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Poluição e Desequilíbrio Ambiental

Poluição e Desequilíbrio Ambiental

Aprenda sobre Poluição Atmosféria, Efeito Estufa e Camada de Ozônio

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

EFEITO ESTUFA

É um fenômeno natural de aquecimento térmico da Terra, essencial para manter a temperatura do planeta em condições ideais para a sobrevivência dos seres vivos. Sem o efeito estufa natural, a Terra seria muito fria, dificultando o desenvolvimento das espécies.

Alguns gases da atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), funcionam como uma capa protetora que impede que o calor absorvido da irradiação solar escape para o espaço exterior, mantendo uma situação de equilíbrio térmico sobre o planeta, tanto durante o dia como durante a noite. Sem o carbono na atmosfera, a superfície da Terra seria coberta de gelo. A essa particularidade benéfica da camada de ar em volta do globo se dá o nome de efeito estufa.

A importância do efeito estufa pode ser melhor compreendida quando se observa as condições reinantes na Lua. Lá não há uma atmosfera, e, portanto, nenhum efeito estufa; por isso as temperaturas variam de 100°C durante o dia a 150°C durante a noite.

O efeito estufa na Terra é garantido pela presença do dióxido de carbono, vapor de água e outros gases raros. Esses gases são chamados de raros porque constituem uma parcela muito pequena na composição atmosférica, formada em sua maior parte por nitrogênio (75%) e oxigênio (23%).

Ainda que presente em menores quantidades na atmosfera, o gás metano (CH4) causa um grande efeito sobre a retenção de calor na Terra. Sua potência, neste sentido, chega a ser proporcionalmente maior que a do gás carbônico (CO2), mas o problema causado por sua emissão parece menos grave uma vez que sua degradação também ocorre mais rapidamente.

A atividade pecuária é, quantitativamente, a principal produtora de gás metano para a nossa atmosfera. Isto ocorre porque, no estômago dos animais ruminantes, há microrganismos capazes de realizar uma forma de fermentação responsável pela liberação deste gás. Assim, sempre que ouvimos falar em expansão dos rebanhos, devemos associar a informação a um consequente aumento na liberação deste gás estufa.

O efeito estufa gerado pela natureza é, portanto, não apenas benéfico, mas imprescindível para a manutenção da vida sobre a Terra. Se a composição dos gases raros for alterada, para mais ou para menos, o equilíbrio térmico da Terra sofrerá conjuntamente.

A ação do ser humano na natureza tem feito aumentar a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, através de uma queima intensa e descontrolada de combustíveis fósseis e do desflorestamento. A derrubada de árvores provoca o aumento da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera pela queima e também por decomposição natural. Além disso, as árvores aspiram dióxido de carbono e produzem oxigênio. Uma menor quantidade de árvores significa também menos dióxido de carbono sendo absorvido.

Estima-se que em 1850 (época da disseminação da Revolução Industrial) a quantidade de CO2 na atmosfera era de 270 ppm. Hoje, essa quantidade é de aproximadamente 360 ppm, um aumento de 33%. A cada ano cerca de 6 bilhões de toneladas de CO2 são lançadas na atmosfera do planeta.

O gráfico a seguir mostra a variação da concentração de dióxido de carbono (média mensal) na atmosfera desde 1958 a 1982, obtida segundo dados fornecidos pela estação de monitoramento de Mauna Loa, no Havaí:

O efeito da maior concentração de CO2 na atmosfera é uma exacerbação do originalmente benéfico efeito estufa, isto é, o planeta tende a se aquecer mais do que o normal; em outras palavras, a temperatura média da Terra tende a subir.

Os mais avançados modelos matemáticos indicam que a temperatura média da Terra deverá aumentar em 2°C para uma duplicação da concentração de dióxido de carbono a partir do nível de 270 ppm.

