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5 músicas compostas durante a Ditadura Militar

Para que você entenda um pouco melhor das músicas que listaremos a seguir, deixamos um resumo sobre a época da Ditadura Militar no Brasil.

Em 1964, João Goulart (Jango) era presidente do Brasil e estava tomando algumas atitudes que não estavam sendo muito bem vistas pela população, como aumentar o direito dos trabalhadores e, promover a reforma agrária. Muitas pessoas alegavam que o presidente estava tentando transformar o Brasil em Cuba e tentava instaurar uma reforma comunista. Nessa época, acontecia a Guerra Fria, e o Comunismo não era bem visto pela maior parte do mundo.

Por conta da desaprovação do governo de Jango, os militares perceberam que poderiam ter um grande apoio popular para aplicar um golpe militar no Brasil. Então, entre os dias 31 de março e 1 de abril de 1964, os militares, com tropas, tomaram o poder. O governo militar durou entre 1964 e 1985.

O primeiro presidente foi Humberto de Alencar Castelo Branco, que era conhecido apenas como Castelo Branco e foi responsável pelos Atos Institucionais 1, 2, 3 e 4. Para que você entenda melhor, o Ato Institucional 1 tornou as eleições para presidente indiretas e cassou mandatos de quem possuía cargos públicos. O Ato Institucional 2 instaurava o bipartidarismo, onde seriam permitidos apenas dois partidos no país (MDB e Arena). O Ato Institucional 3 instaurava as eleições Indiretas para governador, e o Ato Institucional 4 organizava uma nova constituição para o Brasil.

Dois meses e meio depois do golpe, durante o governo de Castelo Branco, o General Golbery do Couto e Silva criou o órgão SNI (Serviço Nacional de Informação), que era uma espécie de um órgão assessor do presidente da república. Muitos historiadores, no entanto, o identificam como um órgão de espionagem. Ainda durante o governo de Costa e Silva, foi criado um novo plano econômico.

O governo de Costa e Silva foi o próximo e ficou marcado por uma grande oposição por parte da sociedade. Nesse período, foram realizadas muitas passeatas e protestos e, por conta disso, foi instaurado o Ato Institucional 5 (AI 5). Esse ato foi o mais famoso e promoveu um corte à liberdade de expressão. Também foram suspensos os habeas corpus para crimes políticos, o que permitia ao governo realizar prisões sem grandes justificativas. É importante deixar claro que houve outros Atos Institucionais, porém os mais importantes foram citados na publicação.

Após o governo de Costa e Silva, foi iniciado o Governo do General Médici, que se tornou um dos mais notórios. Esse governo foi marcado pelo auge da repressão, quando muitas pessoas foram presas, torturadas e mortas por irem contra o governo. O governo de Médici também ficou marcado pelo milagre econômico e pelo aumento da propaganda ufanista, que exaltava o governo, os militares e a ditadura em geral.

O próximo governo foi o do Presidente Geisel, que durou entre 1974 e 1979 e começou a alterar as medidas tomadas com a ditadura militar, trazendo a revogação do AI 5 e testemunhando o fim do Milagre Econômico. Esse governo também ficou marcado pelo II Plano de Nacional de Desenvolvimento, que tinha a finalidade de estimular a produção de insumos básicos, bens de capital, alimentos e energia. Geisel também participou da inauguração das primeiras linhas de metrô na cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O General João Figueiredo, último presidente do Regime Militar, tomou o poder quando a crise econômica estava em momento de estagnação. Nesse governo, foi criada a lei da Anistia, por meio da qual todos os acusados de crimes políticos foram perdoados, tanto os que protestaram e foram presos, quanto os militares que praticaram atos de tortura e feriram os direitos humanos.

No governo do Presidente Figueiredo, ocorreu o retorno do pluripartidarismo, que significava que o Brasil poderia ter mais partidos, e não somente dois, como ficou definido no governo de Castelo Branco com o AI 2. Também foi o momento onde ocorreram as “Diretas Já”, um movimento que pedia as eleições diretas para presidente. Tal emenda não foi aprovada pelo congresso.

