O ENEM como conhecemos está com os dias contados. Maria Inês Fini, presidente do Inep, há algum tempo vinha assinalando para este momento que se confirmou em anúncio do ministério da Educação, no dia 20 de novembro. O pronunciamento prevê um modelo completamente diferente a partir da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Quais as mudanças anunciadas para o novo ENEM?
O novo ENEM será realizado em duas fases: a primeira cobrando conhecimentos gerais; a segunda cobrando conhecimentos específicos de acordo com graduação que cada aluno escolher. Esses conhecimentos específicos nas escolas serão chamados de “itinerários”. Atualmente todos fazem prova igual em todas as áreas de conhecimento e algumas universidades atribuem valores diferenciados de acordo com a carreira que cada aluno escolhe. "A diferença será que a prova vai ser feita, no primeiro dia, conforme a Base Nacional Curricular. No segundo dia, será com uma área escolhida do conhecimento, conforme os referenciais dos itinerários", diz Rossieli Soares, atual Ministro da Educação.

Qual a divisão dos conteúdos com a nova Base Nacional Curricular?
60% para o currículo básico e 40% para específicas. A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê que as três mil horas do ensino médio sejam divididas em duas partes. Assim serão 1.800 horas para os conteúdos das quatro áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza) e 1.200 para os itinerários formativos, em que cada escola poderá se aprofundar.
Qual conteúdo será cobrado como básico e qual será considerado parte dos itinerários no novo Enem?
Existe a previsão de criação de cinco itinerários formativos e de que cada escola ofereça pelo menos dois deles. Entretanto, tanto o conteúdo básico como o dos itinerários ainda precisam ser analisados e votados pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Quando o novo ENEM vai começar a vigorar?
Segundo o Ministério da Educação, o novo ENEM começará a vigorar em 2021. O que significa que em 2019 e 2020 os cursos precisam estar antenados às declarações das instituições envolvidas e não apenas voltados para as provas anteriores como fazem. De acordo com o Coordenador Pedagógico do ProEnem, Diego Viug, uma das vantagens da preparação online que o curso oferece é uma rápida possibilidade de ajustar-se às mudanças que vão sendo gradativamente anunciadas e atualizar os alunos de forma mais imediata.
O novo governo pode interferir na nova estrutura do ENEM?
O que estiver definido em lei deve ser cumprido, entretanto a dinâmica da utilização dos resultados dependerá da equipe de Bolsonaro. Para o atual Ministro da Educação, Rossieli Soares, cabe ao Presidente Eleito dar continuidade ao projeto. “Aquilo que é norma deve ser cumprido, como são as diretrizes a partir de hoje homologadas pelo Ministério da Educação. Já a construção da métrica da avaliação, a construção real do Enem vai ficar muito a cargo do novo governo logicamente”.
Como se preparar para o novo ENEM 2019/2020 diante de tantas mudanças?
A resposta é manter-se atualizado. O padrão de geral de preparação para qualquer concurso é basear-se apenas em edições anteriores do exame, o que pode ser muito perigoso, segundo o Professor Romulo Bolivar do ProENEM. Em redação, nossos alunos não se surpreenderam com as mudanças nos padrões de correção, por exemplo. Mudou em 2016, 2017 e 2018. À medida que as informações sobre os novos modelos iam sendo publicadas, mudávamos no mesmo dia, material, aula, monitoria, trocávamos até vídeo publicado para informar o aluno da formam ais rápida possível”.
Como se preparar para o novo ENEM 2021 diante de tantas mudanças?
O novo ENEM traz uma proposta moderna inspirada em outros países, que exige um médio conhecimento em várias áreas e um conteúdo mais aprofundado de acordo com a carreira que cada estudante pretende cursar. Trata-se de valorizar o aluno não como um repositório de informações, mas a partir das competências e habilidades com que mais de identifica. A partir dessa nova perspectiva, Roberto Gonçalves – Diretor do curso Proenem - enfatiza: “diante da expectativa de que a nova prova se aproxime do modelo praticado pela UERJ e algumas outras instituições do país, os cursos habituados a atender esse público já tem estrutura para absorver tais mudanças, o que representa uma vantagem para os nossos alunos.”