O envelope de ar que cobre a Terra contém basicamente nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). Embora insignificante em quantidade, algo como 0,03% do total, o CO2 é importante porque absorve e retém calor, que de outra forma, escaparia para o espaço, mantendo constante a temperatura do planeta. As atividades humanas, porém, vêm aumentando a concentração de CO2 e de outros gases no ar, o que desequilibra a harmonia e provoca a elevação da temperatura global. É o chamado efeito estufa. Acredita-se que a temperatura pode subir até 4,5ºC em cinquenta anos.

CAMADA DE OZÔNIO

Em volta da Terra há uma frágil camada de um gás chamado ozônio (O3), que protege animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida.

Assim como o efeito estufa, também este é um fenômeno atmosférico natural, apropriado à sobrevivência das atuais formas de vida que, de outro modo, só seria possível debaixo das rochas e em águas profundas. Os seres vivos se encontram estritamente condicionados a uma filtragem permanente daquela faixa de radiação solar. Recentemente, a camada de ozônio vem sendo bastante afetada pela ação de algumas substâncias químicas voláteis que, ao chegar na estratosfera, perturbam o frágil equilíbrio de sua composição.

A maioria dos cientistas atribuiu como principal causa para a destruição da camada de Ozônio as atividades realizadas pelo ser humano desde a Revolução Industrial, que lançaram uma enorme quantidade de CFCs e halogênios na atmosfera. Muito encontrados em espumas, aparelhos de refrigeração e extintores, os CFCs e halogênios, em contato com o Ozônio, provocam a degradação das moléculas desse gás. Isso acontece porque as moléculas de Ozônio ligam-se aos átomos dessas substâncias, formando outro elemento, ocorrência que ocasiona a diminuição da concentração desse gás na atmosfera.

Outras fontes de liberação de CFCs na atmosfera são as espumas sintéticas flexíveis utilizadas em estofamentos de carros, poltronas, colchões, tapetes e isolamento térmico de paredes de refrigeradores, e as espumas sintéticas rígidas (geralmente brancas, como isopor) largamente empregadas em isolamento térmico na construção civil, em embalagens de equipamentos eletrônicos, bandejas, pratos e copos descartáveis, caixa de ovos e embalagens de comida pronta para levar. O CFC escapa durante a confecção destes produtos, quando é adicionado para conferir-lhes a consistência e porosidade características, e depois, quando vão para o lixo e começam a fragmentar-se.

Outras substâncias semelhantes aos CFCs também contribuem para a destruição da camada de ozônio. Entre as principais estão o tetracloreto de carbono e o metilclorofórmio, usados como solventes em lavagens a seco e no ramo farmacêutico, e os “halons”, usados em alguns extintores de incêndio, que contêm bromo e são dez vezes mais destruidores de ozônio do que os CFCs. O aumento da incidência de radiação UV aumentaria a taxa de mutações nos seres vivos, atingindo especialmente o fitoplâncton. Para o homem, haveria aumento do índice de câncer (especialmente de pele) e de cataratas.

CHUVA ÁCIDA

A chuva ácida é a precipitação com a presença de ácido sulfúrico, ácido nítrico e nitroso, resultantes de reações químicas que ocorrem na atmosfera, Todas as chuvas são ácidas, devido a sua reação com o CO2, mesmo em ambientes sem poluição. Porém, as chuvas tornam-se um problema ambiental quando o seu pH é abaixo de 4,5.

Elas resultam da quantidade exagerada de produtos da queima de combustíveis fósseis liberados na atmosfera, em consequência das atividades humanas.

Os óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e de nitrogênio (N2O, NO e NO2) são os principais componentes da chuva ácida. Esses compostos são liberados na atmosfera através da queima de combustíveis fósseis e indústrias, ao reagirem com as gotas de água da atmosfera, formam o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3).

