Sucessão Ecológica
FASES DA SUCESSÃO
As primeiras espécies a colonizar o ambiente são chamadas de espécies pioneiras e constituem o primeiro momento da sucessão ecológica – a ecese. Tais organismos são sempre autotróficos e “pouco exigentes”, como cianobactérias e líquens, que causam pequenas alterações microambientais e permitem a ocupação posterior daquele local por outros organismos mais exigentes e sensíveis. As biocenoses que surgem ao longo do tempo formam as séries. Neste período surgem novas espécies de porte arbustivo, além de vermes, insetos, fungos, etc. No ápice da sucessão, atinge-se a comunidade clímax. Essa é marcada por alto grau de estabilidade, biodiversidade, biomassa constante e elevadas resistência e resiliência. A figura a seguir ilustra as fases da sucessão ecológica.
Outro aspecto importante quanto à progressão observada durante a sucessão ecológica diz respeito à produtividade primária, ou seja, à quantidade de biomassa (matéria orgânica) produzida pelos organismos autotróficos, como plantas, cianobactérias e algas.
A produtividade primária bruta (PPB) inclui toda a matéria orgânica produzida em uma determinada área durante um período de tempo. Assim, como a quantidade de organismos produtores aumenta ao longo da sucessão ecológica, é esperado que a PPB também caminhe nesta mesma direção.
A produtividade primária líquida (PPL) é um parâmetro equivalente à diferença entre a matéria orgânica produzida e a matéria orgânica consumida para a sobrevivência destes indivíduos. Esta, no entanto, tende a diminuir ao longo da sucessão. Isto ocorre porque, apesar de notarmos organismos produtores cada vez maiores e em maior número, sua área proporcional de produção é menor. Compare, por exemplo, a grama rasteira ao chão (comum em fases iniciais da sucessão) com uma grande árvore (comum em fases avançadas da sucessão). A grama é praticamente formada por folhas que fazem fotossíntese e produzem matéria orgânica para si. Assim, podemos considerar que há consumo, mas este é suplantado pela produção, gerando uma PPL positiva. Uma grande árvore, por outro lado, apresenta muitas folhas que realizam fotossíntese, mas a matéria orgânica resultante deste processo abastece não apenas a elas, mas também aos galhos, tronco, raízes, flores e frutos, gerando um consumo muito elevado em comparação à produção Por isso é comum que biólogos considerem que a PPL tende a diminuir ao longo da sucessão, sendo praticamente nula na fase de clímax.
TIPOS DE SUCESSÃO
Como dito anteriormente, a sucessão ecológica pode ocorrer de maneiras distintas, sendo grandemente influenciada pelo local em que os organismos iniciam a ecese. Levando este fator em consideração é possível distinguir dois tipos de sucessão:
Sucessão ecológica primária: ocorre em locais estéreis, nunca antes habitados, sendo comum em rochas ou dunas recém-formadas. Demanda um período maior para o estabelecimento de uma ecese e sua transição para as seres por se tratar de um ambiente com poucas condições para a existência de vida.
Sucessão ecológica secundária: ocorre em locais inabitados que foram previamente colonizados por outros organismos vivos, sendo comum em campos abandonados ou áreas incendiadas. Demanda um período menor para o estabelecimento e progressão da sucessão por se tratar de um ambiente que apresenta solo formado e disponibilidade de nutrientes (ainda que apenas minerais).