Biomas Brasileiros
CARACTERÍSTICAS DOS BIOMAS BRASILEIROS
Os biomas brasileiros, como qualquer bioma mundial, são caracterizados por uma série de fatores bióticos e abióticos. A vegetação é o fator que mais chama a atenção nesta lista, sendo a sua distribuição influenciada pela temperatura, taxa de pluviosidade, características do solo, etc. O mapa a seguir representa a localização geográfica de alguns biomas importantes em nosso país.
AMAZÔNIA
A Amazônia é o maior bioma terrestre do planeta, cuja área avança em 9 países da América Latina (Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa e Suriname).
A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000mm por ano, podendo atingir 10.000mm em algumas regiões. Durante os meses de chuvas, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isto significa que durante metade do tempo grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km².
A Amazônia é a maior floresta do mundo, representando 35% de todas as suas florestas. É considerada também uma das mais antigas coberturas florestais, permanecendo estabilizada há cerca de 100 milhões de anos.
O rio Amazonas é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20% de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 afluentes. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo frequentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa, juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.
Em termos biológicos é a região com a maior biodiversidade de todos os continentes. Comporta metade das espécies de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de insetos (especialmente borboletas), répteis e anfíbios. As águas da Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, serpentes, tartarugas, lagartos, lontras, jacarés e tubarões, os quais sobem centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. Dezenas de aves aquáticas exploram as águas, ricas em alimento. O maior roedor, os maiores papagaios, as maiores cobras, os maiores peixes (o pirarucu pode atingir mais de 3 metros de comprimento e pesar 180 quilos), as maiores árvores tropicais e os maiores insetos vivem na Amazônia. A diversidade de mamíferos, especialmente macacos e felinos, é muito grande. Trinta espécies de macacos são endêmicas da mata amazônica.
Os impactos resultantes da exploração humana da Amazônia são muitos. O desmatamento e as queimadas para a formação de pastos para o gado têm destruído imensas áreas de florestas virgens todos os anos, há décadas. Estima-se que a área de pastos (naturais e criados por desmatamento) na Amazônia seja de mais de 20 milhões de hectares. O problema é que os pastos não resistem por muito tempo, uma vez que o solo amazônico é muito pobre em nutrientes. Isto faz com que os criadores avancem constantemente para o interior da floresta em busca de novas terras.
Mineração, caça e pesca indiscriminada, contrabando de animais raros e espécies em extinção, poluição, e queimadas criminosas são alguns dos principais fatores de perturbação da Amazônia.
CAATINGA
A Caatinga é uma extensa região do Nordeste brasileiro, que ocupa mais de 70% de sua área (11% do território brasileiro), também chamada de sertão.
Quando chega o mês de agosto, parece que a natureza morreu. Não se veem nuvens no céu, a umidade do ar é mínima, a água chega a evaporar 7mm por dia e a temperatura do solo pode atingir 60ºC. As folhas da maioria das árvores já caíram e assim, o gado e os animais nativos, como a ema, o preá, o mocó e o camaleão, começam a emagrecer. As únicas cores vivas estão nas flores douradas do cajueiro, nos cactos e juazeiros. A maioria dos rios para de correr e as lagoas começam a secar.
Algumas plantas têm as folhas muito finas. Outras têm sistemas de armazenamento de água, como as barrigudas. As raízes cobrem a superfície do solo para capturar o máximo de água durante as chuvas leves. As espécies mais abundantes incluem a mimosa, a emburana, a catingueira, a palmatória, a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o xique-xique, o mandacaru, a quixabeira e o juazeiro, uma das poucas que não perde suas folhas durante a seca.
Quando volta a chover, no início do ano, a paisagem parece explodir de tanto verde. Apesar de raso e conter grande quantidade de pedras, o solo da Caatinga é razoavelmente fértil. As árvores cobrem-se de folhas rapidamente e o solo, em geral pedregoso, fica forrado de pequenas plantas, e a fauna volta a engordar.
CERRADO
Pequenas árvores de troncos torcidos, recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental.
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.