Principais problemas causados:

• Acidificação do solo

• Acidificação de lagos e lagoas

• Destruição de monumentos

• Destruição de plantações e florestas

INVERSÃO TÉRMICA

Diferentemente dos outros fenômenos estudados que envolvem desequilíbrio ambiental atmosférico, a inversão térmica não tem sua origem ou exacerbação na atividade humana. Este quadro está intimamente relacionado às variações de temperatura que são observadas, principalmente, durante a transição de estações mais quentes para aquelas mais frias, ou seja, durante o inverno.

Em uma situação “normal” (sem ocorrência de inversão térmica), a quantidade de calor que chega à superfície terrestre a partir do Sol é suficiente para aquecer a camada de ar mais próxima ao planeta. Com isto, o ar tem seu grau de agitação molecular aumentado, tornando-se “mais leve”, o que o move em direção a altitudes superiores. Conforme se afasta da superfície da Terra, no entanto, o ar perde calor e, com isso, reduz seu grau de agitação molecular, tornando-se “mais pesado” e movendo-se de volta às regiões mais próximas de nós. Essa situação pode ser encarada como benéfica no sentido em que ajuda a dissipar partículas atmosféricas, sejam elas poluentes ou não, afastando-as de nós.

     

Em dias mais frios, comumente durante o inverno, a insolação que a Terra sofre é menor. Isto se reflete na capacidade de aquecer as camadas inferiores da atmosfera e, por consequência, na capacidade de promover a ascensão do ar. A retenção de ar frio próximo à superfície terrestre reduz a sua circulação e a movimentação de possíveis poluentes que passam a se acumular perto de nós. A consequência da inversão térmica passa a ser, então, uma incidência elevada de problemas respiratórios, em particular, de alergias.

Assim, se não podemos controlar a ocorrência da inversão térmica, nossa preocupação passa a ser outra: reduzir a manifestação destes quadros de patologia respiratória. Como mencionado em outros momentos, uma fiscalização eficiente sobre a atividade industrial e a conscientização da população tem papel preponderante nesse quadro, ajudando a reduzir o nível de poluição atmosférica e reduzindo o problema associado à inversão térmica.

POLUIÇÃO AQUÁTICA
Eutrofização

É o aumento de nutrientes no meio aquático, acelerando a produtividade primária, ou seja, intensificando o crescimento de algas. Esse fenômeno pode ser provocado por: lançamento de esgotos, resíduos industriais, fertilizantes agrícolas e a erosão.

A eutrofização não tem um ponto específico de partida. Quando os nutrientes lançados são de natureza química simples, inorgânica, isto favorece imediatamente a proliferação de algas ao estimular a ocorrência da fotossíntese. Por outro lado, se as moléculas são majoritariamente orgânicas, observaremos aumento da atividade de organismos decompositores que a converterão em matéria inorgânica. De uma forma ou de outra, o problema passa pela floração de algas.

ETAPAS DA EUTROFIZAÇÃO 

1ª etapa: Excesso de Substâncias Orgânicas.

Lançamento de quantidades excessivas de substâncias orgânicas na água (esgotos domésticos, detergentes, fertilizantes ou adubos).

2ª etapa: Proliferação das Algas Microscópicas.

O excesso de minerais provoca a proliferação das algas microscópicas que vivem próximas à superfície da água.

3ª etapa: Impedimento da Fotossíntese.

Forma-se uma camada de algas de alguns centímetros de espessura, que impede a penetração de luz na água e a realização de fotossíntese nas camadas mais profundas.

4ª etapa: Decomposição Aeróbica.

As algas abaixo da superfície morrem e a sua grande quantidade favorece o aumento das bactérias decompositoras, que passam a consumir muito oxigênio para realizar a decomposição.

5ª etapa: Diminuição do Teor de Oxigênio.

Começa a faltar oxigênio na água, e os peixes e outros organismos aeróbios morrem (o oxigênio produzido pelas algas da superfície escapa quase todo para o ar, em vez de dissolver-se na água).

6ª etapa: Decomposição Anaeróbica.