As próximas eleições ainda foram indiretas, sendo Tancredo Neves eleito, falecendo pouco antes de assumir o poder. Por conta disso, José Sarney (o vice) assumiu, tornando-se o primeiro presidente do Brasil pós-ditadura.

Nessa época, muitos artistas se opuseram e protestaram através de sua arte. Aqui nesta publicação, listaremos 5 músicas que foram compostas e ficaram marcadas na história de nosso país. O que está por trás das letras alguns artistas tiveram que mascarar,para que conseguissem passar pela rigorosa censura. Confira as músicas abaixo:

1 - O bêbado e o equilibrista – Elis Regina

Presente no álbum “Elis, essa mulher”, a canção “O bêbado e o Equilibrista”, interpretada por Elis Regina, ficou conhecida como o Hino da Anistia. Elis acreditava que a música consistia em um retrato do Brasil daquela época. “Grande parcela da população anseia encontrar um Carlitos desses e sonha não ver mais nem Marias nem Clarices chorando”, disse Elis em entrevista à Rádio Nacional em 1979, ao citar em sua fala versos do samba que fariam referência a Clarisse Herzog, mulher do jornalista Vladimir Herzog, morto por maus-tratos.

2 – É proibido proibir – Caetano Veloso

Composta por Caetano Veloso, “É proibido proibir” entrou para a história como um marco de coragem. A canção foi apresentada durante o Festival Internacional da Canção. Caetano foi vaiado e não conseguiu cantar a música até o fim. Por conta disso, iniciou um discurso em que disse “Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã, o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa. Eu hoje vim dizer, aqui, que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o senhor Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê-la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Não foi ninguém, foi Gilberto Gil e fui eu! Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém...” Transcrição do discurso retirada de www.tropicalia.com.br.

3 – Cálice – Chico Buarque

A música foi composta por Chico Buarque e Gilberto Gil e lançada em 1978, porém foi censurada e liberada novamente apenas 5 anos depois. A música se tornou um dos mais famosos hinos de resistência e protesto ao regime militar. É uma canção que protesta através de frases de duplo sentido e metáforas. Também mostra, de forma não explícita, a repressão e a violência por parte do governo autoritário. 

4 – Ouro de Tolo – Raul Seixas

O baiano Raul Seixas conseguiu passar despercebido pela censura com essa canção que ironizava a alienação de parte da população que se contentava em comprar um carro novo enquanto a violência da repressão se espalhava pelo Brasil. Porém o título do disco (Krig-ha, bandolo) chamou atenção da polícia e, por conta disso Raul e o letrista Paulo Coelho, foram levados ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social) em 1974. Lá eles foram questionados a respeito do nome do álbum e informaram que significava “Cuidado com o inimigo!”, uma alusão a um grito de guerra usado por Tarzan nos quadrinhos. Também foram questionados sobre a “Sociedade Alternativa” que estava presente no álbum. Raul teve sua casa invadida por agentes em busca de documentos que comprovassem que essa sociedade existia. Nessa época, seu segundo álbum estava sendo produzido e contava com o cantor usando uma boina de Che Guevara, na capa, o que fez com que fosse iniciado um período de perseguição a ele. Por conta disso e por conta de suas letras, diversas músicas foram censuradas e Raul se autoexilou em Nova Iorque em julho de 1974, retornando porém  ao Brasil no mesmo ano por conta do sucesso de Gita.

5 – Aquele Abraço - Gilberto Gil

A canção faz parte do álbum “Cérebro Eletrônico”, lançado em 1969, e pode ser considerada o primeiro grande sucesso de Gil, sendo o único single do álbum. Nessa canção, Gilberto Gil fala sobre pessoas, locais do Rio de Janeiro, escolas de samba, personalidades cariocas e faz uma crítica ao momento pelo qual o país passava naquela época. Em entrevista ao jornal O Pasquim, logo após seu exílio, Gil explica que a música era na verdade uma maneira de expor a alegria e felicidade que tinha visto nas ruas, coisa que ele não via há bastante tempo "a minha intenção era, na verdade, muito simples, para dar um abraço ao povo do Rio... Era uma canção de encontrar, não despedir. "

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