto. Senão, o que na véspera seria ainda o espaço, após a temida explosão seria apenas paisagem.”
(SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo. EDUSP, 2002. 4ª edição, pág. 106)

LUGAR

Outro conceito importante, a ideia de lugar, representa a dimensão afetiva do espaço geográfico, pois envolve as relações de certos grupos com determinadas partes da superfície terrestre, criando uma dimensão emocional nesse convívio. Portanto, o lugar é o espaço apropriado ou percebido pelas relações humanas. É o caso do lugar onde crescemos na infância, do lugar que nos remete a boas memórias, do lugar que nos traz uma sensação de pertencimento, sentimento, identidade e afetividade.

REGIÃO

O conceito de região é amplamente utilizado no senso comum, sendo geralmente empregado em referência a uma área do espaço mais ou menos delimitada. Na Geografia, a região é uma parte do espaço geográfico, contínua ou não, que apresente uma ou um conjunto de características comuns. Ou seja, é determinada área da superfície terrestre, com extensão variável, que apresenta características próprias e particulares que a diferenciam das demais. Podemos defini-la também como conjuntos ou parcelas do território que possuem alguma identidade (física, política, cultural, econômica).

É possível utilizar vários critérios para estabelecer uma região. Assim, existem regiões naturais, regiões econômicas, regiões políticas, entre muitos outros tipos. Vale lembrar que a expressão regionalização, porém, pode se referir a duas coisas distintas: ao processo de formação de blocos econômicos (que será discutido em outro momento); ou ao ato de dividir um local em regiões diferentes (que nos interessa agora). Por exemplo, a regionalização do Brasil é a realização de uma divisão do país em áreas, de acordo com as características comuns existentes. Nesse sentido, a regionalização pode ser feita de formas diferentes, como visto nos exemplos abaixo.

TERRITÓRIO

Território é um espaço definido e delimitado a partir de relações de poder, dominação e apropriação que nele se instalam. Envolve não somente uma divisão natural, mas sim uma divisão social e política. O território pode abranger desde uma área muito restrita, como uma rua ou um terreno qualquer, até uma coalizão internacional composta por forças militares de diversos países. Ao mesmo tempo, seus tipos envolvem territorialidades militares, jurídicas (vinculadas ao Estado), naturais, culturais e até criminais, como os territórios do tráfico de drogas ou de grupos mafiosos. Fronteiras, divisas e limites são recursos usados para delimitar territórios. Para tal, podem ser usados elementos naturais (como rios e montanhas) ou artificiais (como cercas e muros).

Portanto, muito utilizado no âmbito da política, o território é comumente entendido como uma área delimitada por fronteiras. No entanto, nem sempre essas fronteiras são visíveis ou bem delineadas. Logo, na maioria das abordagens geográficas, o conceito de território está relacionado com uma configuração de poder. É uma área apropriada por alguém, alguma instituição ou algum grupo que ali estabelece um domínio sobre o local. É uma porção do espaço geográfico onde uma relação hierárquica é estabelecida.

Nação – Corresponde a um povo ou grupo social unido por um passado histórico comum que deu origem a uma identidade cultural, baseada em características como crenças, valores, religião, língua e costumes.

• Território Nacional – Parte da superfície terrestre em que um Estado exerce soberania. Esse território é delimitado por fronteiras.

• Estado – Estrutura política, administrativa e jurídica de uma sociedade que tem soberania sobre o território nacional.

• Minoria Nacional – Grupos que não são soberanos sobre o território que ocupam (exemplo: Bascos e Curdos). É comum que esses grupos busquem uma maior autonomia política ou até mesmo o separatismo para a formação de um estado-nação.