Com a falta de oxigênio, a decomposição da matéria orgânica, antes aeróbica, passa a ser anaeróbica, o que leva à produção de gases tóxicos, como o gás sulfídrico, que intoxicam e destroem a flora e a fauna aquáticas.

Além do seu aspecto inestético, estas verdadeiras explosões de algas constituem uma ameaça de toxicidade para os fornecimentos de água bem como para as pessoas que consumirem a água afetada, uma vez que as algas produzem venenos poderosos. Quando estas morrem, as toxinas são libertadas na água, tornando-se muito difícil removê-las através dos processos normais de tratamento de águas.

MARÉ VERMELHA

Similar ao que ocorre no caso de eutrofização, a elevação da quantidade de nutrientes no ambiente aquático pode resultar em uma proliferação excessiva de algas microscópicas. No caso da maré vermelha, no entanto, tratamos de um desequilíbrio majoritariamente observado no talassociclo, em particular, no mar aberto.

Como todo organismo fotossintetizante, a proliferação das algas dinoflageladas pirrófitas está limitada por fatores como a incidência luminosa, pressão de gás carbônico, salinidade e temperatura. Como estas algas de coloração avermelhada vivem em ambiente aquático, praticamente todos os fatores são satisfatórios. No entanto, correntes de ressurgência que trazem nutrientes do fundo para perto da superfície, aumentam a disponibilidade deste tipo de moléculas para as algas que se encontram nesta região, favorecendo sua reprodução. A este quadro de proliferação descontrolada, então, damos o nome de maré vermelha.

Ainda que não esteja comumente associada à atividade humana (pode ser o caso pelo despejo de esgoto não tratado), a maré vermelha afeta gravemente o ecossistema. Isto ocorre porque estas algas são capazes de liberar uma substância tóxica que atinge a fauna e tende a se acumular nos tecidos biológicos. Dificilmente ela atinge o ambiente terrestre, mas pode ser um problema caso nos alimentemos de peixes ou mariscos contaminados, por exemplo. Os sintomas mais comuns envolvem distúrbios gastrintestinais e dormência da boca, mas existem casos de morte associados ao seu consumo.

DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO

O petróleo é um material insolúvel em água, mas muitos dos seus pontos de extração ficam localizados no mar, o que torna acidentes em plataformas petrolíferas um potencial desastre ecológico. Sempre que isto ocorre, uma mancha escurecida se acumula na superfície do local, o que dificulta a penetração de luz no ecossistema em questão. O resultado direto deste quadro é a redução da fotossíntese que, por sua vez, reduz a produtividade e afeta toda a teia alimentar da região.

Além disso, outros problemas também são observados quando há contato direto dos organismos com o petróleo. Muitos de seus componentes tóxicos não podem ser metabolizados – a não ser por alguns poucos microrganismos – o que leva à bioacumulação e potencial magnificação trófica. Muitas aves pesqueiras têm dificuldade para voar por terem suas penas sujas com o óleo e muitos peixes tem dificuldade para respirar pela redução da oxigenação observada no local do desastre ou da interação do petróleo com suas brânquias.

Uma tentativa de solucionar este e outros problemas passa pela biorremediação, nome dado a todo processo que utiliza um ser vivo para resolver um problema ambiental. No caso do derramamento de petróleo, muitos estudos envolvem a utilização de bactérias que seriam capazes de degradar seus componentes em moléculas menos tóxicas ou atóxicas. É claro que a introdução de uma espécie tem seus problemas associados e, por isso, esta abordagem ainda não é utilizada na prática.

POLUIÇÃO TERRESTRE

A produção de resíduos sólidos apresenta um crescimento acelerado em todo o mundo. No Brasil, apenas na última década (2003 a 2014), a elevação observada na produção de lixo foi de cinco vezes quando comparada à década anterior, o que supera em muito nossa expansão populacional. Assim, como nossa capacidade de reaproveitamento e reciclagem ainda são limitadas, precisamos entender o que fazer com todo esse material rejeitado.