OBSERVAÇÃO
MATA DOS COCAIS – UM BIOMA DE TRANSIÇÃO
Entre a Amazônia, a Caatinga e o Cerrado é possível destacar um ecossistema conhecido como Mata dos Cocais. Sua localização inclui principalmente os estados do Maranhão e Piauí, sendo assim, afetada por três diferentes climas: equatorial úmido, tropical semiúmido e tropical semiárido.
O desmatamento nesta região de transição que tinha como maior objetivo a criação de pastos, abriu espaço para o crescimento de espécies vegetais de maior porte após seu abandono. Com solo rico em minérios e umidade disponível durante todo o ano, espécies como o babaçu, a carnaúba e o buriti são abundantes e bastante exploradas para extração de óleos, ceras e frutos.
MATA ATLÂNTICA
Originalmente, essa exuberante floresta tropical, que cobria um território pouco maior que 1.000.000 km2, espraiava-se pela costa do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando pelo interior em extensões variadas. A Mata Atlântica praticamente ocupava todo o Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, bem como parcelas significativas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, logrando alcançar a Argentina e o Paraguai.
Infelizmente, desse imenso corpo florestal, que outrora cobria 12% do território brasileiro, restam apenas 9% de sua extensão original. Rios importantes para a economia regional e o meio ambiente, como o Paraíba do Sul, São Francisco, Doce e Jequitinhonha encontram-se poluídos ou assoreados por causa dos sedimentos arrastados pela erosão do solo desprotegido de vegetação.
Semelhante ao que ocorre com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica reúne formações vegetais diversificadas e heterogêneas. À primeira vista, podemos distinguir três tipos de florestas, diferentes em sua composição e aspectos florísticos, mas que guardam, porém, aspectos comuns: as ombrófilas densas, com ocorrência ao longo da costa; semideciduais e deciduais, pelo interior do Nordeste, Sudeste, Sul e partes do Centro-Oeste; as ombrófilas mistas (Pinheirais) do Sul do Brasil.
Um dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é sua rica biodiversidade, variedade de plantas e animais. Calcula-se que nela existam mais de 800 espécies de aves, 180 anfíbios e 131 mamíferos, inclusive as quatro espécies de mico-leão que são exclusivos daquele ecossistema.
OBSERVAÇÃO
MATA DE ARAUCÁRIAS
A porção sul do bioma de Mata Atlântica é ocupada em grande extensão por pinheiros conhecidos como araucárias ou pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia), que se misturam a plantas mais complexas (produtoras de flores e frutos) em uma floresta Ombrófila Mista.
Os pinheiros-do-paraná são importantes fontes de renda para populações que se dedicam à coleta de suas sementes – os pinhões. Além disso, observamos relevância econômica no extrativismo de madeira destes pinheiros e de plantas como o imbuia. O desmatamento exacerbado, no entanto, tem sido responsável pela redução da área ocupada por este bioma a menos de 5% de seu tamanho original.
PANTANAL MATOGROSSENSE
A região do Pantanal, abrigando um dos mais importantes ecossistemas do planeta, abrange uma área de cerca de 150 mil quilômetros quadrados. As cheias periódicas recobrem a região com um vasto lençol aquático. No período de esvaziamento, as terras anteriormente submersas surgem bastante férteis, sendo muito aproveitadas para a pastagem dos rebanhos bovinos. A vegetação hidrófila é dominante nas áreas inundadas.
A localização do Pantanal também é fundamental para a formação do ecossistema ali encontrado: é enorme a variedade de espécies vegetais, pois o Pantanal une características do cerrado, dos terrenos alagadiços e ainda espécies comuns na Floresta Amazônica. Por esta razão, a fauna local também é bastante variada: ambos os aspectos caracterizam, portanto, o que é chamado o Complexo do Pantanal, cuja característica da variedade de espécies faz da região um dos mais singulares ecossistemas do planeta.
PAMPA
É o único bioma exclusivamente brasileiro. Ele ocupa mais da metade do território do Rio Grande do Sul.
O clima é subtropical com as quatro estações do ano bem definidas e sua vegetação é marcada pela presença de gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte.
Além disso, esse bioma é constituído de amplas áreas de pastagens, onde se desenvolvem grandes rebanhos.
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