PERÍODO HELENISTA
Aprenda sobre o Período Helenista.
O HELENISMO
Em 356 a.C., Filipe tornou-se governante da Macedônia e passou a preparar-se para a conquista e submissão das cidades-Estado gregas, fato que se concretizou na Batalha de Queroneia, em 338 a.C., após a derrota imposta a atenienses e tebanos. Filipe utilizou-se de habilidade política para se impor aos gregos, respeitando a autonomia das cidades-Estado e preservando suas instituições.
Alexandre, O Grande.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cb/AlexanderTheGreat_Bust.jpg
Seu filho e sucessor, Alexandre Magno, passou a governar o Império quando a organização interna da Macedônia já estava completa e o seu exército formado, não tendo, portanto, enfrentado grandes dificuldades para reprimir as cidades-Estado que ainda não aceitavam completamente o seu domínio. Expandiu o Império em direção ao Oriente, chegando até os Rios Ganges e Indo. Com sua morte, em 323 a.C., seu vasto Império foi dividido entre seus principais generais, formando os reinos da Macedônia, do Egito e da Ásia. Entre 197 a.C. e 31 a.C., todos esses territórios foram conquistados pelos romanos.
A filosofia helenística estende-se, pela influência das concepções gregas e a conjugação com filosofias do mundo oriental, a expansão de Alexandre gerou o contato cultural necessário, historiadores da cultura convencionaram como helenismo. As correntes formadas neste período, todavia, influenciam vastamente a filosofia posterior. Alexandre, fundou uma cultura de caráter cosmopolita, que incorporava traços predominantes do mundo grego e aspectos das culturas orientais.
Aristóteles ensinando Alexandre.
Por Jean Leon Gerome Ferris (1895)
Como dito, o domínio de Alexandre Magno foi marcado por conquistas e expansão territorial em direção ao chamado mundo oriental. Com essa expansão, ocorre um processo de difusão da Filosofia grega para os territórios conquistados.
Essa difusão é um fenômeno muito relevante para a compreensão do período. Passa a ocorrer uma miscigenação entre culturas, nesse caso, o contato da Filosofia do mundo grego com as visões relativas ao mundo oriental. Essa troca de saberes é fundamental para compreender as transformações na Filosofia. Vamos aprofundar esse ponto.
Por um lado, a Filosofia Grega. Aqui as ideias de Platão e Aristóteles são a base para o nosso entendimento dessa visão, destacando a relevância de Aristóteles que foi orientador de Alexandre, para quem transmitiu conhecimentos de história, política e filosofia, por exemplo. O pensamento grego era profundamente marcado por teorias acerca do conhecimento humano, isto é, os caminhos que os indivíduos traçam para conhecer a sua realidade. Além disso, o debate político envolvendo formas de governos e modelos políticos ideais permeavam a Filosofia Grega da época.
Por outro lado, a Filosofia Oriental. Influenciada pelo hinduísmo e pelo budismo, essa visão era centrada no esforço de entender a vida, em questões do espírito, nas ideias de felicidade e nos comportamentos humanos e as consequências desses para a compreensão do mundo.
Assim, a combinação da Filosofia Grega com a Filosofia chamada de Oriental, forma a chamada Filosofia Helenística e essa nova forma de pensar tem como elemento fundamental a ATARAXIA. A ataraxia pode ser entendida como a busca pelos caminhos para a paz de espírito, para a tranquilidade e o equilíbrio, para uma vida sem perturbações e inquietudes.
Desse modo, a Filosofia Helenística vai apresentar diferentes escolas, ou seja, correntes de pensamento com maneiras diversas para buscar a ataraxia. Vamos a elas:
CETICISMO
O ceticismo caracterizou-se como uma corrente que surgiu com Pirro de Élis. Denominada de pirronismo, tem como uma de suas características principais o natural impedimento do dogmatismo, uma vez que é ideal ao filósofo abster-se de juízo, ou seja, manter um constante estado de dúvida, impedindo-as de serem naturalizadas, ou até mesmo possíveis em sua existência.
Para Pirro, não é possível conhecer a verdade das coisas, seja pelo sentido ou pela razão, desse modo, a ataraxia está em aceitar e não buscar respostas que são impossíveis de serem alcançadas.
CINISMO
O termo vem de kynos, cachorro, pelo modo de vida que levavam. O fundador foi Antístenes (400 a.C), mas ganhou notoriedade com seu mais famoso discípulo Diógenes de Sinopse (325 a.C). Diz-se que ele viveu em um barril na ágora, Diógenes considerava que a felicidade é alcançada através da autossuficiência: “não é mais feliz quem tem mais, mas quem precisa de menos”.
Diógenes. Por John William Waterhouse. 1882.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7a/Waterhouse-Diogenes.jpg
O Cinismo procurava a paz de espírito e a vida de acordo com a natureza, eles rejeitam as convenções e normas da sociedade, visto muitas vezes como um comportamento escandaloso, eram cosmopolitas, se consideravam “cidadãos do mundo”, livres e sem apego à pátria.
EPICURISMO
Na sua parte física, é uma filosofia ateísta e indeterminista: não há deuses, em relação a sua Ética é hedonista: a felicidade consiste no prazer ou ausência de dor física e psíquica, nossa vida é impedida de ser feliz por medos, que causam dores e devem ser evitados.
Método para nos libertar da dor e do medo
1. Eliminar o medo dos deuses: se eles existem, eles não se preocupam com os homens.
2. Eliminar o medo da morte: se eu sou, ela não é, quando ela é, eu não sou mais, somos incompatíveis.
3. Eliminar o medo do destino (contra o fatalismo): não há propósito predeterminado, mas puro acaso (sua física dependerá do atomismo de Demócrito).
4. Eliminar o medo dos problemas: tudo tem solução, uma vida serena, alcançada com a imperturbabilidade psíquica – Ataraxia – e a tranquilidade do corpo.
ESTOICISMO
O termo vem de stoa: varanda, fundada por Zenão de Citio. Outros importantes estoicos romanos: Epicteto e Sêneca.
Sua doutrina física muito próxima de Heráclito: existe um logos ou razão universal (também Deus), que engloba a natureza (panteísmo). Há, portanto, um destino universal racional: não há liberdade.
Para conseguir a felicidade deve-se ser sábio, feliz é aquele que aceita seu destino. Felicidade consiste em viver de acordo com a razão universal (ou natureza), busca em seu objetivo: imperturbabilidade ou ataraxia.
Zenão de Cítio
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/41/Zeno_of_Citium_pushkin.jpg