O lixo pode ser classificado quanto a sua origem ou forma de reciclagem e isto está diretamente relacionado ao destino pelo qual deve passar para que interfira o mínimo possível com os ecossistemas nos quais será armazenado ou descartado. Assim, podemos pensar em lixo orgânico e inorgânico ou, ainda, entendê-lo como um resíduo hospitalar ou radioativo.

Diversos dos rejeitos que estudaremos aqui também afetam os ambientes aquáticos e atmosféricos. Sua classificação quanto à poluição terrestre se deve apenas ao seu local de produção.

LIXÕES E ATERROS SANITÁRIOS

Qualquer local despreparado que receba descarte de lixo pode ser considerado um lixão. Comumente, este é o destino de terrenos baldios e, em muitas situações, faz parte da rota de descarte adotada pelos próprios governos.

O problema de eliminar resíduos em local inapropriado se relaciona aos prejuízos diretos e indiretos de sua presença naquele ambiente. A decomposição da matéria orgânica, por exemplo, é fortemente associada à produção de chorume e contaminação do solo e água. Além disso, o gás metano (CH4), produzido em condições anaeróbicas, é um potencializador do efeito estufa e favorece em muito a ocorrência de incêndios nos lixões.

A matéria orgânica presente no lixo também atua como um atrativo para ratos e baratas, dentre outros animais, que podem funcionar como disseminadores de doenças. Assim, comunidades inteiras que sobrevivem da coleta de lixo – residindo no próprio local, inclusive – são sujeitos a um risco elevado de desenvolvimento de parasitoses.
Os aterros sanitários, em contraposição, são terrenos preparados para o descarte de material não contaminado. Sua instalação se inicia, normalmente, com a escavação do terreno que abre espaço para o despejo dos resíduos. Antes que a primeira leva seja descartada, o solo é impermeabilizado, evitando a contaminação pelo chorume. Canaletas podem ser adicionadas para a captação de chorume e metano que, desta maneira, são passíveis de utilização na produção de energia.

Conforme o lixo vai se acumulando e sendo degradado pelos microrganismos naturalmente presentes no local, ocorre sua compactação espontânea. Assim, uma nova camada de impermeabilizante pode ser aplicada e o processo é repetido por mais algumas vezes. Por fim, ao atingir um nível calculado, o aterro sanitário deve ter sua atividade encerrada. Sobre ele podem ser construídos parques e praças, por exemplo, que não apresentarão grande sobrecarga de peso sobre o local de solo instável.

COMPOSTAGEM

Quando separados, os resíduos orgânicos podem ser melhor aproveitados através do processo de compostagem. Isto ajuda a reduzir seu acúmulo em lixões e aterros sanitários, poupando espaço e favorecendo a estrutura do solo. Para isso, folhas, galhos de árvores ou restos da alimentação, por exemplo, devem ser acondicionados de forma a possibilitar sua decomposição.

O primeiro passo para a compostagem é reunir o material em montes conhecidos como leiras. O local não deve acumular água e precisa ser remexido periodicamente. Isto possibilita a sua aeração e favorece a decomposição. Como o composto resultante será adicionado ao solo, é importante garantir seu teor de nutrientes e evitar sua contaminação. Por isso, um segundo passo envolve a mensuração diária da temperatura que deve ficar entre 60 e 70ºC na sua fase de maior atividade, possibilitando a eliminação da maioria dos patógenos e a retenção de nitrogênio.

Uma das vantagens da compostagem é a economia. Trata-se de uma metodologia muito mais barata que a maioria dos tratamentos convencionais e, no Brasil, poderia ser responsável pela eliminação de 60% de todo o resíduo produzido. Além disso, por ser um processo aeróbico, evita a produção de gás metano (CH4) – importante componente do efeito estufa. Por fim, o material resultante enriquece o solo, aumentando sua eficiência para a atividade agrícola.

RESÍDUOS HOSPITALARES

Os materiais perfurocortantes (seringas, drenos, bisturis, etc) que são utilizados em hospitais, postos de saúdes e laboratórios não podem ser descartados no lixo comum, mesmo que este seja destinado a um aterro sanitário. Essa precaução está relacionada à potencial contaminação do material por agentes patogênicos, como vírus e bactérias que, de outra forma, podem causar doenças às pessoas que manipulam os rejeitos e, também, ao próprio ambiente.

O seu descarte no ambiente de utilização deve ser realizado em recipientes especiais que não rasgam (normalmente caixas confeccionadas em papelão ou material similar), protegendo quem venha a manipulá-lo. A coleta também deve ser realizada por pessoal especializado e treinado, evitando o contato com a pele e mucosas, manuseando-o com atenção particular e, assim, evitando sua contaminação. A eliminação, por fim, ocorre em incineradores. Através da combustão, são eliminados os microrganismos presentes e qualquer risco de dano ao ambiente.

RESÍDUOS RADIOATIVOS

O material nuclear utilizado em exames diagnósticos, usinas e centros de pesquisa precisa ser descartado periodicamente. Isto envolve aparelhos de radiografia comuns, tomógrafos e combustível de reatores, por exemplo, que empregam isótopos radioativos durante seu funcionamento.

A eliminação destes materiais, tais quais aqueles biologicamente contaminados, não pode acontecer juntamente aos resíduos comuns. Neste caso, isto se deve à radiação que continua a ser emitida por períodos distintos de tempo de acordo com o material utilizado. Como a radiação é lesiva aos organismos vivos, os rejeitos devem ser acondicionados em locais confinados. Normalmente, isto passa por covas de concreto com profundidades variadas. O tempo de confinamento também é variável, mas pode chegar a 300 anos. No Brasil, este procedimento só pode ser realizado por mineradoras e institutos de energia

OUTROS DESEQUILÍBRIOS
DESMATAMENTO DAS FLORESTAS

Originalmente, há 10 mil anos, as florestas recobriam cerca de 50% da superfície de todos os continentes, exceto a Antártica, ocupando uma área estimada de 6,2 bilhões de hectares. Atualmente, a área das florestas foi reduzida a 28%, ou seja, 4,5 bilhões de hectares.

Em termos mundiais, pode-se dizer que as florestas ainda ocupam uma área muito representativa, apesar do acelerado processo de desmatamento atualmente em curso. Por outro lado, áreas consideráveis encontram-se em diferentes níveis de degradação, devido à poluição e uso inadequado pelo homem.

Como consequência do desmatamento, as imagens de satélite mostram um aumento gradativo nas áreas de deserto no planeta.

O papel das florestas no equilíbrio da biosfera é fundamental, pois participam ativamente dos ciclos biogeoquímicos e da água. Absorvem gás carbônico e liberam oxigênio na atmosfera, regulam a umidade do ar, influem no clima e na quantidade de nuvens e chuvas; filtram o ar e a água, mantendo a sua qualidade. As florestas também representam talvez o mais importante patrimônio ecológico da terra. Comportam uma enorme quantidade de espécies animais e vegetais, contribuindo decisivamente para a elevada biodiversidade existente no planeta. Acredita-se que metade das espécies vivas sejam habitantes das florestas.

As florestas mais ricas biologicamente são as tropicais, as quais representam apenas 7% da superfície terrestre do planeta. Estas áreas estão concentradas principalmente na Amazônia e nas zonas tropicais da África e Ásia. Nestas regiões, as matas tropicais estão sendo dizimadas a uma taxa de mais de 13 milhões de hectares por ano, o que equivale a uma perda de pelo menos 1% de florestas virgens por ano.

A extração de madeiras é uma das principais causas do desmatamento, sendo que as florestas sustentam toda a demanda mundial, especialmente no primeiro mundo, em países como o Japão, Estados Unidos, Inglaterra e França. A madeira tem sido utilizada para diversos fins, como a construção de móveis, barcos, na construção civil e na produção de papel para livros, jornais, revistas e embalagens.

O uso da madeira como combustível (carvão vegetal) é outra causa das mais importantes do desmatamento florestal, tendo consequências graves não só nas florestas mas também nos níveis de poluição. Estima-se que 30% das emissões de carbono na atmosfera estão vinculadas à destruição das florestas. Esta quantidade de gases carbônicos emitidos pelo uso da madeira como combustível acentua o processo do efeito estufa e o aquecimento global do planeta. Acredita-se que pelo menos 25% da humanidade depende da madeira como fonte principal de energia. Isto significa um sério impacto na biodiversidade do planeta, podendo representar extinções em massa de espécies inclusive nunca descobertas e estudadas. Erosão das terras desmatadas, surtos de doenças (como a malária, leishmaniose, dengue e febre amarela) e assoreamento de rios são algumas das consequências esperadas. Consideráveis alterações climáticas, especialmente no regime de chuvas e grau de umidade do ar, tendem a surgir com o desmatamento.

DESERTIFICAÇÃO

O uso das florestas deve ser feito de forma equilibrada na qual seja possível associar o desenvolvimento da sociedade humana e a preservação dos recursos naturais do planeta, o que é denominado de desenvolvimento sustentado. Caso isso não ocorra, o homem corre o risco de sofrer graves consequências, muitas delas ainda desconhecidas.

Redução da vegetação e da capacidade produtiva do solo, principalmente de regiões áridas, semiáridas e subúmidas, causada por atividades humanas inadequadas e, em menor grau, por mudanças naturais. Segundo o World Watch Institute, cerca de 15% da superfície terrestre sofre algum grau de desertificação. As áreas mais afetadas são o oeste da América do Sul, o nordeste do Brasil, o norte e o sul da África, o Oriente Médio, Ásia Central, o noroeste da China, a Austrália e o sudeste dos Estados Unidos. A desertificação pode atingir também áreas úmidas. No Brasil, os exemplos mais sérios são os pampas gaúchos, o cerrado do Tocantins e o norte do Mato Grosso. Desde a primeira Conferência Mundial sobre Desertificação, no Quênia em 1997, os cientistas têm mostrado que o aumento das regiões áridas não decorre somente da progressão natural do deserto. O alastramento vem sendo provocado principalmente pelo homem, por meio do desmatamento de extensas áreas de floresta, da agropecuária predatória e de alguns tipos de mineração, como a extração dos cristais das rochas.

Essas atividades levam à diminuição da cobertura vegetal, ao surgimento de terrenos arenosos, à perda de água do subsolo, à erosão e ao assoreamento de rios e lagos. O problema é agravado ainda pelo efeito estufa, pela chuva ácida e pelo buraco na camada de ozônio, ocasionados também pela ação do homem. Quando o solo se desertifica, a população busca outras terras, onde na maioria das vezes provocam os mesmos danos. Cria-se então um ciclo contínuo. Esse é um dos motivos da migração, que forma cinturões de pobreza ao redor dos centros urbanos. A longo prazo, a desertificação pode causar uma diminuição drástica das terras férteis, o que, aliado ao crescimento da demanda por algum alimento, levaria ao aumento da fome no mundo. Para deter o avanço dos desertos são usadas medidas como reflorestamento, técnica de controle do movimento das dunas de areia e rotação de cultura.

Em 1994, foi criada a Convenção da ONC contra a desertificação. A primeira reunião aconteceu em outubro de 1997, em Roma, Itália, com o objetivo de recuperar as áreas degradadas, evitar que zonas áridas se transformem em deserto e definir modos de financiar os projetos já existentes. Ministros de uma centena de países participam do encontro, marcado pela ausência de EUA, Japão e Federação Russa. Para os especialistas, a África é o continente mais afetado, mas nenhum está isento do problema.

DESERTIFICAÇÃO NO BRASIL

No Brasil, as áreas consideradas e enquadradas na fórmula de Thornthwaite são aquelas abrangidas pelo Polígono das Secas, ou seja, as regiões semiáridas e subúmidas secas do nordeste brasileiro. O primeiro mapa de susceptibilidade à desertificação foi elaborado pelo Núcleo Desert/ IBAMA em 1992, por ocasião da realização da Conferência Internacional sobre o Impacto das Variações. O Nordeste apresenta grande diferenciação ecológica, com secas e estiagens atingindo grande parte do território. Simplificadamente, a região pode ser dividida em 4 grandes conjuntos fisiográficos: Mata, Agreste, Cerrado e Sertão.

A porção semiárida do Nordeste compreende uma área de cerca de 900.000 km2, quase toda no embasamento cristalino e sob forte irregularidade climática. Constatamos também que o clima e a qualidade das terras apresentam limitações muito fortes para o desenvolvimento de atividades de cunho agropecuário que possam competir com os produtos oriundos de outras regiões. A não ser em algumas áreas específicas e, contando com significativos investimentos em tecnologia, a produtividade agrícola é baixa e a produção incerta.

CAUSAS DA DESERTIFICAÇÃO 

O processo de exploração tradicional e com baixo nível tecnológico dos recursos, aliado ao aumento populacional e à expansão dos mercados, tem levado à superexploração do ambiente e ao virtual esgotamento da biodiversidade. A pecuária extensiva, forçada pelos mecanismos de intensificação da exploração dos recursos como mencionado, exerce grande pressão sobre a vegetação nativa, tanto pela eliminação das plantas como pela compactação do solo devido ao pisoteio excessivo. Em função da falta de manejo adequado na pecuária, as caatingas vêm se exaurindo. De modo geral, os criadores aumentam o número de bovinos, caprinos, ovinos etc, em limites superiores à capacidade de suporte do ecossistema, que é muito baixa, cerca de 20 hectares por unidade animal (5 a 15kg de peso vivo por habitante).

Estudos realizados para a Conferência Nacional da Desertificação mostraram que a pecuária tradicional é fator de alteração ambiental que atinge toda a região, mudando a composição florística da vegetação nativa e permitindo a difusão de espécies invasoras sem valor ecológico. Outro fator agravante é a agricultura tradicional de sequeiro com as culturas de milho, feijão e arroz, associada à prática da pecuária extensiva. Estas culturas são bastante exigentes em solo e água, o que raramente permite que se retirem colheitas abundantes devido às secas periódicas e à má distribuição das chuvas.

A frustração das safras e o esgotamento rápido dos solos promovem a agricultura itinerante e a constante rotação de terras, com o pastoreio excessivo das áreas em pouso. Assim, muitas áreas são deixadas em pouso já em estado de degradação avançada, podendo agravar os problemas de perda de solo, além da perda de fertilidade natural em virtude da proliferação de pragas invasoras. Estes fatos contribuem para a degradação dos solos, para o aumento da superexploração do extrativismo como forma compensatória de obtenção de renda e a consequente perda da biodiversidade.

O Nordeste abriga o maior contingente populacional do país vivendo na zona rural. São 43,1%, mais de 18 milhões de pessoas (das quais mais de 16 milhões estão no semiárido), o que equivale a quase o dobro da região Sudeste, a duas vezes e meia a região Sul e a nove vezes a região Centro-Oeste. Deste total, mais de 55% são considerados indigentes na conceituação proposta pelo Mapa da Fome do IPEA. É, também, a maior concentração de indigência do país. Os estudos sobre a desertificação realizados pelo Núcleo Desert para a CONSLAD apontam para um quadro de abrangência que atinge, nos seus vários níveis, 55% da área semiárida do Nordeste e 42% de sua população

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